sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Um pouco de New Age (Parte II)

A Nova Era como neo-gnosticismo: auto-salvação de baixo para cima


Por Sandro Leoni
ROMA, 09 de Outubro de 2013 (Zenit.org) - A Conferência Episcopal Italiana (CEI) apontou a Nova Era, juntamente com o movimento das Testemunhas de Jeová (salvação alternativa vinda de cima), como um símbolo do neo-gnosticismo (auto-salvação vinda de baixo):

"A New Age:

41. Mais do que grupos individuais e movimentos religiosos definidos, com estruturas e doutrinas próprias, devemos levar em consideração a propagação de uma nova maneira de compreender o mundo, que atende pelo nome de New Age: nela, confluem e se confundem pensamento oriental, elementos de derivação cristã, doutrinas esotéricas, novas cosmologias e interpretações astrológicas, numa composição sincretista que tende a responder às mais diversas e até opostas exigências da sociedade contemporânea.
A New Age desvaloriza e torna irrelevante o critério de verdade, e quem evoca a sua necessidade é considerado perigoso para a concórdia entre os homens, perturbador do caminho rumo à nova era, a qual estaria destinada a pôr fim às disputas e divisões das idades anteriores do mundo.

No limiar do milênio, é prometida uma "nova era" do mundo, a "Era de Aquário", que será de unidade e paz universal, caracterizada pelo advento de uma religião planetária, herdeira do que houve de positivo em todas as religiões anteriores, levando-as, assim, ao seu cumprimento. Embora faça referências também ao pensamento de autores cristãos, esse movimento esvazia o evento salvífico de Cristo eliminando a sua verdade, singularidade e plenitude.
Além do sincretismo, a New Age é dominada por um vago naturalismo e imanentismo. O homem, de acordo com essa linha de pensamento, pode se tornar capaz, através de algumas técnicas, de fazer a experiência do divino sem a ajuda da graça divina, realizando com as próprias forças a sua salvação, da qual depende a harmonia universal.

42. O pensamento da New Age se espalha de modo sutil e quase imperceptível, por muitos canais e formas, e é apresentado com metodologias adequadas inclusive para as crianças, sublinhando as suas características de amor universal e de proteção da natureza.

Esta proposta pode ser enganosa, porque apresenta determinados objetivos com os quais é fácil concordar: harmonia entre homem e natureza, consciência e compromisso para tornar o mundo melhor, mobilização de todas as forças do bem para um novo projeto unitário de vida.
Algumas técnicas propostas podem ser consideradas naturalmente boas e psicologicamente úteis, mas outras são altamente questionáveis, porque usam formas que violam a ética natural e o respeito pelo ser humano.

Exige-se, portanto, um aprofundamento e um esclarecimento sobre esta nova forma de sincretismo religioso, que é difícil de definir. Só é bom o que é verdadeiro: este é o critério que deve nos guiar. Temos uma obrigação de consciência para com a verdade e um dever de obediência à Palavra revelada, advertidos que fomos por São Paulo de que existe sempre o risco de trocarmos a verdade de Deus pela mentira e de adorarmos "a criatura no lugar do Criador" (Rm 1, 25).
43. A resposta cristã para a Nova Era está no mistério da Encarnação: o Filho de Deus nasceu da Virgem Maria "para nos salvar". Não há salvação em nenhum outro nome (cf. At 4 , 12). Ninguém pode salvar a si mesmo, com técnicas humanas.

Apesar da companhia de todas as constelações e com todas as práticas psicológicas possíveis, o homem permanece irremediavelmente sozinho. Veio Outro para nos salvar, aquele que "por nós, homens, e pela nossa salvação, desceu dos céus" e está vivo e operante mediante o seu Espírito na Igreja.
O cristão não adere a um salvador humanamente inventado, mas ao Jesus Cristo do Evangelho, que nos salva através da cruz e da ressurreição, propondo o caminho das bem-aventuranças e nos fazendo transcender o horizonte terreno, ainda que o ilumine e o promova". 
Clique aqui para ler a Parte I

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