Mais de 4 mil padres vão presidir as celebrações em 273 pontos. Os 5,5 milhões de kits de café da manhã serão distribuídos nos locais.
Os estrangeiros que virão para a Jornada Mundial da Juventude vão se sentir em casa quando chegarem ao Rio de Janeiro.
Os peregrinos vão poder ouvir as celebrações e formações religiosas em
suas línguas maternas. Do grego ao dinamarquês, as catequeses
acontecerão pelas manhãs nos dias 24, 25 e 26 de julho. As missas serão
celebradas por cerca de 300 bispos dos países de origem. Ao todo, serão
realizadas missas em 20 idiomas, em 273 locais, como igrejas, casas de
show, quadras poliesportivas, salões, escolas e até numa quadra de
escola de samba, na Zona Oeste.
Para realizar os momentos de catequeses, a cidade e as subsedes do
evento (Nova Iguaçu, Niterói e Duque de Caxias) foram divididas por
idiomas, o que vai ajudar a desafogar o trânsito e acomodar os grupos
estrangeiros. São 20 línguas distribuídas por 273 pontos.
De acordo com padre Leandro Lenin, diretor executivo do Setor
Preparação Pastoral e Catequese, é o momento dos jovens aprofundarem no
tema da Jornada.
“As catequeses acontecem em todas as edições das JMJs. Elas também são
muito importantes porque promovem uma integração entre os peregrinos
falantes da mesma língua. É a nossa oportunidade de aprofundar no tema
da Jornada que esse ano é “Ide e fazeis discípulos entre todas as
nações”. Na Jornada, a maior parte dos eventos é de massa. E a catequese
é para ser um momento mais íntimo”, explicou Lenin.
Padre Leandro Lenin disse ainda que, além da divisão facilitar o acesso
dos estrangeiros a seus consulados, vai ajudar a programar os locais de
hospedagem. “A nossa preocupação é que a catequese atenda a oferta de
hospedagem, pois todas as casas e instituições de acolhida devem estar
girando em torno de uma área de catequese”, explicou.
Programação
O dia do peregrino começa com a distribuição dos kits de café da manhã
para quem optou pela alimentação na hora da inscrição. Os peregrinos
saem de suas casas acolhedoras onde estão hospedados e seguem em direção
a uma das 273 sedes de catequese. O bispo faz uma palestra sobre o tema
da Jornada e é aberto um espaço para os jovens fazerem perguntas. A
manhã é encerrada com a celebração da missa, por volta de 13h. Todas as
sedes de catequese tem, pelo menos, um bispo e de 10 a 15 padres
acompanhantes de seus grupos de peregrinos. No total, são quase 300
bispos e mais de 4 mil padres.
Sedes
Cerca de 300 voluntários ajudaram a selecionar os possíveis espaços
para receber os peregrinos. Durante o evento, a equipe chegará a oito
mil voluntários.
“É muito bom ver que todos vão poder ver a Jornada acontecer de perto
em qualquer lugar da cidade. Um único bairro pode receber várias
línguas, a sensação do Rio estar acolhendo o mundo inteiro de verdade”,
comemorou Lenin.
Padre Leandro disse também que os espaços disponibilizados em cada
bairro para catequese foram fundamentais como critério de escolha dos
grupos. “Alguns grupos maiores como o de brasileiros tiveram que ser
alocados em locais como Catedral Metropolitana e o Riocentro. Já grupo
bem menores, como árabes, puderam ser acomodados em espaços menores e
paróquias menores. Paróquias com padres e religiosos de outras
nacionalidades também influenciaram na escolha. É uma forma dos jovens
terem uma referência de seus países aqui no Rio”, disse o padre.
O estimativa de peregrinos em cada catequese varia de 25 pessoas a
cinco mil. Serão 133 sedes em português e 50 espanhol. Línguas como
grego, tcheco e croata não ficaram de fora da programação.
Dom Orani e padre Leandro Lenin em catequese
da Jornada de Madri (Foto: Andressa Gonçalves/G1)
da Jornada de Madri (Foto: Andressa Gonçalves/G1)
Diálogo entre estrangeiros
A integração com jovens de outras línguas já está promovendo novos
aprendizados entre os voluntários. “Os peregrinos já vêm pra cá com uma
disposição a aprender o português e interagir, mas para acolher bem, a
gente está orientando os voluntários a treinarem e aprenderem algumas
palavras novas. Jovens que moram na Penha, na Zona Norte do Rio, já
começaram a dar aulas de inglês e espanhol para alguns paroquianos da
comunidade. Também tem uma movimentação em algumas comunidades católicas
que estão a procura de quem fala dinamarquês e lituano para poder
ajudar mais quem vai chegar”, revelou.
Os voluntários estão preparando ainda algumas surpresas para os
peregrinos. Todas as sedes de catequeses estarão enfeitadas com as cores
que representam os países recebidos no local. Na frente de todos os
espaços, ficará hasteada a bandeira dos países como forma de dar as
boas-vindas. Na hora de voltar pra casa, cada um vai receber uma
lembrança brasileira.
A Zona Norte é a região que tem maior mistura de línguas, são 14
idiomas diferentes. O motivo principal seria por abrigar várias
paróquias com representantes dessas línguas. Pela oferta de espaços mais
amplos, a Zona Oeste bateu recorde de sedes, são 50.
“Com o café da manhã sendo servido no local, diferentemente das outras
edições, isso vai dar um ânimo a todos levantarem cedo depois de um dia
inteiro de peregrinação para participar dos momentos de catequese. Para
aguentar a Jornada tem que ter disposição mesmo”, brincou o padre.
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