A
revista francesa “Familie Chrètienne” (link abaixo), publicou uma
oportuna entrevista com o Cardeal Raymond Leo Burke, na qual relembra a
posição da Santa Igreja, quanto ao aborto, a condenação a políticos que
apoiam tal prática, ao “casamento” homossexual, à família e à educação
dos filhos.
O Eminentíssimo Cardeal Burke é norte-americano e atualmente é o Prefeito da Signatura Apostólica da Santa Sé (que equivale ao nosso STF, ou ao supremo tribunal judiciário do Vaticano).
Aqui transcrevo a tradução de sua entrevista, recomendando aos Amigos ampla divulgação, pois, devido ao relativismo imperante em nossa época, as pessoas são tendentes a deixar cair no esquecimento o que jamais poderíamos olvidar: os ensinamentos perenes da Igreja sobre esses temas e em relação às leis injustas e imorais que governos querem impor a qualquer custo.
O Eminentíssimo Cardeal Burke é norte-americano e atualmente é o Prefeito da Signatura Apostólica da Santa Sé (que equivale ao nosso STF, ou ao supremo tribunal judiciário do Vaticano).
Aqui transcrevo a tradução de sua entrevista, recomendando aos Amigos ampla divulgação, pois, devido ao relativismo imperante em nossa época, as pessoas são tendentes a deixar cair no esquecimento o que jamais poderíamos olvidar: os ensinamentos perenes da Igreja sobre esses temas e em relação às leis injustas e imorais que governos querem impor a qualquer custo.
Cardeal Burke: “A Igreja Católica jamais aprovará as uniões homossexuais”
P — A defesa da vida é um combate incessante para a Igreja, como o atesta, entre outros, a continuação das jornadas Evangelium vitae lançadas por João Paulo II. Onde se radica essa prioridade?
R — A lei que a Revelação nos deu nos ensina que o primeiro direito de um ser humano é de viver. Esta verdade, que é a inviolabilidade de vida inocente, é tão mais evidente quando se lembra que Cristo morreu por todos os seres humanos sem exceção. Lembremos igualmente a parábola do juízo final: “O que fazeis ao menor dos meus é a mim que o fazeis” (Mateus 25,40). Ora, aqueles que são vivos, mas ainda não nasceram, são os menores. É por isso que a Igreja conclamará sempre a proteger a vida inocente. Mais ainda, o primeiro preceito da lei natural é o de promover e proteger a vida humana. Inscrito no coração de cada um, este preceito é participado por todo mundo, seja qual for a sua orientação espiritual.
P — Uma nota da Congregação para a Doutrina da Fé, assinada pelo cardeal Ratzinger em 2004, indicava que não se devia dar a comunhão a políticos católicos, homens e mulheres, que defendessem publicamente o aborto. Ela está ainda vigente?
R — Inteiramente! Os homens políticos que se dizem católicos, mas que defendem o aborto pretendendo não querer impor suas convicções religiosas, estão no erro, pois, como eu já o disse, a revelação divina não vem senão confirmar aquilo que a lei natural acessível a todos já estabeleceu. E aqueles que fazem abertamente a promoção do aborto não devem, portanto, ter acesso à sagrada comunhão. Esta regra de disciplina canônica está prevista no artigo 915 do Código de Direito Canônico. Os católicos devem saber manifestar sua oposição, inclusive na rua, quando necessário.
P — Qual é o papel da família no respeito pela vida?
R — A família tem o primeiro papel, pois são os pais que devem ensinar os filhos a respeitarem a vida humana e a si próprios. Em uma segunda etapa, a educação religiosa deve preparar os filhos nesse sentido. Nesta ótica, a catequese é muito importante. Durante os anos, a maneira de ensinar o catecismo às crianças foi de tal maneira pobre que há uma necessidade de realizar um verdadeiro trabalho nesse ponto. Espero que esse tempo em que a catequese foi empobrecida acabou. Lembro-me de que quando eu era bispo de uma diocese, tentei tanto que pude remediar esses problemas.
P — Vossa Eminência é o prefeito do Tribunal supremo da Signatura Apostólica, que vela pela boa administração da justiça eclesiástica. O que diz o ensinamento da Igreja sobre as uniões homossexuais?
R — O ensinamento da Igreja é muito claro. A união sexual é moral no âmbito do casamento, sendo ela a expressão de um amor fiel, permanente e fecundo, isto é, procriador, entre um homem e uma mulher. Uma nota da Congregação para a Doutrina da Fé, publicada em 2003 e assinada pelo Cardeal Ratzinger, então prefeito dessa mesma congregação, condenava assim toda forma de legalização das uniões homossexuais. A natureza nos ensina que o homem e a mulher são feitos um para o outro. A alteridade é uma condição necessária ao casamento. Cumpre, pois, compreender que a Igreja Católica jamais aprovará as uniões homossexuais, que não podem ser naturalmente procriadoras.
P — Na França, a lei que legaliza o casamento homossexual foi votada. O que os católicos devem fazer doravante?
R — Acompanhei o combate dos franceses contra essa lei. Eu posso lhes dizer aqui: continuem a manifestar, continuem a mostrar que essa lei é injusta e imoral. A Igreja os apoiará nesse combate pela justiça. Eu incito assim os padres e os bispos a continuar nessa via e a manifestar sua oposição na rua se necessário. É importante que eles deem o exemplo. Eu mesmo cheguei a manifestar, notadamente na Marcha pela Vida. Na Evangelium vitae, João Paulo II faz referência à desobediência civil, é nesse gênero de caso que devemos praticá-la. Os pais têm igualmente um trabalho a fazer contra essas leis insidiosas. Eles devem observar o que fazem seus filhos. O pior hoje é sem dúvida a pornografia. Os pais devem prestar atenção principalmente quando os filhos utilizam o computador e olham coisas cujos efeitos eles não medem e que fazem muito mal.
P — Como preservar as crianças desses desvios de conduta quando exibidos na rua?
R — É preciso que os pais procurem manter seus filhos longe de tudo isso e explicar-lhes o que é bem e o que é mal. A escola é também um lugar no qual importa investir. É necessário principalmente que o ensino católico seja ainda mais católico do que o é atualmente.
famillechretienne.fr – 20/06/2013 / Par Pierre de Calbiac
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