Esperanza de Jesús |
09 Jul. 13
VATICANO,(ACI/EWTN Noticias).- O Papa Francisco aprovou a beatificação da fundadora das Escravas do
Amor Misericordioso e dos Filhos do Amor Misericordioso, Venerável Serva
de Deus Esperanza de Jesús (1893 -1983). Ela teve estigmas em uma das
mãos e sofreu inclusive fisicamente os ataques do demônio.
Em abril de 2002, o Beato João Paulo II a declarou venerável ao reconhecer que a Serva de Deus "tinha participado em grau heroico as virtudes teologais e cardeais".
O milagre aprovado para a beatificação de Madre Esperanza, foi a cura
de um menino alérgico a todo tipo de alimento e que depois de beber a
água da fonte do Santuário de Collevalenza (Itália), desapareceram os
males do menino considerados incuráveis pelos doutores.
O Santuário do Amor Misericordioso foi construído em 15 de agosto de
1951, lugar onde a religiosa recebia muitos peregrinos, os escutava e
dava conselho e consolo.
Para os que a conheceram "seu coração vivia no céu, mas seus pés estavam na terra". Seu lema de vida era "Tudo por Amor", além disso, era imitadora de Maria.
Os peregrinos se conformavam em vê-la um pouquinho, ela só podia
atender 50 por dia que recebiam um ticket com sua vez para poder
conversar com ela. Quando sua saúde se agravou eles esperavam que ao
meio-dia aparecesse pela sua janela ao menos um momento e lhes
oferecesse orações.
O diabo mesmo, a quem ela chamava "o sarnento", irritado pelos seus
frutos espirituais brigava com Madre Esperanza, batia nela, tentava
estrangulá-la, dava-lhe empurrões, em outra ocasião jogou-lhe uma
garrafa de água quente.
Até agora se guardam provas com sangue, produto das marcas em seu
próprio corpo e, sobretudo, no pescoço onde tinha marcas de mãos ou
garras que faziam com que sentisse profunda dor.
Uma vez se apresentou um maçom acusando-a de enganar as pessoas, ela
pediu que ele mesmo revisasse o caderno das doações, quando o homem
pegou o caderno começou a ficar pálido e chorou pedindo perdão e disse
que ele nunca tinha conhecido a religião e não sabia de generosidade e
virtudes.
O maçom começou a conhecer a fé católica, converteu-se, batizou-se e aos poucos dias morreu.
A história conta que o diabo estava irritado porque tinha arrebatado
uma alma do inferno, pegou o caderno colocou fogo e o jogou na Madre
Esperanza que foi salva a tempo pelas suas irmãs que se deram conta que
estava saindo fumaça do seu quarto.
O colchão queimado hoje se pode ver no museu do Santuário.
Sua relação com João Paulo II
O Beato João Paulo II, no mesmo ano que publicou sua Encíclica "Dives
in Misericordia", visitou o Santuário em 22 de novembro de 1981, em sua
primeira visita fora do Vaticano depois do atentado que sofreu em 13 de
Maio, para dar graças ao Amor Misericordioso: "viemos em visita a este
santuário porque à misericórdia de Deus somos devedores de nossa saúde".
A Madre Esperanza tinha experiências místicas, construiu o Santuário
confiada na Divina Providência e obedecendo à vontade de Deus, que por
expresso pedido Dele e indicando um lugar preciso por meio da religiosa,
escavou-se um poço de 122 metros de profundidade onde saiu a água
descrita por Jesus: "esta é a água da minha misericórdia".
Construiu piscinas neste lugar para que os doentes possam banhar-se
pedindo a cura tanto física como da alma. Também há uma fonte onde podem
tomar água.
Perto das piscinas e da fonte se lê uma expressão da religiosa:
"Emprega esta água com fé e amor, seguro que te servirá de alimento para
o corpo e de saúde para a alma". O lugar conta com aprovação eclesial e
algumas vezes à semana se celebra a Liturgia das águas, como conclusão
de uma liturgia penitencial.
A Madre Esperanza confiava na Divina Providência. Mandou construir
uma Via-Sacra que se estende por um quilômetro. Os fiéis contam que
quando teve que realizar o pagamento da obra, a religiosa não tinha o
dinheiro suficiente, entrou no seu quarto para pedir a Deus que a
ajudasse já que Ele tinha permitido que a obra fosse feita. Depois de
rezar a religiosa saiu de seu quarto com o dinheiro necessário.
Sua vida
Nasceu em Vereda del Molino, Murcia (Espanha) em 30 de setembro de 1893, seu nome de batismo era María Josefa Alhama Valera, era a mais velha de nove irmãos de uma humilde família de diaristas de Siscar e moravam em uma pequena casa levantada com barro.
Por sua situação de pobreza não recebeu uma educação escolar. Desde
muito jovem serviu na casa de um endinheirado comerciante de Santomera,
onde seus filhos lhe ensinaram a ler e escrever, a religiosa sempre
recordou este gesto e estava agradecida por isso.
Para Madre Esperanza, Santa Teresa do Menino Jesus era seu exemplo a
seguir e continuava sua mensagem de amor misericordioso, e no dia da
Santa em 15 de outubro de 1914 à idade de 22 anos ingressou na vida
religiosa.
Ao passar os anos, Madre Esperanza esteve sob observação do Santo
Ofício, porque se tinha notado nela algumas "coisas sobrenaturais",
tratando de determinar se estes fatos provinham de Deus ou não,
decidindo ao final dar-lhe o voto de confiança porque tinha demonstrado
sua dedicação ao Senhor e sua boa vontade.
No Natal de 1930 fundou em Madri, a Congregação das Escravas do Amor Misericordioso.
Esteve marcada por muitas doenças que se curavam muitas vezes sem
explicação médica, mas em 8 de fevereiro de 1983 à idade de 90 anos
faleceu, vítima de outra doença. Seus restos mortais descansam na cripta
do Santuário.
A congregação que fundou Madre Esperanza se dedica ao ensino, acolhida e acompanhamento de crianças e jovens. Ajudam os doentes, idosos, pessoas com habilidades especiais e famílias necessitadas.
A religiosa expressou em uma oportunidade que queria "ser como uma
batata que desaparece debaixo da terra para dar vida a novos filhos".

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