21 outubro 2013
Quando um cristão passa a ser discípulo da ideologia é porque perdeu a
fé. Esta a principal conclusão que podemos retirar da meditação matinal
do Papa Francisco na missa em Santa Marta nesta quinta-feira.
O Santo Padre baseou a sua meditação na leitura do Evangelho deste
dia, em que Jesus reprova a atitude dos doutores da lei dizendo-lhes que
eles tinham levado a chave do conhecimento. Tal como disse o Papa:
“chave no bolso e porta fechada”. Com base neste episódio o Papa
refletiu sobre a atitude dos cristãos que muitas vezes têm este formato:
partindo de ideologias e moralismos, os cristãos, por vezes, têm a
chave na mão e deixam a porta fechada. Ou seja, podem permitir o acesso e
proceder a uma abertura, mas ficam numa visão fechada da vida e, por
conseguinte, da fé. Com este tipo de atitude favorecesse a ideologia,
disse o Papa Francisco , e “quando um cristão passa a ser discípulo da
ideologia é porque perdeu a fé” e “a fé transforma-se em ideologia”:
“A fé transforma-se em ideologia e a ideologia assusta, a ideologia
manda embora as pessoas, afasta, afasta as pessoas e afasta a Igreja da
gente. Mas é uma doença grave esta dos cistãos ideológicos. É uma
doença, mas não é nova? Já o Apóstolo João, na sua Primeira Carta,
falava disto. Os cristãos que perdem a fé e preferem as ideologias. A
sua atitude é: tornarem-se rígidos, moralistas, mas sem bondade. A
pergunta pode ser esta: Mas porque é que um cristão pode passar a ser
assim? O que é que sucede no coração daquele cristão, daquele padre,
daquele bispo, daquele Papa, para ficar assim? Simplesmente uma coisa:
aquele cristão não reza. E se não há oração, tu sempre fechas a porta.”
A chave que abre a porta da fé é a oração – concluiu o Papa – e
quando não há oração o cristão fica soberbo, orgulhoso e seguro de si
mesmo. Não é humilde. E pode cair no erro dos doutores da lei que, como
diz o Santo Padre, não faziam oração mas rezavam muitas orações para
serem vistos. Ao contrário, Jesus, disse-nos que para fazer oração –
continuou o Papa – devemos fechar-nos no nosso quarto e rezar ao Senhor
de coração a coração. O Santo Padre, em conclusão, pediu ao Senhor para
que nos dê a graça de nunca deixarmos de rezar, para não perder a fé, e
conservarmo-nos humildes. (RS)
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