06 Jan. 14
MADRI, (ACI/Europa Press).-
O Professor de História do Oriente Médio da Universidade CEU - San
Pablo, da Espanha, Hipólito Sanchiz, explicou que os três presentes que
obsequiaram os Reis Magos ao Menino Jesus não foram escolhidos ao acaso,
e explicou que o ouro era um presente para Jesus como Rei --pois era um
presente destinado a nobres e monarcas--, o incenso era um presente
para o Jesus como Deus --pois esta resina se queimava diante dos
deuses-- e a mirra, para Jesus como homem --pois com ela se embalsamava
os mortos--.
Assim, Sanchiz explica que o ouro, o incenso e a
mirra que os Reis do Oriente entregaram ao menino Jesus em Belém estavam
associados a certos conceitos e rituais, além do fato de que os três
poderiam ser equiparados ao que hoje seriam considerados produtos
"caros" e de "luxo".
Concretamente, em relação ao ouro, o perito
considera que pode este ser estimado "como presente régio, destinado a
um rei" e recorda que em Mateus 2,2 se faz referência a que os Reis
Magos chegaram ao Presépio em busca do nascimento do "Rei dos Judeus",
por isso a presença do aspecto régio da visita.
Por sua parte, a
simbologia do incenso é "muito clara" para Sanchiz, pois faz referência
ao caráter divino de Cristo, já que na religião judia e nas pagãs, o
incenso se queimava apenas diante dos deuses, muitas vezes como
sacrifício, e, de fato as igrejas católica e ortodoxa seguem
empregando-o em sua liturgia.
Em todo caso, ele admite certa
diversidade de critério na hora de determinar de qual tipo de incenso se
tratava, pois, enquanto que Vulgata aparece o término 'thus', que
significa incenso, na versão grega de São Mateo se emprega a palavra
'olívano', que é um tipo de incenso, "uma substância gomosa composta de
diversas resinas que ao queimar-se proporcionava um suave aroma".
Em
relação à mirra --substância aromática feita com a resina da árvore da
mirra--, Sanchiz vê duas possíveis explicações pois a mirra se utilizava
como anestésico --normalmente mesclada com vinho-- e se pode
interpretar como que o Senhor devia tirar a dor ao mundo". Mas também a
mirra era empregada para embalsamar os mortos, e por isso poderia
representar "um anúncio de sua paixão e uma alegoria de que Jesus como
homem estava sujeito à morte".
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