O uso do Escapulário deve estar ligado a um compromisso que o devoto deve ter para com Nossa Senhora
Por Pe. Rafael Maria, osb
RECIFE, 16 de Julho de 2013 (Zenit.org)
- A piedade popular mariana é um património espiritual da Igreja de
altíssimo valor. Esta deve estar bem fundamentada para que se alcance
sua eficácia na vida dos fiéis. Muitas vezes a piedade mariana é cercada
de sombras e equívocos por não seri bem iluminada ou seguida de perto
pela Igreja. Estando as coisas deste modo, o povo de Deus caminha,
sozinho e as cegas, onde se perde o sentido exato de um verdadeiro culto
mariano. Tentamos no nosso «Curso de Cultura Mariológica I» fazer este
estudo científico sobre «A origem do Rosário mariano não provém dos Dominicanos», cf. www.cursoscatolicos.com.br
Ontem,
hoje e amanhã surgem formas de devoção mariana que de situações
apócrifas se tornam pouco a pouco um património de fé. Foi o caso do
Escapulário carmelitano pela força de sua espiritualidade mariana.
Sabe-se por novas pesquisas históricas e científicas que por uma
tradição se atribuía a origem do Escapulário a uma suposta aparição da
Virgem a são Simão Stock e, a este, entregou esta vestimenta como penhor
de salvação. Ligado a esta pia tradição, se juntou o chamado
«privilégio sabatino», isto é, uma suposta aparição da Virgem ao papa
João XXII que garantia que, após a morte daquele que estivesse revestido
do Escapulário, Ela, desceria ao Purgatório e o retiraria de lá.
A devoção e crença popular deram força a estas lendárias mariofanias,
assim como muitos Papas cobriram de privilégios o uso e a devoção ao
Escapulário. Ao que parece os pontífices não se basearam nas supostas
aparições, mas na força espiritual inerentes ao Escapulário.
Na comemoração dos 700 anos da instituição desta devoção (1251-2001) a
Ordem Carmelitana se viu no dever de esclarecer melhor tal situação
histórica-espiritual. Se chegou ao denominador comum que, o que valia
não era as supostas aparições da Virgem com suas supostas promessas, mas
a força espiritual da devoção que fora enriquecida pelas autoridades da
Igreja ao longo dos séculos para o benefício espiritual dos fiéis.
O uso do Escapulário deve estar ligado a um compromisso que o devoto
deve ter para com Nossa Senhora que, ao usá-lo, se esforçará a viver as
promessas batismais e seus deveres de cristão. Aqui está o cerne da
questão. A devoção mariana está ligada muitas vezes a uma série de má
interpretações, principalmente ao uso de objetos sacros que estimulam a
prática da fé, como por exemplo o Rosário, as Medalhas, as Imagens, os
Escapulários etc. Tais objetos muitas vezes são usados como talismã e
não como meios que nos indicam algo mais superior. Tomemos o caso
bíblico da «Serpente de bronze» (cf. Nm 21,8s) como fonte autorizada
para iluminar a questão. Aqui, a cura não está no olhar a Serpente, mas
na promessa de Deus. Na obediência à sua Palavra. Assim também
no caso dos objetos sacros marianos e outros como em particular o
Escapulário se deve usar este critério bíblico.
Embora não exista nenhuma exatidão histórica de uma confirmação
celeste dos privilégios ao Escapulário, e não é necessário tê-las, a
Igreja, com sua autoridade conferida por Cristo a Pedro, estimula o uso
coerente do Escapulário Carmelitano ajudando assim os fiéis a viverem
com coerência a vida cristã para assim serem herdeiros da eficácia da
mediação da Virgem junto ao trono da Graça.
Usando o Escapulário com o coração voltado às coisas celestes, ao
projeto de Maria, que é servir aos irmãos no amor, o devoto não passará
pelo Purgatório, mas irá participar das heranças do céu como promete o
próprio Jesus tendo sua Mãe como a primeira na prática do serviço ao
Reino e do amor fraterno.
Nossa Senhora do Monte Carmelo, rogai por nós!
Indicação de leitura, cf. http://pt.wikipedia.org/wiki/Escapul%C3%A1rio_de_Nossa_Senhora_do_Carmo
Para perguntas ou comentários: d.rafaelmariaosb@hotmail.com
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