Duas vezes na história da saída de Jacó da terra de Labão é usado o nome de Deus: “O Temor de Isaque”.
Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão, o
Temor de Isaque, não estivesse comigo, certamente você me despediria de
mãos vazias. Mas Deus viu o meu sofrimento e o trabalho das minhas mãos
e, na noite passada, ele manifestou a sua decisão, (Gn 31.42)
Ao selar o acordo de não-agressão com Labão, Jacó “fez um juramento em nome do Temor de seu pai Isaque” v. 53.
Por que este nome é usado aqui, e somente aqui, e o que significa?
Não há nenhuma explicação do termo ou do seu uso neste
capítulo, nem nada na narrativa sobre Isaque que dê uma noção. O título
divino parece sugerir que foi Deus que inspirou em Isaque o temor e a
reverência. Somente pelo contexto é que se pode ter uma ideia do uso do
nome aqui.
A resposta de Jacó a Labão sugere que ele sentiu certo
medo do sogro, v. 31. Talvez pelo uso do nome ele quisesse tirar forças
para enfrentar o sogro e não se deixar intimidar. Como seu pai, ele
também deve ter temor a Deus e não de nenhum homem. E serviria para
lembrar o sogro que o Deus que protegeu Jacó devia inspirar nele também o
temor. Seria a maneira dele de lembrar a si próprio e ao sogro de que
viviam e agiam perante o Deus que merecia respeito e obediência.
O termo “temor” ou “medo” podia ter também o significado
de “parente” e BJ assim o traduz. Se há um duplo sentido aqui, é
sugestivo que a intimidade com Deus ocorre por meio duma atitude de
reverência e temor.
Hoje, os cristãos chamam Deus de Pai, mas nem por isso
devemos perder a reverência que tinham os antigos. Pelo contrário, a
revelação da sua santidade ao enviar o Cristo como sacrifício pelos
pecados deve suscitar mais ainda em nós o temor do Senhor.
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