26 Ago. 13
ROMA, (ACI/EWTN Noticias).-
O jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano (LOR), pediu refletir sobre a prática da eutanásia
e suas alternativas como resultado de um relatório do Comitê Nacional
de Ética Francês (CCNE) sobre a onda de eutanásia que se registra no
mundo.
"É necessário promover uma ampla reflexão sobre o tema do final da vida:
com a esperança de que estas experiências ajudem os demais a evitar os
caminhos equivocados que outros percorreram", assinala LOR em referência
a esta prática.
O CCNE não reconhece como direito "ter acesso a um ato médico com a
finalidade de acelerar a morte, quer dizer, a eutanásia ou o suicídio
assistido", e expressa seu temor ante mudanças legislativas que derivem
em danos irreversíveis, como, por exemplo, "a lei atual na Holanda que
permite a eutanásia".
No artigo titulado "Um falso caminho para a morte acelerada", LOR
avalia os casos registrados nos últimos anos em países como a Holanda,
Bélgica, Suíça, Luxemburgo, ou Estados Unidos.
O caso da Holanda
Segundo o relatório "a Corte Suprema Holandesa deu prova de grande
indulgência pelos médicos que aceitam praticar a eutanásia a pedido de
uma pessoa que está apenas cansada de viver".
A morte do político Edward Brongersma em 1998 foi o detonante para
aprovar a eutanásia na Holanda, seu suicídio foi utilizado pelo lobby da
morte como estandarte para legalizá-la finalmente no país. O político
passou os últimos anos de sua vida tentando introduzi-la e, apesar de
não sofrer nenhuma doença séria, conseguiu, à idade de 83 anos, que seu
médico lhe administrasse a eutanásia argumentando que "estava cansado de
viver".
Brongersma alcançou, ademais, grande fama durante sua vida como defensor acérrimo da pedofilia.
Na Holanda, verifica-se um constante aumento de quase 18 por cento de
mortes entre 2010 e 2012. Esta situação foi advertida em 2009, quando o
aumento era de 13 por cento anual, e a Organização das Nações Unidas
manifestou publicamente sua preocupação frente ao aumento do número de
casos.
Na Holanda existe um Protocolo como o de Groningen que permite o
assassinato de recém-nascidos com má formações graves e demais, a idade
mínima para solicitar o suicídio assistido "é de apenas 12 anos".
Além disso, apesar de que a lei prevê o dever de consultar pelo menos
um companheiro para proceder com a eutanásia -em 2001 eram dois, dos
quais ao menos um tinha que ser psiquiatra-, continua em aumento o
número de casos nos que por "urgência", não há consulta alguma.
A tragédia da Bélgica
O CCNE explicou que na Bélgica o número de eutanásias de pessoas
doentes de neuropsiquiatrias passou de 8 por cento a 24 por cento em
dois anos. Em 2006 se praticaram 429 mortes por eutanásia e em 2011, o
número subiu para 1,133.
Em 2011 neste mesmo país, um casal obteve pela primeira vez a
eutanásia conjuntamente: o marido a solicitou por causa de um tumor
terminal, e a esposa alegou sofrimento pela doença de seu marido e sua
idade avançada.
"Ante este panorama, qual o papel dos cuidados paliativos?", questiona LOR.
Na Bélgica em 2002, dos médicos consultores de eutanásia existentes,
20 por cento estava especializado em Cuidados Paliativos, mas o
percentual se reduziu ela metade em 2009, o que segundo LOR indicaria
uma desvalorização dos Cuidados Paliativos.
"Há um risco –afirma o relatório-, de que os pacientes que poderiam
ter reencontrado o gosto por viver não recebessem os cuidados aos quais
teriam tido direito".
Também é "interessante" o dado que indica a quais médicos costumam
pedir o suicídio assistido: 50 por cento deles não costuma ser
especialista, 40 por cento costuma estar especializado em uma
disciplina, e apenas, 10 por cento dos médicos consultados estão
especializados em Cuidados Paliativos.
A eutanásia na Suíça
Na Suíça, embora a eutanásia não seja legal, o suicídio assistido é
possível em ausência de uma legislação regional ou federal com a única
limitação que "o ato não se pratique em função de um motivo egoísta",
algo que "evidentemente –assinala LOR-, é muito difícil de comprovar".
Cada vez se aceitam mais candidatos ao suicídio de pessoas que não
têm uma doença terminal, não estão no final da vida nem afetados de
nenhuma patologia. Segundo dados da associação Exit Deutsche Schweiz,
entre os anos 2001 e 2004, 34 por cento das pessoas que se suicidaram
com assistência não sofria nenhuma doença mortal; e muitas delas
padeciam transtornos psicológicos.
Estados Unidos: O caso de Oregon e Washington
Embora nos Estados Unidos a eutanásia não seja legal a nível
nacional, em 2011 no estado de Oregon se registraram 71 mortes, enquanto
que em Washington houve 94. Quase um terço dos que pediram a eutanásia decidiu finalmente não realiza-la.
A história de Brenda Millson
Nesta semana, um caso em Newcastle, Ontario (Canadá), chamou a
atenção. Brenda Millson, uma mulher idosa que cuida de seu neto autista
de 13 anos durante o verão, foi ameaçada através de uma carta anônima
que lhe exigia matar o seu neto com a eutanásia, por produzir na
vizinhança um "ruído poluente".
Nenhum comentário:
Postar um comentário