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'A ciência moderna, com toda a sua tecnologia, consegue apenas reafirmar o que a fé já nos dizia'
Por Evaldo D´AssumpçãoO pão e o vinho: corpo e sangue de Cristo |
20/05/2013
No próximo dia 30 de maio, a Igreja Católica comemora, no mundo
inteiro, a festa de Corpus Christi. Sua origem é relacionada com um fato
extraordinário, acontecido no século XIII, na cidade de Bolsena, na
Itália. Ali, um padre chamado Pedro de Praga vivia uma enorme dúvida de
fé, não acreditando na transubstanciação do pão e do vinho
(transformação no corpo e no sangue de Cristo). Celebrando num dia de
muitas dúvidas, ao elevar a hóstia essa começou a sangrar, e tão
abundantemente que encharcou a toalha sobre o altar, escorrendo pelo
chão. Tomando conhecimento do fato, o papa Urbano IV ao ver a hóstia e
os panos embebidos em sangue, exclamou "Corpus Christi!" O Corpo de
Cristo! E no ano seguinte proclamou a festa, determinando a Tomás de
Aquino que organizasse a liturgia própria. Ainda hoje é possível ver-se a
hóstia e os panos marcados pelo misterioso sangue. Que 800 anos
passados, não se alteraram.
Mas esse não é o único "milagre eucarístico" conhecido. Um outro data de
1330 e ocorreu na cidade de Casia, onde um sacerdote foi chamado a
levar a sagrada comunhão a um moribundo. Apressado e sem a menor
cerimônia, colocou a hóstia consagrada dentro de seu breviário. Chegando
à casa do doente teve enorme surpresa ao abrir seu livro de orações: a
hóstia estava empapada de sangue, que manchava as folhas do livro. Até
hoje pode-se ver, naquela cidade, a página contendo a hóstia nela
grudada pelo sangue, exposta em belo ostensório.
Porém o mais impressionante desses milagres aconteceu na cidade de
Lanciano, às margens do mar Adriático, onde teria vivido Longino, o
soldado que golpeou o lado de Cristo crucificado. Daí o nome atual da
cidade.
No século VIII, um monge da ordem Basilicana vivia dolorosa crise de fé
na transubstanciação. Celebrando a missa diante de uma multidão, ao
elevar a hóstia na consagração experimentou enorme drama de consciência,
pois acreditou estar enganando aquele povo. Nesse momento, sentiu uma
modificação na hóstia que elevava, e olhando para ela verificou, com
enorme espanto, que grande parte do pão havia se transformado em carne. E
o vinho que estivera no cálice, apresentava-se agora como grumos de
sangue coagulado.
É fácil imaginar o que se passou então com aquele sacerdote.
Imediatamente foram guardados a hóstia – parte pão e parte carne
entranhados um no outro – e o sangue coagulado. E, por serem
desconhecidos naquela época, não se usou nenhum meio de conservação para
guardá-los.
Em 1713, transferiram a hóstia-carne para um belo ostensório de prata e o
sangue para um cálice de prata, que hoje podem ser visitados naquela
cidade italiana. Onde em 1996 tive a rara felicidade de estar,
exatamente na data em que se festejava o Corpus Christi. Além da
contemplação daquele fantástico milagre eucarístico, participei da santa
missa, recebendo a sagrada comunhão juntamente com um grupo de
peregrinos brasileiros.
Lá aprendemos que, nos anos 1970 e 1971, o professor Odoardo Linoli,
catedrático de Anatomia e Histologia Patológica e Química e Microscopia
Clínica, associado ao professor Ruggero Bertelli, ambos da Universidade
de Siena, foram autorizados a examinar a carne e o sangue. Depois de
minuciosos estudos de pedaços da carne e reações químicas no sangue,
chegaram às seguintes conclusões:
1) A carne é verdadeiramente carne, sem qualquer processo de conservação, mas sem apresentar qualquer sinal de decomposição. Trata-se de músculo cardíaco humano, retirado com perfeição de um coração vivo. O que era também surpreendente, pois as dissecações com cortes tão precisos, somente tiveram início no século XIV. Ao exame microscópico, encontram, inequivocamente, elementos do miocárdio e do endocárdio, partes anatômicas do coração. Artérias, veias e nervos também foram claramente individualizados no tecido examinado.
2) O sangue, do tipo AB (igual ao que está presente no Santo Sudário de Turim!), é o mesmo dos fragmentos da carne. As proteínas e substâncias químicas, cloretos, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio, encontradas pelos exames de cromatografia e eletroforese, são de sangue humano retirado de uma pessoa viva e mantendo todas as proporções de sangue fresco.
3) Não há explicação natural plausível para a conservação desses tecidos por quase 1.200 anos, principalmente por não ter sido usado qualquer método de preservação conhecido.
Diante de tais conclusões, ficamos, uma vez mais, na amorosa perplexidade diante de coisas que a ciência moderna, com toda a sua tecnologia, consegue apenas reafirmar o que a fé já dizia, sem nunca conseguir contradizê-la.
Como médico, tive a oportunidade de ver todo o material utilizado para os exames, inclusive trazendo comigo as fotos das biópsias feitas. E, uma vez mais, tivemos confirmada a nossa fé. Que não depende do extraordinário para existir ou crescer, pois se verdadeira, ela dispensa os milagres. Todavia, sem dúvida se sente confortada por todas essas coisas extraordinárias!
1) A carne é verdadeiramente carne, sem qualquer processo de conservação, mas sem apresentar qualquer sinal de decomposição. Trata-se de músculo cardíaco humano, retirado com perfeição de um coração vivo. O que era também surpreendente, pois as dissecações com cortes tão precisos, somente tiveram início no século XIV. Ao exame microscópico, encontram, inequivocamente, elementos do miocárdio e do endocárdio, partes anatômicas do coração. Artérias, veias e nervos também foram claramente individualizados no tecido examinado.
2) O sangue, do tipo AB (igual ao que está presente no Santo Sudário de Turim!), é o mesmo dos fragmentos da carne. As proteínas e substâncias químicas, cloretos, fósforo, magnésio, potássio, sódio e cálcio, encontradas pelos exames de cromatografia e eletroforese, são de sangue humano retirado de uma pessoa viva e mantendo todas as proporções de sangue fresco.
3) Não há explicação natural plausível para a conservação desses tecidos por quase 1.200 anos, principalmente por não ter sido usado qualquer método de preservação conhecido.
Diante de tais conclusões, ficamos, uma vez mais, na amorosa perplexidade diante de coisas que a ciência moderna, com toda a sua tecnologia, consegue apenas reafirmar o que a fé já dizia, sem nunca conseguir contradizê-la.
Como médico, tive a oportunidade de ver todo o material utilizado para os exames, inclusive trazendo comigo as fotos das biópsias feitas. E, uma vez mais, tivemos confirmada a nossa fé. Que não depende do extraordinário para existir ou crescer, pois se verdadeira, ela dispensa os milagres. Todavia, sem dúvida se sente confortada por todas essas coisas extraordinárias!
*Evaldo D'Assumpção é médico e escritor.

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