«Só podemos falar da
Igreja com base na exigência de Deus e no conhecimento da sua
presença humana em Jesus Cristo no mundo» – disse o cardeal
Gerhard Ludwig Müller
na décima segunda edição das «Conversações de Direito canônico»
que se realizou em Valência.
Diante das tragédias globais e
diárias das guerras civis e do terrorismo, da pobreza e da
exploração, da miséria dos refugiados, da morte por droga, do
número crescente de suicídios e da dependência da pornografia, que
atinge 20% dos jovens, da crise de significado e da desorientação
espiritual e moral de milhões de pessoas, a Igreja de Deus tem a
tarefa de oferecer novamente esperança ao povo desta época. Mas a
Igreja não é a luz; ela só pode dar testemunho da luz que
ilumina cada pessoa, de Jesus Cristo, Filho de Deus e redentor da
humanidade inteira. É do conhecimento de Deus – frisou o arcebispo
prefeito da Congregação para a Doutrina da fé – que se vê se
o homem está ciente da sua vocação divina e se tem um futuro neste
mundo e além.
Uma Igreja preocupada só
com os próprios problemas estruturais seria assustadoramente
anacrónica e distante da realidade. De facto, no seu ser e na sua
missão ela é apenas a Igreja do Deus Trino, origem e meta de todos
os homens e do universo inteiro. Uma nova definição da autonomia
e da colaboração das Igrejas locais, da colegialidade episcopal e
da primazia do Papa nunca deve perder de vista o desafio actual da
exigência de Deus. A Igreja católica é
communio
ecclesiarum
e não uma federação de Igrejas
regionais nem uma associação mundial de comunidades eclesiais
confessionalmente afins, que por tradição humana respeitam o bispo
de Roma como presidente honorário. De facto, nação, língua e
cultura não são princípios constitutivos da Igreja, que, em
Cristo, testemunha e realiza a unidade dos povos;
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