segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

É errado pensar que os consagrados são “mais perfeitos” que os leigos, explica cardeal brasileiro

Cardeal João Braz de Aviz (Foto Grupo ACI)
03 Fev 14

VATICANO, (ACI)- O Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, o cardeal brasileiro João Braz de Aviz, recordou que uma mãe ou um pai de família podem ser tão perfeitos ante os olhos de Deus como um consagrado ou uma consagrada.
“É necessário sair da convicção de que quem se consagra a Deus entra em um estado de perfeição. Não se pode pensar que uma mãe de família nunca será perfeita e, em troca, um consagrado ou uma consagrada sim. Isto é errado. Eu acredito que a mãe de família pode ser muito mais perfeita que um consagrado”, explicou aos jornalistas o Cardeal Braz de Aviz em 31 de janeiro no Escritório de Imprensa da Santa Sé.
O cardeal brasileiro esteve acompanhado por Dom José Rodríguez Carballo, Secretário do mesmo dicastério e membro dos Frades Franciscanos, eles apresentaram o Ano da Vida Consagrada que a Igreja celebrará em 2015 e que se comporá de diversas iniciativas em vistas a revigorar na Igreja a vocação a uma vida consagrada a Deus.
O Ano da Vida Consagrada contará com diversos encontros em Roma entre os jovens religiosos e religiosas, noviços e noviças da Igreja, e também com um Congresso internacional de teologia da vida consagrada sobre o tema “Renovação da vida consagrada à luz do Concílio e prospectivas para futuro”.
Dom Carballo explicou aos jornalistas que na vida consagrada “como em todas as realidades sociais e eclesiais há luzes e sombras e isto faz parte da crise que a sociedade vive. Os consagrados fazemos parte, graças a Deus, desta sociedade e deste mundo”.
Portanto “é triste ver que os consagrados vão embora, da mesma forma que é triste ver muitas famílias sendo destruídas, mas isto faz parte da realidade da graça e do pecado que existem na Igreja e em cada realidade humana”, acrescentou.
Para promover a vocação à vida consagrada, Dom Carballo indicou que seu dicastério se inspira no documento Perfectae Caritatis (A Perfeição da Caridade), o decreto dedicado à renovação da vida religiosa emanado do Concílio Vaticano II, o documento da Igreja Católica que define a realidade da Igreja até nossos dias há mais de 50 anos.
O Perfectae Caritatis “foi um sopro do Espírito e é o ponto de partida para uma profunda renovação da vida consagrada e para que reafirme seu significado evangélico”, concluiu.

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