Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV)
– Crianças famintas nos campos de refugiados, enquanto os fabricantes
de armas fazem festa: na missa celebrada esta manhã na Casa Santa Marta,
o Papa falou da paz e do escândalo da guerra.
“De onde vêm as guerras e as lutas entre vós?”, este versículo da primeira leitura, extraída da Carta do Apóstolo Tiago, inspirou a homilia do Papa, em que os discípulos de Jesus brigam para esclarecer quem era o maior entre eles. O Pontífice evidenciou que quando “os corações se afastam, nasce a guerra”. Todos os dias, constatou, “encontramos nos jornais guerras que produzem vítimas”:
“De onde vêm as guerras e as lutas entre vós?”, este versículo da primeira leitura, extraída da Carta do Apóstolo Tiago, inspirou a homilia do Papa, em que os discípulos de Jesus brigam para esclarecer quem era o maior entre eles. O Pontífice evidenciou que quando “os corações se afastam, nasce a guerra”. Todos os dias, constatou, “encontramos nos jornais guerras que produzem vítimas”:
E os mortos parecem fazer parte de uma
contabilidade cotidiana. Estamos acostumados a ler essas coisas! E se
tivéssemos a paciência de contar todas as guerras que neste momento
existem no mundo, certamente teríamos muitas folhas escritas. Parece que
o espírito da guerra se apoderou de nós. Fazem-se atos para comemorar o
centenário daquela Grande Guerra, tantos milhões de mortos… E todos
escandalizados! Mas hoje é a mesma coisa! Ao invés de uma grande guerra,
há pequenas guerras em todos os lugares, povos divididos... E para
preservar o próprio interesse, se matam entre si.
“De
onde vêm as guerras e as lutas entre vós?”, repetiu o Papa. “As guerras,
o ódio, a inimizade – respondeu – não se compram no mercado: estão
aqui, no coração.” E lembrou que quando criança, no catecismo,
“explicavam a história de Caim e Abel e todos ficavam escandalizados”,
não se podia aceitar que alguém matasse o irmão. Hoje, porém, “tantos
milhões se matam entre irmãos, entre si, mas estamos acostumados”. A
Primeira Guerra Mundial, disse ainda, “nos escandaliza, mas esta grande
guerra um pouco escondida, em todos os lugares, não! E tantas pessoas
morrem por um pedaço de terra, por uma ambição, por ódio, por ciúme
racial. Os prazeres nos levam à guerra, ao espírito do mundo”:
Habitualmente,
mesmo diante de um conflito, nos encontramos numa situação curiosa:
brigamos para resolvê-lo. Com a linguagem da guerra. A linguagem de paz
não vem antes! E as consequências? Pensem nas crianças famintas nos
campos de refugiados… Pensem somente nisto: este é o fruto da guerra! E
se quiserem, pensem nas festas que fazem os que são os proprietários das
indústrias das armas, que fabricam as armas, as armas que acabam lá. A
criança doente, faminta, num campo de refugiados e as grandes festas, a
vida boa que fazem os que fabricam as armas.
“Que
acontece no nosso coração?”, insistiu o Papa, que propôs o conselho do
Apóstolo Tiago: “Aproximem-se de Deus e Ele se aproximará de vocês”. E
advertiu que “espírito de guerra, que nos afasta de Deus, não está
distante de nós, mas em nossa casa”:
Quantas famílias
destruídas porque o pai, a mãe não são capazes de encontrar o caminho da
paz e preferem a guerra, fazer causa… A guerra destrói! ‘De onde vêm as
guerras e as lutas entre vós?’. No coração! Eu lhes proponho que rezem
hoje pela paz, por aquela paz que se tornou somente uma palavra, nada
mais. Para que esta palavra tenha a capacidade de agir, sigamos o
conselho do Apóstolo Tiago: ‘Reconheçais vossa miséria!’
Aquela
miséria da qual provêm as guerras, explicou Francisco: “As guerras nas
famílias, as guerras no bairro, as guerras em todos os lugares”. “Quem
de nós chora quando lê um jornal, quando vê aquelas imagens na tv?
Tantos mortos”. Retomando o Apóstolo, disse: “Transforme-se o vosso riso
em luto e vossa alegria em desalento …”. Isso é o que deve fazer hoje,
25 de fevereiro, um cristão diante de tantas guerras, em todos os
lugares”: “Chorar, fazer luto, humilhar-se”. “Que o Senhor nos faça
entender isso e nos salve do habituar-nos às notícias de guerra”.
A reportagem em italiano em: radiovaticana
(BF)
(BF)
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