Vaticano, 21 Fev. 14 / 10:24 am (ACI/EWTN Noticias).- Em sua habitual homilia da Missa que
presidiu nesta sexta-feira na Casa Santa Marta, o Papa Francisco
explicou uma fé sem fruto não é uma fé verdadeira, e explicou que os
cristãos que caem na ideologia, são como os demônios que conhecem a
doutrina mas em realidade não têm fé.
O mundo está cheio de cristãos que recitam muito as palavras do Credo
e as põem muito pouco em prática. Também de eruditos que enquadram a
teologia em uma série de possibilidades, sem que tal sabedoria tenha
depois reflexos concretos na vida.
Francisco disse que a afirmação do apóstolo Tiago é clara “a fé sem o
fruto na vida, uma fé que não dá fruto nas obras, não é fé”.
“Também nós nos equivocamos às vezes sobre isto: ‘Mas eu tenho muita
fé’, escutamos dizer. ‘Eu acredito em tudo, tudo…’ E possivelmente esta
pessoa que afirma tal coisa tenha uma vida morna, débil. Sua fé é como
uma teoria, mas não está viva em sua vida”, sublinhou.
“O apóstolo Tiago, quando fala de fé, fala precisamente da doutrina,
pelo que é o conteúdo da fé. Mas vocês podem conhecer todos os
mandamentos, todas as profecias, todas as verdades de fé, mas se isto
não é posto em prática, não vai às obras, não serve. Podemos recitar o
Credo teoricamente, também sem fé, e há tantas pessoas que o fazem
assim. Também os demônios! Os demônios conhecem bem o que se diz no
Credo e sabem que é verdade”.
O Papa Francisco se referiu também à afirmação de São Tiago: “Crês
que há um só Deus?” e respondeu: “Fazes bem; também os demônios
acreditam e tremem”. A diferença -explicou- é que os demônios “não têm
fé”, porque “ter fé não é ter um conhecimento”, mas “acolher a mensagem
de Deus” trazida por Cristo.
O Pontífice precisou que no Evangelho encontra-se dois sinais
reveladores de quem “sabe o que se deve acreditar mas não tem fé”. O
primeiro, indicou, é a “casuística” representada por aqueles que
perguntavam a Jesus se era lícito pagar os impostos ou qual dos sete
irmãos do marido devia casar-se com a mulher que tinha ficado viúva. O
segundo sinal é “a ideologia”.
“Os cristãos que entendem a fé como um sistema de ideias, ideológico:
também no tempo de Jesus existiam pessoas assim. O apóstolo João os
chama de anticristos, os ideólogos da fé, de qualquer sinal que sejam.
‘Naquele tempo havia gnósticos, havia muitos… E assim, estes que caem na
casuística ou estes que caem na ideologia são cristãos que conhecem a
doutrina, mas sem fé, como os demônios. Com a diferença que eles tremem,
já estes não: eles vivem tranquilos’”, indicou.
Por outro lado, o Papa recordou que no Evangelho também há exemplos
de pessoas que não conhecem a doutrina, mas têm muita fé” e citou o
episódio da Cananeia, que com sua fé chora pedindo a cura da filha
vítima da possessão, e a Samaritana que abre seu coração porque “não
encontrou verdades abstratas” mas “Jesus Cristo”.
Assim como também o cego curado por Jesus após ser interrogado por
fariseus e doutores da lei até que se ajoelha com simplicidade e adora a
quem o curou. Três pessoas das que fala Francisco, “que demonstram como
fé e testemunho são indissolúveis”.
Por último, o Papa Francisco assinalou que “a fé leva sempre ao
testemunho. A fé é um encontro com Jesus Cristo, com Deus, e dali nasce e
nos leva ao testemunho. E isto que o apóstolo quer dizer: uma fé sem
obras, uma fé que não te implique, que não te leve a testemunho, não é
fé. São palavras e nada mais que palavras”.
O Pontífice ofereceu a celebração eucarística pelos 90 anos o Cardeal Silvano Piovanelli, Arcebispo Emérito de Florência, e agradeceu o prelado “por seu trabalho, seu testemunho e sua bondade”.
O Pontífice ofereceu a celebração eucarística pelos 90 anos o Cardeal Silvano Piovanelli, Arcebispo Emérito de Florência, e agradeceu o prelado “por seu trabalho, seu testemunho e sua bondade”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário