Dia
1 de maio a Igreja celebra a festa de São José Patrono dos
trabalhadores. O Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro de 1870, declarou o
glorioso São José, Padroeiro da Igreja Católica. Este mesmo Papa, em
08/12/1854, já tinha proclamado solenemente o dogma da Imaculada
Conceição de Nossa Senhora.
Eram, como sempre, tempos difíceis para a
Igreja. O Papa convocara o Concílio Vaticano I para enfrentar o brado
da Revolução Francesa (1789) contra a fé, no endeusamento da razão e do
nacionalismo. O século XIX começou marcado pelo materialismo
racionalista e pelo ateísmo, fora da Igreja; dentro dela as tendências
conciliaristas e de separatismo, que enfraqueciam a autoridade do Papa e
a unidade da Igreja. Mais uma vez a Barca de Pedro era ameaçada pelas
ondas do século. Então a Igreja recomendou-se ao “Pai” terreno do
Senhor. Aquele que cuidara tão bem da Cabeça da Igreja, ainda Menino,
cuidaria também de todo o seu Corpo Místico.Trinta
anos depois, o Papa Leão XIII, no dia 15/8/1899, assinava a Encíclica
“Quanquam Pluries” sobre São José, nos tempos difíceis da virada do
século. Ouçamos o Papa:
“Nos tempos calamitosos, especialmente
quando o poder das trevas parece tudo usar em prejuízo da cristandade, a
Igreja costuma sempre invocar súplice a Deus, autor e vingador seu, com
maior fervor e perseverança, interpondo também a mediação do Santo, em
cujo patrocínio mais confia para encontrar socorro, entre os quais se
acha em primeiro lugar a Augusta Virgem Mãe de Deus”.
“Ora, bem sabeis Veneráveis Irmãos que os
tempos presentes não são menos desastrosos do que tantos outros, e
tristíssimos, atravessados pela cristandade. De fato, vemos perecer em
muitos o princípio de todas as virtudes cristãs, de fé, extinguir-se a
caridade, depravar-se nas idéias e costumes a nova geração,
perfeitamente hostilizar-se por toda a parte a Igreja de Jesus Cristo,
atacar-se atrozmente o Pontificado, e com audácia cada vez mais
imprudente arrancarem – se os próprios fundamentos da religião”.
“Nós propomos… para tornar Deus mais
favorável às nossas preces e para que Ele, recebendo as súplicas de mais
intercessores, dê mais pronto e amplo socorro à sua Igreja, julgamos
sumamente conveniente que o povo cristão se habitue a invocar com
singular devoção e confiança, juntamente com a Virgem Mãe de Deus, o seu
castíssimo esposo São José: temos motivos particulares para crer que
seja isto aceito e agradável à própria Virgem. E, a respeito desse
assunto, do qual pela primeira vez tratamos em público, bem conhecemos
que a piedade do povo cristão não só é favorável, mas tem progredido
também por iniciativa própria; pois vemos já gradativamente promovido e
estendido o culto de São José por zelo dos Romanos Pontífices, nas
épocas anteriores, universalmente aumentado e com indubitável incremento
nestes últimos tempos, em especial depois que Pio IX, nosso antecessor
de feliz memória, declarou às súplicas de muitos bispos, Padroeiro da
Igreja Católica o Santíssimo Patriarca. Não obstante, por ser muito
necessário que seu culto lance raízes nas instituições católicas e nos
costumes, queremos que o povo cristão receba, antes de tudo, de nossa
voz e autoridade novo estímulo”.
Vemos assim que, nas horas mais difíceis
de sua caminhada a Igreja sempre recorre à Sua Mãe Santíssima, que nunca
a desamparou; e, em seguida ao seu esposo castíssimo São José.
Vemos assim como a Igreja tem em alta
conta a proteção intercessora de São José. Hoje a Igreja vive os mesmos
tempos difíceis que levaram Pio IX, Leão XIII e Bento XV a invocarem São
José com tanta confiança e necessidade. Mais do que antes a fé está
ameaçada pelo racionalismo, relativismo moral e religioso,
permissividade sexual, proliferação das seitas, falsas religiões –
especialmente as de origem oriental e a Nova Era . Novamente é preciso
invocar o Patrono da Igreja Universal.
Em uma aparição a Santa Margarida de
Cortona, disse Jesus: “Filha, se desejas fazer-me algo agradável,
rogo-te não deixeis passar um dia sem render algum tributo de louvor e
de bênção ao meu Pai adotivo São José, porque me é caríssimo”.
Santo Afonso de Ligório garantia que todo dom ou privilégio que Deus concedeu a outro Santo também o concedeu a São José.
São Francisco de Sales diz que “São José ultrapassou, na pureza, os Anjos da mais alta hierarquia”.
São Jerônimo diz que: “José mereceu o nome de “Justo”, porque possuia de modo perfeito todas as virtudes”.
De fato, podemos concluir que, se José
foi escolhido para Esposo de Maria, a mais santa de todas as mulheres, é
porque ele era o mais santo de todos os homens. Se houvesse alguém mais
santo que José, certamente seria este escolhido por Jesus para Esposo
de Sua Mãe Maria.
São Bernardo diz de São José: “De sua
vocação, considerai a multiplicidade, a excelência, a sublimidade dos
dons sobrenaturais com que foi enriquecido por Deus”. Os Santos Padres e
Doutores da Igreja concordam em dizer que São José foi escolhido para
esposo de Maria pelo próprio Deus.
O Papa Pio IX, antes mesmo de proclamar
S. José Patrono da Igreja, já dizia : “É racional colocar o Corpo
Místico do Salvador, a Igreja, sob a poderosa proteção dAquele que velou
sobre Jesus e Maria. Os sustentáculos da Igreja nascente, José e Maria,
retomem nos corações o lugar que jamais deveriam ter perdidos, e o
mundo será salvo outra vez”.
Se na terra São José foi o protetor do
próprio Menino-Deus, deve ser agora o Patrono (protetor, defensor,
guarda) do seu Corpo Místico, a Igreja.
É eloquente o testemunho de Santa Teresa de Ávila, doutora da Igreja,
devotíssima de São José. No “Livro da Vida”, sua autobiografia, ela
escreveu:
“Tomei por advogado e senhor ao glorioso
São José e muito me encomendei a ele. Claramente vi que dessa
necessidade, como de outras maiores referentes à honra e à perda da
alma, esse pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe
sabia pedir. Não me recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que
tenha deixado de obter. Coisa admirável são os grandes favores que Deus
me tem feito por intermédio desse bem-aventurado santo, e os perigos de
que me tem livrado, tanto do corpo como da alma. A outros santos parece
o Senhor ter dado graça para socorrer numa determinada necessidade. Ao
glorioso São José tenho experiência de que socorre em todas. O Senhor
quer dar a entender com isso como lhe foi submisso na terra, onde São
José, como pai adotivo, o podia mandar, assim no céu atende a todos os
seus pedidos. Por experiência, o mesmo viram outras pessoas a quem eu
aconselhava encomendar-se a ele. A todos quisera persuadir que fossem
devotos desse glorioso santo, pela experiência que tenho de quantos bens
alcança de Deus…De alguns anos para cá, no dia de sua festa, sempre lhe
peço algum favor especial. Nunca deixei de ser atendida”.
Oração a São José
Oração a São José
“A vós, São José, recorremos em nossa
tribulação e, depois de ter implorado o auxílio de Vossa Santíssima
Esposa, cheios de confiança solicitamos o vosso patrocínio.
Por esse laço sagrado de caridade, que os
uniu à Virgem Imaculada, Mãe de Deus, pelo amor paternal que tivestes
ao Menino Jesus, ardentemente vos suplicamos que lanceis um olhar
benigno para a herança que Jesus conquistou com seu sangue,e nos
socorrais em nossas necessidades com o vosso auxílio e poder.
Protegei, ó Guarda providente da Divina Família, a raça eleita de Jesus Cristo.
Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, a peste do erro e do vício.
Assisti-nos do alto do céu, ó nosso
fortíssimo sustentáculo, na luta contra o poder das trevas; assim como
outrora salvastes da morte a vida do Menino Jesus, assim também defendei
agora a Santa Igreja de Deus contra as ciladas de seus inimigos e
contra toda adversidade.
Amparai a cada um de nós com o vosso
constante patrocínio, a fim de que, a vosso exemplo, e sustentados com
vosso auxílio, possamos viver virtuosamente, morrer piedosamente e obter
no céu a eterna bem-aventurança. Assim seja.
Prof. Felipe Aquino
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