A Nova Era como neo-gnosticismo: auto-salvação de baixo para cima
Por Sandro Leoni
ROMA, 09 de Outubro de 2013 (Zenit.org)
- A Conferência Episcopal Italiana (CEI) apontou a Nova Era, juntamente
com o movimento das Testemunhas de Jeová (salvação alternativa vinda de
cima), como um símbolo do neo-gnosticismo (auto-salvação vinda de
baixo):
A New Age desvaloriza e torna irrelevante o critério de verdade, e quem evoca a sua necessidade é considerado perigoso para a concórdia entre os homens, perturbador do caminho rumo à nova era, a qual estaria destinada a pôr fim às disputas e divisões das idades anteriores do mundo.
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"A New Age:
41. Mais do que grupos individuais e movimentos religiosos definidos, com estruturas e doutrinas próprias, devemos levar em consideração a propagação de uma nova maneira de compreender o mundo, que atende pelo nome de New Age: nela, confluem e se confundem pensamento oriental, elementos de derivação cristã, doutrinas esotéricas, novas cosmologias e interpretações astrológicas, numa composição sincretista que tende a responder às mais diversas e até opostas exigências da sociedade contemporânea.A New Age desvaloriza e torna irrelevante o critério de verdade, e quem evoca a sua necessidade é considerado perigoso para a concórdia entre os homens, perturbador do caminho rumo à nova era, a qual estaria destinada a pôr fim às disputas e divisões das idades anteriores do mundo.
No limiar do milênio, é prometida uma "nova era" do mundo, a "Era de
Aquário", que será de unidade e paz universal, caracterizada pelo
advento de uma religião planetária, herdeira do que houve de positivo em
todas as religiões anteriores, levando-as, assim, ao seu cumprimento.
Embora faça referências também ao pensamento de autores cristãos, esse
movimento esvazia o evento salvífico de Cristo eliminando a sua verdade,
singularidade e plenitude.
Além do sincretismo, a New Age é dominada por um vago naturalismo e
imanentismo. O homem, de acordo com essa linha de pensamento, pode se
tornar capaz, através de algumas técnicas, de fazer a experiência do
divino sem a ajuda da graça divina, realizando com as próprias forças a
sua salvação, da qual depende a harmonia universal.
42. O pensamento da New Age se espalha de modo sutil e quase
imperceptível, por muitos canais e formas, e é apresentado com
metodologias adequadas inclusive para as crianças, sublinhando as suas
características de amor universal e de proteção da natureza.
Esta proposta pode ser enganosa, porque apresenta determinados
objetivos com os quais é fácil concordar: harmonia entre homem e
natureza, consciência e compromisso para tornar o mundo melhor,
mobilização de todas as forças do bem para um novo projeto unitário de
vida.
Algumas técnicas propostas podem ser consideradas naturalmente boas e
psicologicamente úteis, mas outras são altamente questionáveis, porque
usam formas que violam a ética natural e o respeito pelo ser humano.
Exige-se, portanto, um aprofundamento e um esclarecimento sobre esta
nova forma de sincretismo religioso, que é difícil de definir. Só é bom o
que é verdadeiro: este é o critério que deve nos guiar. Temos uma
obrigação de consciência para com a verdade e um dever de obediência à
Palavra revelada, advertidos que fomos por São Paulo de que existe
sempre o risco de trocarmos a verdade de Deus pela mentira e de
adorarmos "a criatura no lugar do Criador" (Rm 1, 25).
43. A resposta cristã para a Nova Era está no mistério da Encarnação:
o Filho de Deus nasceu da Virgem Maria "para nos salvar". Não há
salvação em nenhum outro nome (cf. At 4 , 12). Ninguém pode salvar a si
mesmo, com técnicas humanas.
Apesar da companhia de todas as constelações e com todas as práticas
psicológicas possíveis, o homem permanece irremediavelmente sozinho.
Veio Outro para nos salvar, aquele que "por nós, homens, e pela nossa
salvação, desceu dos céus" e está vivo e operante mediante o seu
Espírito na Igreja.
O cristão não adere a um salvador humanamente inventado, mas ao Jesus
Cristo do Evangelho, que nos salva através da cruz e da ressurreição,
propondo o caminho das bem-aventuranças e nos fazendo transcender o
horizonte terreno, ainda que o ilumine e o promova". Clique aqui para ler a Parte I
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