Muitos,
a procura de riqueza e melhora de vida, buscam supostas igrejas
chamadas Universal, Mundial ou doutros nomes; todavia, uma pergunta é
inevitável: tais denominações são realmente cristãs?
Ora, o Evangelho é bem claro: não podeis servir a Deus e ao dinheiro (“Nemo potest duobus dominis servire: aut enim unum odio habebit et alterum diliget, aut unum sustinebit et alterum contemnet; non potestis Deo servire et mammonae”
– Mt 6,24). Não obstante, muitos acreditam buscar a Deus, buscando o
dinheiro. Ora, colocar o foco no dinheiro é buscar um deus que não é o
Deus. Aquele que serve a Deus, busca a Deus e aquele que busca a Deus
serve a Deus; da mesma forma, aquele que busca ao dinheiro é ao dinheiro
que serve e se serve ao dinheiro não serve a Deus.
Se a
teologia da prosperidade fosse cristã, seus seguidores buscariam mais
propiciar a inclusão e o enriquecimento dos miseráveis do que
enriquecerem eles próprios. Se fosse cristã, os seguidores de tais
pastores iriam ao encontro dos moradores de rua, buscariam
propiciar-lhes uma melhora de vida e os mendigos nas ruas tornar-se-iam
uma memória de um passado longínquo. Ora,
no parágrafo anterior, já foi visto que não cumpre o Evangelho servir a
Deus e ao dinheiro, pois quem serve ao dinheiro não serve a Deus.
Ademais, Jesus Cristo foi bem claro: quem quiser seguir-me, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me (“Si quis vult post me venire, abneget semetipsum et tollat crucem suam cotidie et sequatur me”
– Lc 9,23). Observe que na teologia da prosperidade, o convite dos
falsos pastores não é de negar a si mesmo, mas de buscar a si mesmo,
buscando a prosperidade. Ali também, os falsos pastores não incentivam a
tomar a própria cruz, mas a ordenar que a cruz se afaste, a repreender o
sofrimento e, portanto, livrar-se da cruz. Portanto, não segue a Cristo
aquele que segue aos próprios anseios.
Ora, sabendo que para seguir a Cristo é necessário negar a si mesmo e
tomar a sua cruz – tendo em vista que, na teologia da prosperidade, não
se nega a si mesmo nem se toma a cruz – logo, o seguidor da teologia da
prosperidade não segue a Cristo. Ora, isso é evidente para os cristãos,
pois os cristãos sabem que Cristo é Deus e Deus não é servido por
aqueles que servem ao dinheiro. E não se seguindo a Cristo sem que se
tome a Cruz, sendo Jesus Cristo Deus; então, o adepto à teologia da
prosperidade não segue a Deus.
Pela teologia da prosperidade, Jesus Cristo não teria derrubado as
bancas dos que faziam comércio na Sinagoga. Por Jesus Cristo, os homens
não venderiam sucesso nem a proposta de riquezas em seus templos. Fica,
pois, um alerta: como o Demônio tentou Jesus com a Bíblia, no deserto;
há muitos templos em que ele tenta cristãos usando também a Bíblia.
Saibam, amados irmãos e irmãs, que a Palavra de Deus tem habitado os
corações dos cristãos muito antes de Ela ser compilada na Bíblia, o que
só ocorreu por volta do ano 300 depois de Cristo. A Igreja é a Esposa de
Cristo e, sendo a Esposa é também o Corpo de Cristo. Ora, o Corpo de
Cristo não sumiu por trezentos anos, ao contrário: nesse tempo
expandiu-se, cumprindo a missão de ir por todo mundo e levar o Evangelho
a toda criatura. Ora, sabendo que a Bíblia não havia sido escrita ainda
e que o Evangelho era levado a toda criatura, fica evidente que o
Evangelho era vivido e ensinado antes mesmo de ser escrito!
Não obstante, o orgulho entrou no coração do homem e o homem se
esqueceu de todas essas coisas, buscando suas próprias interpretações,
sendo tentado a querer ser o conhecedor do Bem e do Mal… E, assim,
muitos homens tornaram a comer do fruto da árvore proibida. O resultado:
multiplicaram-se os templos que se diziam cristãos, mas não tinha
comunhão entre si, o Evangelho foi caindo em descrédito em muitos
lugares e muitos homens passaram se declararem ateus e agnósticos; a
Bíblia passou a ser um livro de múltiplas interpretações e cada vez
menos as pessoas passaram a ouvir os ensinamentos dos Apóstolos; muitos
passaram a não se sentirem mais filhos de Maria e, de fato, deixavam de
sê-lo, pois já não comungavam no Corpo de Cristo. A Eucaristia ficou
distante de muitos. Ao interpretar indiscriminadamente a Bíblia, o homem
se colocou como senhor de si próprio e Deus deixou de ter espaço em seu
coração.
Mas o olhar de Deus paira sobre nós. E você, o que fará?
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