sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Para superar a letargia

Primazia e colegialidade na Igreja segundo a «Evangelii gaudium»

«Só podemos falar da Igreja com base na exigência de Deus e no conhecimento da sua presença humana em Jesus Cristo no mundo» – disse o cardeal Gerhard Ludwig Müller na décima segunda edição das «Conversações de Direito canônico» que se realizou em Valência.

Diante das tragédias globais e diárias das guerras civis e do terrorismo, da pobreza e da exploração, da miséria dos refugiados, da morte por droga, do número crescente de suicídios e da dependência da pornografia, que atinge 20% dos jovens, da crise de significado e da desorientação espiritual e moral de milhões de pessoas, a Igreja de Deus tem a tarefa de oferecer novamente esperança ao povo desta época. Mas a Igreja não é a luz; ela só pode dar testemunho da luz que ilumina cada pessoa, de Jesus Cristo, Filho de Deus e redentor da humanidade inteira. É do conhecimento de Deus – frisou o arcebispo prefeito da Congregação para a Doutrina da fé – que se vê se o homem está ciente da sua vocação divina e se tem um futuro neste mundo e além.
Uma Igreja preocupada só com os próprios problemas estruturais seria assustadoramente anacrónica e distante da realidade. De facto, no seu ser e na sua missão ela é apenas a Igreja do Deus Trino, origem e meta de todos os homens e do universo inteiro. Uma nova definição da autonomia e da colaboração das Igrejas locais, da colegialidade episcopal e da primazia do Papa nunca deve perder de vista o desafio actual da exigência de Deus. A Igreja católica é communio ecclesiarum e não uma federação de Igrejas regionais nem uma associação mundial de comunidades eclesiais confessionalmente afins, que por tradição humana respeitam o bispo de Roma como presidente honorário. De facto, nação, língua e cultura não são princípios constitutivos da Igreja, que, em Cristo, testemunha e realiza a unidade dos povos;
O texto integral em alemãoespanhol

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