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2014-02-06
Rádio Vaticana
A Santa Sé acolheu com surpresa, nesta quarta-feira, as observações
conclusivas da Comissão da ONU sobre os Direitos da Criança que acusa
duramente o Vaticano sobre a questão de abusos contra menores cometidos
por membros do clero. As observações foram apresentadas, nesta
quarta-feira, em Genebra, na Suíça. Os países tomados em consideração
nesta 65ª sessão do Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança, sobre os
quais foram apresentadas conclusões e recomendações, foram: Congo,
Alemanha, Santa Sé, Portugal, Federação Russa e Iémen.
Segundo o organismo das Nações Unidas, a Santa Sé continuaria a violar a Convenção sobre os Direitos da Criança. A Comissão critica também o Vaticano pelas suas posições sobre homossexualidade, contracepção e aborto.
Entrevistado pela Rádio Vaticano, o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Genebra, D. Silvano Maria Tomasi, ilustra a reação da Santa Sé àquelas acusações:
"Primeira impressão: é preciso esperar, ler atentamente e analisar detalhadamente o que escrevem os membros desta comissão, mas a primeira reação foi de surpresa, porque o aspecto negativo do documento que produziram faz pensar que tenha sido preparado antes da reunião da Comissão com a delegação da Santa Sé, que deu em detalhes respostas precisas sobre vários pontos, que não foram, em seguida, incluídas no documento final ou pelo menos não parecem ter sido levadas seriamente em consideração. De facto, o documento parece não ter sido atualizado, considerando o que nesses últimos anos foi feito no âmbito de Santa Sé, com as medidas tomadas diretamente pela autoridade do Estado da Cidade do Vaticano e depois pelas Conferências Episcopais nos vários países. Portanto, falta a perspectiva correta e atualizada que realmente viu uma série de mudanças para a proteção das crianças que me parece difícil de encontrar, no mesmo nível de compromisso, em outras instituições ou até mesmo em outros Estados. Isto é simplesmente uma questão de fatos e evidências que não podem ser distorcidos!"
- Como responder de maneira precisa a essas acusações da Comissão da ONU?
"Não se pode em dois minutos responder a todas as afirmações feitas – algumas muito injustas – no documento conclusivo do Comité. A Santa Sé responderá, porque é um membro, um Estado Parte da Convenção, que a ratificou e pretende observar no espírito e na letra essa Convenção, sem acréscimos ideológicos ou imposições que estão fora da Convenção. Por exemplo, a Convenção sobre a proteção das crianças, em seu preâmbulo, fala da defesa da vida e da proteção das crianças antes e depois do nascimento; enquanto a recomendação que é feita à Santa Sé é a de mudar a sua posição sobre a questão do aborto! É claro que, quando uma criança é morta não existem mais direitos! Então, isso me parece uma verdadeira contradição com os objetivos fundamentais da Convenção que é o de proteger as crianças. Este Comité não fez um bom serviço às Nações Unidas, tentando pedir à Santa Sé para mudar o seu ensinamento não negociável! É um pouco triste ver que o Comité não compreenda a natureza e as funções da Santa Sé, que expressou claramente a sua decisão de realizar os pedidos da Convenção sobre os Direitos da Criança, mas definindo e protegendo primeiramente os valores fundamentais que tornam a proteção da criança real e eficaz."
- A ONU tinha inicialmente dito que o Vaticano havia respondido melhor do que outros países sobre a proteção dos menores: o que é aconteceu entretanto?
"Na introdução do relatório final foi reconhecida a clareza das respostas; não se procurou evitar nenhum pedido feito pelo Comité, com base na evidência disponível, e onde não tinha uma informação imediata, foi prometido fornecê-la no futuro, segundo as diretrizes da Santa Sé, assim como fazem todos os governos. Parecia um diálogo construtivo e acredito que deva permanecer como tal. Portanto, considerada a impressão que tivemos do diálogo direto da Delegação da Santa Sé com o Comité e o texto das conclusões e recomendações, é-se tentado a dizer que provavelmente aquele texto já tinha sido escrito e não reflete os suplementos e os esclarecimentos fornecidos, com exceção de algumas atualizações de última hora.
Portanto, devemos, com serenidade e com base nas evidências – porque não temos nada a esconder – levar a diante a explicação das posições da Santa Sé, responder às perguntas que ainda permanecem, de modo que o objetivo fundamental que deve ser atingido - a proteção das crianças – possa ser alcançado. Fala-se de 40 milhões de casos de abusos de crianças no mundo. Infelizmente, alguns desses casos – embora em proporções reduzidas em comparação com tudo o que está acontecendo no mundo – dizem respeito a membros da Igreja e a Igreja respondeu, reagiu e continua a fazê-lo! Devemos insistir nesta política de transparência e não tolerância de abusos, porque até mesmo um só caso de abuso de criança é demais!
Segundo o organismo das Nações Unidas, a Santa Sé continuaria a violar a Convenção sobre os Direitos da Criança. A Comissão critica também o Vaticano pelas suas posições sobre homossexualidade, contracepção e aborto.
Entrevistado pela Rádio Vaticano, o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Genebra, D. Silvano Maria Tomasi, ilustra a reação da Santa Sé àquelas acusações:
"Primeira impressão: é preciso esperar, ler atentamente e analisar detalhadamente o que escrevem os membros desta comissão, mas a primeira reação foi de surpresa, porque o aspecto negativo do documento que produziram faz pensar que tenha sido preparado antes da reunião da Comissão com a delegação da Santa Sé, que deu em detalhes respostas precisas sobre vários pontos, que não foram, em seguida, incluídas no documento final ou pelo menos não parecem ter sido levadas seriamente em consideração. De facto, o documento parece não ter sido atualizado, considerando o que nesses últimos anos foi feito no âmbito de Santa Sé, com as medidas tomadas diretamente pela autoridade do Estado da Cidade do Vaticano e depois pelas Conferências Episcopais nos vários países. Portanto, falta a perspectiva correta e atualizada que realmente viu uma série de mudanças para a proteção das crianças que me parece difícil de encontrar, no mesmo nível de compromisso, em outras instituições ou até mesmo em outros Estados. Isto é simplesmente uma questão de fatos e evidências que não podem ser distorcidos!"
- Como responder de maneira precisa a essas acusações da Comissão da ONU?
"Não se pode em dois minutos responder a todas as afirmações feitas – algumas muito injustas – no documento conclusivo do Comité. A Santa Sé responderá, porque é um membro, um Estado Parte da Convenção, que a ratificou e pretende observar no espírito e na letra essa Convenção, sem acréscimos ideológicos ou imposições que estão fora da Convenção. Por exemplo, a Convenção sobre a proteção das crianças, em seu preâmbulo, fala da defesa da vida e da proteção das crianças antes e depois do nascimento; enquanto a recomendação que é feita à Santa Sé é a de mudar a sua posição sobre a questão do aborto! É claro que, quando uma criança é morta não existem mais direitos! Então, isso me parece uma verdadeira contradição com os objetivos fundamentais da Convenção que é o de proteger as crianças. Este Comité não fez um bom serviço às Nações Unidas, tentando pedir à Santa Sé para mudar o seu ensinamento não negociável! É um pouco triste ver que o Comité não compreenda a natureza e as funções da Santa Sé, que expressou claramente a sua decisão de realizar os pedidos da Convenção sobre os Direitos da Criança, mas definindo e protegendo primeiramente os valores fundamentais que tornam a proteção da criança real e eficaz."
- A ONU tinha inicialmente dito que o Vaticano havia respondido melhor do que outros países sobre a proteção dos menores: o que é aconteceu entretanto?
"Na introdução do relatório final foi reconhecida a clareza das respostas; não se procurou evitar nenhum pedido feito pelo Comité, com base na evidência disponível, e onde não tinha uma informação imediata, foi prometido fornecê-la no futuro, segundo as diretrizes da Santa Sé, assim como fazem todos os governos. Parecia um diálogo construtivo e acredito que deva permanecer como tal. Portanto, considerada a impressão que tivemos do diálogo direto da Delegação da Santa Sé com o Comité e o texto das conclusões e recomendações, é-se tentado a dizer que provavelmente aquele texto já tinha sido escrito e não reflete os suplementos e os esclarecimentos fornecidos, com exceção de algumas atualizações de última hora.
Portanto, devemos, com serenidade e com base nas evidências – porque não temos nada a esconder – levar a diante a explicação das posições da Santa Sé, responder às perguntas que ainda permanecem, de modo que o objetivo fundamental que deve ser atingido - a proteção das crianças – possa ser alcançado. Fala-se de 40 milhões de casos de abusos de crianças no mundo. Infelizmente, alguns desses casos – embora em proporções reduzidas em comparação com tudo o que está acontecendo no mundo – dizem respeito a membros da Igreja e a Igreja respondeu, reagiu e continua a fazê-lo! Devemos insistir nesta política de transparência e não tolerância de abusos, porque até mesmo um só caso de abuso de criança é demais!
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