Dom Stephan Ackermann |
IHU - "Não é mais plausível dizer que toda a forma de coabitação antes do casamento encerra um pecado grave", escreve Christa Pongratz-Lippitt, correspondente internacional para o semanário londrino católico The Tablet, em artigo publicado pelo National Catholic Reporter, 04-02-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Eis o artigo.
As respostas ao questionário do Vaticano sobre a
família são um sinal claro de que certas mudanças relativas à doutrina
da Igreja sobre a moralidade sexual constituem um imperativo, segundo Dom Stephan Ackermann, bispo da Diocese de Trier, na Alemanha.
Entrevistado pelo jornal “Allgemeine Zeitung”, Ackermann,
50, disse que as respostas mostraram “de forma bem clara” que, para a
maioria dos fiéis, a doutrina da Igreja sobre a sexualidade moral é
“repressiva” e “distante da vida real”. Declarar que um segundo
casamento depois do divórcio seja um pecado perpétuo mortal, e sob
nenhuma circunstância permitir aos divorciados recasados receberem os
sacramentos, não ajudou em nada, disse e acrescentou: "Nós bispos
precisaremos apresentar sugestões aqui. Devemos fortalecer o senso de
responsabilidade das pessoas e, então, respeitar as suas decisões de
consciência”.
Não é mais plausível dizer que toda a forma de coabitação antes do
casamento encerra um pecado grave, e a “diferença entre o controle
natural e o controle artificial da natalidade é, de alguma maneira,
artificial. Receio que ninguém compreenda essa questão”, afirmou Ackermann.
Quanto às relações homoafetivas, a Igreja deveria apelar ao senso de
responsabilidade das pessoas, continuou. “O conceito cristão de ser
humano emana da polaridade dos sexos, mas não podemos simplesmente dizer
que a homossexualidade não é natural”, explicou. Embora a Igreja deva
se “apegar” à singularidade do casamento entre homem e mulher, ela não
pode simplesmente ignorar as uniões homoafetivas, em que os casais
prometem ser fiéis e responsáveis um ao outro.
Ackermann foi duramente criticado pelo bispo da Diocese de Fulda, Dom Heinz Josef Algermissen, e pelo bispo de Augsburgo, Dom Konrad Zdarsa.
Algermissen, 71, disse que um bispo reagir às
respostas dos questionários por sua própria conta é “contraproducente”.
“Não concordo com a força normativa dos fatos. A verdade não é algo que
possa ser ajustado”, insistiu, vindo em seguida a admitir: “Nós bispos
obviamente temos um problema. Está claro que não tivemos sucesso na
transmissão da ética sexual católica e de seu conceito positivo de ser
humano”. No entanto, decisões sobre essas questões são de preocupação da
Igreja universal, e não de um bispo em particular ou de uma conferência
episcopal, enfatizou Algermissen.
Zdarsa, 70, lembrou que o catecismo universal
católico é o “critério para o ensino católico válido. Como bispo
diocesano, não vejo razão de ir contra este consenso da Igreja em todo o
mundo. Nunca pensei, entretanto, que um dia teria de explicar isso
publicamente a um bispo irmão”, falou.
Mas o bispo da Diocese de Magdeburgo na ex-Alemanha Oriental, Dom Gerhard Feige, 63, saiu em defesa de Ackermann. Feige concordou com as opiniões de Ackermann
sobre as respostas. “Finalmente chegou a hora de encararmos a realidade
nua e crua. Devemos lugar para encontrar soluções justas, responsáveis e
que estejam a serviço da vida no espírito de Jesus Cristo. Não contribui em nada ficar repetindo proibições ou restrições”, sublinhou Feige.
O Pe. Eberhard Schockenhoff, 62, professor de teologia moral na Universidade de Friburgo, na Alemanha, membro do Conselho Nacional Alemão de Ética
e um dos mais famosos teólogos da Alemanha, disse que ele e outros 19
teólogos responderam ao questionário em conjunto e suas respostas foram
congruentes com as respostas da maioria dos fiéis no país. Estas
mostraram que havia uma enorme discrepância entre a doutrina da Igreja
sobre a moralidade sexual e o que os católicos praticavam de fato. Além
disso, as respostas confirmaram o que ele e muitos outros sacerdotes há
muito têm experimentado em sua prática diária.
Schockenhoff lembrou que o próprio Papa Francisco
apresentou o questionário dizendo que queria um amplo espectro de
opiniões tão amplo quanto possível. “Eu agora espero um sinal claro do
papa de que os bispos estejam aptos a debater estas preocupações de
forma livre e franca no Sínodo. Até agora, os Sínodos dos Bispos
sempre foram conduzidos a partir do centro. O pontífice deve deixar
claro que ele quer que os bispos o ajudem a formular a doutrina da
Igreja sobre a família, o matrimônio e a sexualidade de tal forma que os
fiéis encontrem algo útil aí”, disse Schockenhoff.
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jbpsverdade: O bispo diz: ..."Nós bispos
precisaremos apresentar sugestões aqui. Devemos fortalecer o senso de
responsabilidade das pessoas e, então, respeitar as suas decisões de
consciência”.
Não é mais plausível dizer que toda a forma de coabitação antes do
casamento encerra um pecado grave, e a “diferença entre o controle
natural e o controle artificial da natalidade é, de alguma maneira,
artificial. Receio que ninguém compreenda essa questão”...
Compreende sim, excelência! Basta obedecer os preceitos de Deus e ver que não se pode trazer Deus para este mundo tão paganizado e mergulhado no pecado, pois Ele é divino e não tem como se unir ao que é profano e abominável. O mundo quer encontrar uma justificativa para a sua desobediência para com o Criador.
O bispo continua... Quanto às relações homoafetivas, a Igreja deveria apelar ao senso de
responsabilidade das pessoas, continuou. “O conceito cristão de ser
humano emana da polaridade dos sexos, mas não podemos simplesmente dizer
que a homossexualidade não é natural”. Se eu falar isso na minha paróquia irei ser considerado herege, é como afirmar que o homossexualismo é natural, isto é, normal e não consiste em pecado.
Me desculpem... será que eu entendi errado???
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