O Espírito Santo é o nosso Santificador
O Papa Paulo VI disse certa vez que a primeira oração do dia deve ser esta: “Vinde Espírito Santo…”
Sem a presença do Espírito Santo em nossa
alma, não podemos fazer a vontade de Deus, porque somos todos fracos;
por isso, esse pedido tem de ser frequente e desejado. Ele só vem ao
coração que o deseja ardentemente, como a terra seca deseja água.
Para ser sempre renovado no Espírito
Santo, o cristão precisa antes de tudo de se purificar, porque Ele é
Santo e não pode conviver com o pecado assumido, aceito e não combatido.
Ele está pronto para ocupar qualquer “vaso”, pequeno, grande, culto,
iletrado, pobre ou rico, de ouro ou de plástico, mas Ele não pode ocupar
um vaso sujo. O Espírito do Senhor pode conviver conosco na luta contra
o pecado – porque Ele é o nosso Santificador – mas Ele não pode ser
conivente com o pecado; então, quem deseja ser renovado no Espírito do
Senhor, precisa sempre se Confessar, com humildade e sinceridade
entregar as suas misérias ao Senhor; lançar na fornalha ardente do Seu
Coração Sagrado todas as faltas da natureza humana.
Para ser reinflamado no Espírito e nos
seus dons infusos e carismáticos, e preciso “querer fazer a vontade de
Deus”. Ele não nos é dado para outra missão a não ser para poder
proclamar com a vida: “Seja feita a Vossa Vontade assim na terra como o
Céu!”
É preciso pedir o Espírito Santo
continuamente, mas com desejo profundo; Jesus prometeu que o Pai o daria
a quem o pedisse. Se vós que sois maus sabeis dar coisas boas aos
vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo àqueles
que lhe pedirem” (Lc 11, 13). Deus estabeleceu uma norma: para receber
as suas graças é preciso pedir: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e achareis;
batei e abrir-se-vos-á” (Lc 11,9). Quem não pede não recebe. Então,
depois de se purificar, é preciso pedir ao Pai o Espírito Santo, e já
agradecer, pois Ele virá.
E para manter acesa a chama do Espírito
na alma, é preciso “viver no Espírito”, isto é, viver sempre em
vigilância e oração, com uma vida de contínua Comunhão e Confissão,
caminhando com Nossa Senhora e rezando o seu Rosário e alimentando a
alma com a santa Palavra de Deus.
Um velho ditado diz que “môsca não
assenta em prato quente”; muitos experimentaram o ardor do Espírito
Santo, mas agora estão frios, por que? Porque deixaram a alma esfriar;
abandonaram os “exercícios espirituais”, a vida ascética; então, o prato
esfriou e as moscas venenosas nele pousaram. O que fazer? Reacender o
fogo da alma pela chama do Espírito e espantar as moscas.
Em 1963, o Papa João XXIII, ao abrir o
Concílio Vaticano II, pediu a Deus um Novo Pentecostes para a Igreja; e
Deus o está concedendo desde então. Ele pediu com ardor:“Repita-se no
povo cristão o espetáculo dos Apóstolos reunidos em Jerusalém, depois da
Ascensão de Jesus ao céu, quando a Igreja nascente se encontrou reunida
em comunhão de pensamento e de oração com Pedro e em torno de Pedro,
pastor dos cordeiros e das ovelhas. Digne-se o Divino Espírito escutar
da forma mais consoladora a oração que sobe a Ele de todas as partes da
terra. Que Ele renove em nosso tempo os prodígios como de um novo
Pentecostes, e conceda que a Santa Igreja, permanecendo unânime na
oração, com Maria, a Mãe de Jesus, e sob a direção de Pedro, dilate o
Reino do Divino Salvador, Reino de Verdade e Justiça, Reino de amor e de
paz”.
É importante meditar no que disse em 1992
o Papa João Paulo II aos líderes da Renovação Carismática em Roma,
porque isto mostra a importância do cristão ser hoje renovado no
Espírito Santo e inflamado de seus carismas:“A Renovação surgiu nos anos
que se seguiram ao Concílio Vaticano II, e foi um dom particular do
Espírito Santo à Igreja. Foi sinal do desejo que muitos católicos tinham
de viver, de maneira mais plena, a sua própria dignidade e vocação
batismal, como filhos e filhas adotivas do Pai, de conhecer a força
redentora de Cristo, nosso Salvador, numa experiência mais intensa de
oração pessoal e coletiva, e de seguir o ensinamento das Escrituras
mediante a sua leitura, à luz do mesmo Espírito que inspirou o seu
autor. Certamente um dos resultados mais importantes desse despertar
espiritual foi a aumentada sede de santidade, visível nas vidas das
pessoas individualmente e na Igreja inteira… Neste momento da história
da Igreja, a Renovação Carismática pode desempenhar um papel
significativo na promoção da defesa, extremamente necessária, da vida
cristã, nas sociedades em que o secularismo e o materialismo
enfraqueceram a capacidade que as pessoas têm de responder ao Espírito e
de discernir o chamamento amoroso de Deus. O vosso contributo para a
re-evangelização da sociedade será efetuado, em primeiro lugar, mediante
o testemunho pessoal do Espírito que habita em nós e mediante a
demonstração da Sua presença, com obras de santidade e de
solidariedade… Independentemente da forma que a Renovação Carismática
assumir – nas orações de grupo, nas comunidades conventuais de vida e de
serviço – o sinal da sua fecundidade espiritual será sempre o
fortalecimento da comunhão com a Igreja universal e com as Igrejas
locais… Ao mesmo tempo o aprofundamento da vossa identidade católica,
haurindo da riqueza espiritual da Tradição católica, é uma parte
insubstituível do vosso contributo ao diálogo ecumênico autêntico que,
alimentado pela graça do Espírito Santo, deve levar à perfeição da
“comunhão na unidade, na confissão de uma só fé, na comum celebração do
culto divino e na fraterna concórdia da família de Deus” (Unitatis
redintegratio, 2).(L’Osservatore Romano, n. 15, 12/4/1992, 4; 184).
A RCC tem uma grande missão hoje na
Igreja como afirma o Papa; nesses tempos de secularismo, hedonismo,
relativismo religioso e ateísmo, o mundo precisa do testemunho urgente
de “novos” cristãos, que combatam com as armas do Espírito os exércitos
do Mal.
O frei Raniero Cantalamessa, pregador do
Papa há 29 anos, diz que a Renovação Carismática “é uma corrente de
graça para toda a Igreja católica.” Ela não é um simples movimento a
mais da Igreja; é a própria Igreja em movimento pelo poder do Espírito
Santo. Todos os cristãos, de todos os movimentos, precisam ser renovados
no Espírito Santo e não deixar que os seus carismas se apaguem em seu
coração. Quanto mais cada cristão for repleto do Espírito Santo, tanto
mais a Igreja o será, e mais preparada estará para implantar na terra o
Reino de Deus, como Jesus pediu ao Pai. Venha a nós o Vosso Reino!
Prof. Felipe Aquino
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