Segundo vários historiadores, a mais antiga fonte histórica onde se
encontram referências à reencarnação estão nos Vedas – escritos
filosóficos e religiosos dos hindus. Esta doutrina de reencarnação é bem
mais recente do que a doutrina de consulta aos mortos: ela foi
inventada pelos sacerdotes que oficiavam os rituais prescritos nos Vedas
e introduzida entre o povo pela classe dos brâmanes.
Esses sacerdotes inventaram toda essa história de vidas sucessivas
com o propósito de inspirarem respeito das outras classes sociais da
índia, para que assim fossem mantidos como superiores e protegerem seus
privilégios.
Falando sobre suas próprias encarnações anteriores, os brâmanes
faziam com que sua autoridade fosse antiquíssima aos olhos do povo.
Eles passaram a pregar que, de reencarnação em reencarnação, haviam
chegado à posição em que se encontravam. E o povo acreditava e mantinha
profundo respeito por eles.
Sidarta Gautama, o Buda (iluminado), tomou emprestado essa idéia do
bramanismo, acrescentando-lhe outro detalhe: só os sábios é que escapam
do círculo de nascimentos e mortes, deixando de reencarnar e atingem o
Nirvana, ou seja, a quietude, a serenidade perpétua.
Segundo essa doutrina da reencarnação concebida pelo budismo, onde o
espiritismo é um dos seus segmentos, conclui-se que Deus não passa de
Ser de ilimitada tolerância, pois não existe pecado. Portanto, roubar,
matar adulterar, prostituir-se, mentir e blasfemar não passam de
experiências mal sucedidas nesse longo caminho e aprendizado.
Como no budismo, no espiritismo considera-se que essas ações não
devem ser cometidas, mas, caso alguém venha a cometê-las, na próxima
encarnação deverá expiá-las. Então Herodes, Nero, Hitler e outras
monstruosidades que já existiram na história, um dia serão “anjos de
luz”.
Não é assim que Deus nos ensina. Eis o que nos afirma a Bïblia em
Romanos 14:14: “Assim cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.”
Negar a reencarnação é anular o espiritismo.
Carlos Embassahy, em seu livro “O Mundo Espírita”, Ed. 1953, na pág. 01 assim se expressa:
“A importância da reencarnação é capital. Sem essa doutrina, o
espiritismo perderia toda sua base filosófica… sem a reencarnação,
estaríamos diante de um completo vazio.”
Por sua vez, Allan Kardec assim se expressa sobre a reencarnação em seu livro “A Gênese”, Ed. 1985, pág. 30:
“A reencarnação é uma das mais importantes leis reveladas pelo espiritismo.”
A doutrina espírita da reencarnação ensina que nossa vida atual neste
mundo é repetição de outras existências vividas em outros corpos, ou
seja, o estabelecimento de soluções em parcelas, de pendências
comportamentais.
No “Evangelho Segundo o Espiritismo”, pág. 67, Kardec afirma que a
“reencarnação é a volta da alma à vida corpórea, mas em um outro corpo
especialmente formado para ela e que nada tem de comum com o antigo.”
De acordo com a exposição ora feita, observamos que a reencarnação
foi concebida como doutrina ou lei do espiritismo, segundo as expressões
utilizadas por dois de seus mais respeitados doutrinadores espíritas.
No Cristianismo, aprendemos que a Ressurreição não é lei nem
doutrina. É uma realidade que nos foi revelada e vivida pelo próprio
Filho de Deus, Jesus Cristo. O seu próprio túmulo está vazio, porque
Deus não morre.
O texto bíblico mais antigo a que os espíritas se apegam para
“provar” sua teoria reencarnacionalista está em Jó 1:20-21, que assim
nos revela:
“Então se levantou Jó, rasgou o seu manto e rapou a cabeça. Depois,
caindo prostrado por terra, disse: Nu saí do ventre da minha mãe e nu
voltarei; o Senhor deu, o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor.”
Os doutrinadores espíritas, após esta leitura superficial da Bíblia,
se apegam à expressão de Jó: “… e nu voltarei” para tentar provar que o
próprio Jó acreditava na reencarnação: após a morte voltaria nu ao
ventre de sua mãe, como nascera.
Daí a ânsia constante desses seguidores do budismo, onde o
espiritismo é um dos seus segmentos, em recorrer à Palavra de Deus, que
eles ignoram em suas doutrinas, para tentar um paralelo ou harmonia
entre seus conceitos, o que nos deixam transparecer, claramente, suas
grandes dúvidas ou hesitações naquilo que tanto pregam.
Caros irmãos em Cristo Jesus:
Ao abordar um espírita, o cristão CATÓLICO deverá, com bastante amor e
à luz da Palavra de Deus, Magistério e Tradição resgatá-lo das trevas
onde se encontra e apresentando-o Jesus, não como um “médium”, segundo
Kardec, mas como o filho único e Deus e também o único e somente único
caminho que nos conduz ao Pai, pois esta é a verdade suprema.
Se porém o cristão for abordado por um espírita e sentir nele o
espírito de afronta e de galhofa, deverá, com amor e sabedoria, calar e
não fazer o jogo da afronta, como também Jesus calou-se diante de
Pilatos ao ser por ele indagado sobre o que era a Verdade, que Ele tanto
nos revelou nos Evangelhos.
Pois assim também Jesus nos ensinou:
“Não deis aos cães as coisas santas, nem atireis aos porcos as vossas
pérolas, para que não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se
contra vós, vos despedacem.” (Mt 7:6)
Louvado seja o santo nome de Deus e do seu Filho Jesus, o que nos concedeu o Espírito Santo, presença constante em nossas vidas.
Amém !
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