sábado, 8 de junho de 2013

RJ vai ter missas em 20 idiomas na Jornada Mundial da Juventude

Mais de 4 mil padres vão presidir as celebrações em 273 pontos. Os 5,5 milhões de kits de café da manhã serão distribuídos nos locais.

Andressa Gonçalves Do G1 Rio

Arte Mapa Catequeses (Foto: Daniel Roda/ G1)
Os estrangeiros que virão para a Jornada Mundial da Juventude vão se sentir em casa quando chegarem ao Rio de Janeiro. Os peregrinos vão poder ouvir as celebrações e formações religiosas em suas línguas maternas. Do grego ao dinamarquês, as catequeses acontecerão pelas manhãs nos dias 24, 25 e 26 de julho. As missas serão celebradas por cerca de 300 bispos dos países de origem. Ao todo, serão realizadas missas em 20 idiomas, em 273 locais, como igrejas, casas de show, quadras poliesportivas, salões, escolas e até numa quadra de escola de samba, na Zona Oeste.
Para realizar os momentos de catequeses, a cidade e as subsedes do evento (Nova Iguaçu, Niterói e Duque de Caxias) foram divididas por idiomas, o que vai ajudar a desafogar o trânsito e acomodar os grupos estrangeiros. São 20 línguas distribuídas por 273 pontos.

De acordo com padre Leandro Lenin, diretor executivo do Setor Preparação Pastoral e Catequese, é o momento dos jovens aprofundarem no tema da Jornada.
“As catequeses acontecem em todas as edições das JMJs. Elas também são muito importantes porque promovem uma integração entre os peregrinos falantes da mesma língua. É a nossa oportunidade de aprofundar no tema da Jornada que esse ano é “Ide e fazeis discípulos entre todas as nações”. Na Jornada, a maior parte dos eventos é de massa. E a catequese é para ser um momento mais íntimo”, explicou Lenin.
Padre Leandro Lenin disse ainda que, além da divisão facilitar o acesso dos estrangeiros a seus consulados, vai ajudar a programar os locais de hospedagem. “A nossa preocupação é que a catequese atenda a oferta de hospedagem, pois todas as casas e instituições de acolhida devem estar girando em torno de uma área de catequese”, explicou.

Programação

O dia do peregrino começa com a distribuição dos kits de café da manhã para quem optou pela alimentação na hora da inscrição. Os peregrinos saem de suas casas acolhedoras onde estão hospedados e seguem em direção a uma das 273 sedes de catequese. O bispo faz uma palestra sobre o tema da Jornada e é aberto um espaço para os jovens fazerem perguntas. A manhã é encerrada com a celebração da missa, por volta de 13h. Todas as sedes de catequese tem, pelo menos, um bispo e de 10 a 15 padres acompanhantes de seus grupos de peregrinos. No total, são quase 300 bispos e mais de 4 mil padres.

Sedes

Cerca de 300 voluntários ajudaram a selecionar os possíveis espaços para receber os peregrinos. Durante o evento, a equipe chegará a oito mil voluntários.
“É muito bom ver que todos vão poder ver a Jornada acontecer de perto em qualquer lugar da cidade. Um único bairro pode receber várias línguas, a sensação do Rio estar acolhendo o mundo inteiro de verdade”, comemorou Lenin.
Padre Leandro disse também que os espaços disponibilizados em cada bairro para catequese foram fundamentais como critério de escolha dos grupos. “Alguns grupos maiores como o de brasileiros tiveram que ser alocados em locais como Catedral Metropolitana e o Riocentro. Já grupo bem menores, como árabes, puderam ser acomodados em espaços menores e paróquias menores. Paróquias com padres e religiosos de outras nacionalidades também influenciaram na escolha. É uma forma dos jovens terem uma referência de seus países aqui no Rio”, disse o padre.
O estimativa de peregrinos em cada catequese varia de 25 pessoas a cinco mil. Serão 133 sedes em português e 50 espanhol. Línguas como grego, tcheco e croata não ficaram de fora da programação.
Dom Orani e padre Leandro Lenin durante catequese das línguas portuguesa e espanhola em Madri  (Foto: Andressa Gonçalves/G1) 
Dom Orani e padre Leandro Lenin em catequese
da Jornada de Madri (Foto: Andressa Gonçalves/G1)

Diálogo entre estrangeiros

A integração com jovens de outras línguas já está promovendo novos aprendizados entre os voluntários. “Os peregrinos já vêm pra cá com uma disposição a aprender o português e interagir, mas para acolher bem, a gente está orientando os voluntários a treinarem e aprenderem algumas palavras novas. Jovens que moram na Penha, na Zona Norte do Rio, já começaram a dar aulas de inglês e espanhol para alguns paroquianos da comunidade. Também tem uma movimentação em algumas comunidades católicas que estão a procura de quem fala dinamarquês e lituano para poder ajudar mais quem vai chegar”, revelou.
Os voluntários estão preparando ainda algumas surpresas para os peregrinos. Todas as sedes de catequeses estarão enfeitadas com as cores que representam os países recebidos no local. Na frente de todos os espaços, ficará hasteada a bandeira dos países como forma de dar as boas-vindas. Na hora de voltar pra casa, cada um vai receber uma lembrança brasileira.
A Zona Norte é a região que tem maior mistura de línguas, são 14 idiomas diferentes. O motivo principal seria por abrigar várias paróquias com representantes dessas línguas. Pela oferta de espaços mais amplos, a Zona Oeste bateu recorde de sedes, são 50. 
“Com o café da manhã sendo servido no local, diferentemente das outras edições, isso vai dar um ânimo a todos levantarem cedo depois de um dia inteiro de peregrinação para participar dos momentos de catequese. Para aguentar a Jornada tem que ter disposição mesmo”, brincou o padre.

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