19 Jun. 13
VATICANO, (ACI/EWTN Noticias).-
Como podemos amar aqueles que "tomam a decisão de bombardear e
assassinar a tantas pessoas"? Como "podemos amar aqueles que por amor ao
dinheiro não deixam que os remédios cheguem aos idosos e os deixam
morrer"? Ou aqueles que só procuram "o próprio interesse, o próprio
poder e fazem tanto mal"? "Amar o inimigo parece uma coisa difícil, mas é
o que nos pede o Senhor", disse o Papa Francisco na missa que celebrou ontem, terça-feira 18 de junho, na Casa Santa Marta.
O Pontífice ressaltou que para perdoar os inimigos, é fundamental
rezar por eles, pedir ao Senhor que lhes transforme o coração. A
liturgia destes dias, continuou, propõe justamente esta "atualização das
leis que Jesus faz", da lei do Monte Sinai à Lei do Monte das
Bem-aventuranças. E sublinhou que todos nós temos inimigos, mas no fundo
nós mesmos podemos converter-nos em inimigos dos outros.
"Tantas vezes também nos convertemos em inimigos dos outros: não
gostamos deles. E Jesus nos diz que temos que amar os inimigos! E isto
não é fácil! Não é fácil, achamos que Jesus nos pede muito! Deixamos
isto para as freiras de clausura, que são santas; deixamos isto para
alguma alma Santa, mas na vida
comum isto não é possível. Mas isto tem que ser possível! Jesus diz:
‘Não, temos que fazer isto! Porque, caso contrário, vocês serão como os
publicanos, como os pagãos. Não serão cristãos’".
Então como podemos amar nossos inimigos? Jesus, explicou o Papa, "nos
diz duas coisas": acima de tudo olhar ao Pai que "faz surgir o sol
sobre maus e bons" e "faz chover sobre justos e injustos". Deus "tem
amor para todos". E logo, continuou, Jesus nos pede ser "perfeitos como é
perfeito o Pai Celeste", "imitar ao Pai com aquela perfeição do amor".
Jesus, adicionou, "perdoa seus inimigos", "faz de tudo para
perdoá-los". Por outro lado, vingar-se não é cristão. Mas como podemos
chegar a amar nossos inimigos? Rezando. "Quando a gente reza por aquilo
que nos faz sofrer –afirmou o Papa– é como se o Senhor viesse com o
azeite para preparar nossos corações para a paz":
"Rezar! É o que nos aconselha Jesus: ‘Rezem por seus inimigos! Rezem
por aqueles que os perseguem! Rezem!’ e digam a Deus: ‘transforme seu
coração. Tem um coração de pedra, mas muda-o, dai-lhe um coração de
carne, que sinta e que ame’. Deixo para vocês só esta pergunta e cada um
responda em seu coração: ‘Rezo por meus inimigos? Rezo por aqueles que
não gostam de mim?’ Se dissermos ‘sim’, eu direi: ‘Adiante, reza cada
vez mais, esse é um bom caminho’. Se a resposta for ‘não’, o Senhor diz:
‘Pobrezinho, também você é inimigo dos outros!’".
"Rezar para que o Senhor mude o coração deles. Também podemos dizer:
‘Mas esta pessoa me faz muito mal’, ou eles fizeram coisas más, e isto
empobrece as pessoas, empobrece a humanidade. E com tal argumento
pretendemos levar adiante a vingança, isso do olho por olho, dente por
dente".
É verdade, ressaltou o Papa, o amor pelos inimigos "nos empobrece".
Mas "nos faz pobres" como Jesus "quando veio até nós, rebaixou-se e se
fez pobre" por nós. Alguma pessoa, observou, poderia dizer que isto não é
um bom negócio "se o inimigo me fizer mais pobre" com certeza, "segundo
os critérios do mundo não é um bom negócio".
Mas este, assegurou o Papa, é "o caminho que Jesus seguiu" que de
rico se fez pobre por nós. Naquela pobreza, "naquele abaixamento de
Jesus -sublinhou- encontra-se a graça que justificou a todos, que nos
fez ricos". É o "mistério de salvação":
"Com o perdão, com o amor ao inimigo, tornamo-nos mais pobres: o amor
nos empobrece, mas aquela pobreza é semente de fecundidade e de amor
pelos outros. Como a pobreza de Jesus, que se converteu em graça de
salvação para todos nós, riqueza… Nós que estamos hoje nesta Missa,
pensemos em nossos inimigos e naqueles que não gostam de nós: seria
muito bom que oferecêssemos a Missa por eles: Jesus, o sacrifício de
Jesus, por eles, por aqueles que não nos amam".
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