Foi diácono permanente durante 32 anos
Padre Enrique Martínez Domínguez. Foto: Gerardo Aguirre/El Heraldo de Chihuahua |
19 Ago. 13
MEXICO D.F., (ACI/EWTN Noticias).-
Enrique Martínez Domínguez tem 71 anos de idade, quando ainda era jovem
ingressou no seminário, mas por motivos de saúde deixou os estudos,
conheceu a Guillermina com quem se casou e se dedicou ao "apostolado
matrimonial". A dois anos da morte de sua esposa, foi ordenado sacerdote
na Arquidiocese de Chihuahua no México em companhia de seus oito filhos
e 18 netos.
O jornal El Heraldo de Chihuahua narrou a comovedora história de sua
vocação. Graças à formação católica que recebeu de seus pais e sua
aproximação à Igreja
como coroinha, aos 17 anos Enrique ingressou no Seminário
Arquidiocesano desta cidade. Entretanto teve que abandonar seus estudos
por motivos de saúde.
Conseguiu um empréstimo para operar-se de uma mastoidite e sinusite
que o tinham afetado. Ao terminar de pagá-lo decidiu reingressar ao
Seminário, mas não foi possível continuar por uma série de sequelas que
ficaram das doenças que tinha padecido.
Decidiu procurar emprego em uma mina de ferro e no povoado de Camargo
conheceu Guillermina Amparán Rey. "Desde que a vi, me encantou",
recorda.
Pouco depois a relação terminou e pela terceira vez tentou retornar
ao seminário, mas foi rechaçado devido às sequelas das doenças. Pensando
que Deus o chamava à vida matrimonial, retornou com Guillermina e se casaram em 14 de outubro de 1967 na Paróquia da Santa Rosalía em Camargo.
Enrique e "Guille", como a chamava, sempre viveram o apostolado em seu matrimônio, participando de iniciativas solidárias. Conseguiram fundar um jardim de crianças, uma escola primária e outra secundária, uma clínica e construíram uma capela.
Tiveram oito filhos: Francisco, Enrique, Celia, Isela, Roque, Marcos,
Melina Rocio e Celina Patrícia. Seus netos têm entre 1 e 17 anos de
idade. Apesar de que não contava com suficientes recursos econômicos,
conseguiu que todos os seus filhos fossem à universidade.
Enrique sempre recebeu o apoio de Guille, que faleceu em 7 de
fevereiro do 2011 vítima de câncer. Perdê-la foi um momento muito
significativo. "Se vivemos em plena disponibilidade para Deus, a própria
morte não é um desenlace trágico, mas é contemplar para onde vamos",
assinala.
Diaconato permanente
Enrique recorda que um ano depois de seu matrimônio começou a escutar
de diferentes pessoas sobre o diaconato permanente, preparou-se e foi
ordenado diácono permanente em 8 de setembro de 1981 junto com o seu
amigo Cornelio Corral. "Fomos os primeiros em Chihuahua (…) o que me deu
a oportunidade de trabalhar em nome da Igreja, mas certamente apoiado
por Guille minha esposa e meus 8 filhos".
À morte de Guillermina, Enrique pediu ao Arcebispo permanecer no
diaconato permanente, mas vários sacerdotes lhe sugeriram a ideia de
ordenar-se sacerdote.
"Ordenar a um diácono permanente como sacerdote não é ordinário, é
uma exceção, porque nosso estatuto assenta que é diaconato até a morte,
mas o Bispo pode ordenar algum excepcionalmente", explica.
Os diáconos permanentes podem ser casados ou celibatários. Os
casados, ao ficarem viúvos e examinando cada caso em particular, com a
anuência do Bispo, podem ser ordenados presbíteros. O Arcebispo
Constancio Miranda submeteu a solicitude à Santa Sé que depois de um ano
e meio lhe informou que podia proceder com a ordenação sacerdotal.
"Eu quis ser obediente a Deus, não escolher uma rota pessoal, mas
sempre em resposta à diretriz de Deus, que sempre o senti perto. Este é o
momento mais decisivo de minha vida. Vislumbro que estou na etapa final
onde não existe temor nem nostalgia, por isso tenho que continuar
fazendo a vontade de Deus", afirma.
A morte de Guille foi uma mudança forte em sua vida, "a dor da
despedida foi recompensada com esta nova graça de parte de Deus",
adiciona.
Na quinta-feira 15 de agosto, na Catedral de Chihuahua, Enrique Martínez foi ordenado sacerdote.
"Junto com meus irmãos estamos muito contentes por esta celebração
que é a ordenação de nosso pai, entendendo o compromisso da educação que
sempre nos proporcionou", disse um de seus filhos, Marco, primeiro
capitão piloto aviador da Força Aérea Mexicana.
Destacou que seu pai e sua mãe foram um exemplo. O dia que informaram
a Enrique que tinha sido autorizada a sua ordenação, falou por telefone
com todos seus filhos. Sua filha Celia disse que a ordenação de seu pai
como sacerdote é uma bênção de Deus, "é um presente para a diocese e a família".Enrique celebrou sua primeira Missa no templo de Nossa Senhora de Guadalupe, na colônia Vila Nova de Chihuahua.
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