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Fotografia de Santa Teresinha, em julho de 1996 [foto feita pela Irmã Genoveva] |
Plinio Corrêa de Oliveira
A santificação implica o maior dos heroísmos, pois supõe não só a
resolução firme e séria de, se preciso for, sacrificar a vida para
conservar a fidelidade a Jesus Cristo, mas ainda de viver na Terra uma
existência prolongada, se tal aprouver a Deus, renunciando a todo
momento ao que se tem de mais caro, para se apegar tão-somente à vontade
divina.
Certa iconografia, infelizmente muito em uso, apresenta os Santos sob aspecto bem diverso: criaturas moles, sentimentais, sem personalidade nem força de caráter, incapazes de ideias sérias, sólidas, coerentes, almas levadas apenas por suas emoções, e, pois, totalmente inadequadas para as grandes lutas que a vida terrena traz sempre consigo.
Certa iconografia, infelizmente muito em uso, apresenta os Santos sob aspecto bem diverso: criaturas moles, sentimentais, sem personalidade nem força de caráter, incapazes de ideias sérias, sólidas, coerentes, almas levadas apenas por suas emoções, e, pois, totalmente inadequadas para as grandes lutas que a vida terrena traz sempre consigo.
Imagem com fisionomia deformada de Santa Teresinha, contrasta com a verdadeira fisionomia da foto abaixo |
A figura de Santa Teresinha do Menino Jesus foi especialmente deformada pela má iconografia [foto acima].
Rosas, sorrisos, sentimentalismo inconsistente, vida suave,
despreocupada, ossos de açúcar-candi e sangue de mel, eis a ideia que
nos dão da grande, da incomparável santinha.
Como tudo isso difere do espírito vasto e profundo como o firmamento, rutilante e ardente como o sol, e entretanto tão humilde, tão filial, com que se toma contato quando se lê a Histoire d’une Âme [ou Manuscritos Autobiográficos]. [foto abaixo]
Como tudo isso difere do espírito vasto e profundo como o firmamento, rutilante e ardente como o sol, e entretanto tão humilde, tão filial, com que se toma contato quando se lê a Histoire d’une Âme [ou Manuscritos Autobiográficos]. [foto abaixo]
Autêntica fisionomia de Santa Teresinha, alguns meses antes de seu falecimento [foto feita em junho de 1997] |
Estas duas fotografias apresentam por assim dizer duas “Teresinhas”
diversas e até opostas uma à outra. A primeira nada tem de heroico, é a
Teresinha insignificante, superficial, almiscarada, da iconografia
romântica e sentimental. A segunda é a Teresinha autêntica, fotografada
em 7 de junho de 1897, pouco antes de sua morte, que ocorreu em 30 de
setembro do mesmo ano. A fisionomia está marcada pela paz profunda das
grandes e irrevogáveis renúncias. Os traços têm uma nitidez, uma força,
uma harmonia que só as almas de uma lógica de ferro possuem. O olhar
fala de dores tremendas, experimentadas no que a alma tem de mais
recôndito, mas ao mesmo tempo deixa ver o fogo, o alento de um coração
heroico, resolvido a ir adiante custe o que custar.
Contemplando esta fisionomia forte e profunda, como só a graça de Deus pode tornar a alma humana, pensa-se em outra Face: a do Santo Sudário de Turim, que nenhum homem poderia imaginar, e talvez nenhum ouse descrever. Entre a Face do Senhor Morto, que é de uma paz, uma força, uma profundidade e uma dor que as palavras humanas não conseguem exprimir, e a face de Santa Teresinha, há uma semelhança imponderável, mas imensamente real.
E o que há de estranhável em que a Santa Face tenha impresso algo de Si no rosto e na alma daquela que em religião se chamou precisamente Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face?
Contemplando esta fisionomia forte e profunda, como só a graça de Deus pode tornar a alma humana, pensa-se em outra Face: a do Santo Sudário de Turim, que nenhum homem poderia imaginar, e talvez nenhum ouse descrever. Entre a Face do Senhor Morto, que é de uma paz, uma força, uma profundidade e uma dor que as palavras humanas não conseguem exprimir, e a face de Santa Teresinha, há uma semelhança imponderável, mas imensamente real.
E o que há de estranhável em que a Santa Face tenha impresso algo de Si no rosto e na alma daquela que em religião se chamou precisamente Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face?
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Plinio Corrêa de Oliveira, Catolicismo, excertos de Ambientes, Costumes, Civilizações, Nº 30, junho/1953.
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