13 Mar 14
Vaticano, (ACI).-
Neste 13 de Março, o Papa Francisco celebra seu primeiro ano como sumo
pontífice.Nesta ocasião alguns cardeais brasileiros comentaram os pontos
altos e características do Pontificado do primeiro Papa
latino-americano da história, cuja primeira viagem fora da Itália foi ao
Brasil para a JMJ 2013, e passou pelo Rio de Janeiro e Aparecida.
Para o arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, cardeal
Raymundo Damasceno Assis, neste pouco tempo, o papa tem causado
admiração nas pessoas com seu jeito simples. “Sua simpatia tem
conquistado todo o mundo”, disse dom Damasceno.
Sobre as caraterísticas do pontificado de Francisco, conforme informou o
site oficial da CNBB nesta quinta-feira, Dom Damasceno destacou ainda a
forma com que Francisco vem conduzindo a Igreja: “Pela primeira vez um
papa escolheu o nome de Francisco e com isso quis marcar uma maneira de
conduzir a Igreja na simplicidade, no despojamento, na pobreza, por meio
de uma aproximação muito grande com o povo”, ressalta.
Ainda de acordo com dom Damasceno, a primeira exortação apostólica do
Papa, Evangelii Gaudium, a “Alegria do Evangelho”, indica caminhos de
como serão os próximos anos do pontificado de Francisco. “O papa convida
para ser discípulos e missionários de Jesus Cristo com esse espírito de
alegria, de confiança em Deus”, disse.
Por último o cardeal Damasceno afirmou que os brasileiros foram
privilegiados com a visita de Francisco. “Tivemos a honra de receber
neste primeiro ano, a visita do papa ao Brasil por ocasião da Jornada
Mundial da Juventude e a alegria de sua peregrinação até o Santuário
Nacional de Aparecida”, relembra o bispo.
O Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, destacou por
sua parte a reflexão de Francisco sobre a Igreja nos tempos atuais:
“Francisco quer uma Igreja que não seja auto-referencial, nem fechada
sobre si mesma, mas discípula de Cristo e servidora do Evangelho para o
mundo. Na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (“A Alegria do
Evangelho”), ele apresentou as prioridades da missão evangelizadora no
mundo atual: católicos felizes e agradecidos pela fé, percebida como dom
precioso a ser compartilhado generosamente; uma Igreja que se faz
missionária e se coloca em estado permanente de missão; a conversão
constante ao autêntico espírito do Evangelho e a superação do “espírito
mundano”, constante tentação para os cristãos e a Igreja; a saída para
as periferias humanas e sociais e a solidariedade concreta em relação
aos pobres”, referiu o Cardeal.
O Arcebispo Emérito de São Paulo, também prefeito emérito da
Congregação para o Clero, Dom Cludio Hummes, que estava ao lado do então
Cardeal Bergoglio no momento da eleição e disse ao recém-eleito
pontífice “Não te esqueças dos pobres”, frase que tocou profundamente o
novo Papa e o levou a escolher o nome Francisco, destaca: “foi apenas a
minha boca que falou, mas o Espírito Santo que disse. Isto para mim é
muito claro.
“Não que eu não tivesse absoluta consciência do que estava dizendo. Eu
não havia preparado nada. Estava sentado ao lado dele, segundo a
precedência estabelecida pelo protocolo destas grandes ocasiões. O
processo foi chegando a uma conclusão.. e naquela contagem de votos,
quando se chegou ao número suficiente para ele estar eleito, houve um
grande aplauso. Eu, que estava sentado ao seu lado, o abracei, dei-lhe
um beijo no rosto, e na hora me veio de dizer no ouvido dele, não em voz
alta: ‘não te esqueça dos pobres’”.
“Na hora, ele estava muito concentrado, muito quieto porque a contagem
dos votos prosseguiu por mais ou menos 2 ou 3 minutos. O Papa diz que
naquele meio tempo a questão dos pobres lhe entrou na cabeça, no
coração, lembrando-se dos pobres de Buenos Aires, da América Latina. Aí
lhe ocorreu São Francisco, homem dos pobres, mas como disse aos
jornalistas, também o homem da paz, da preservação da natureza... e ele
disse ‘É este o nome’”.
“Isto foi uma surpresa muito grande para todos nós, inclusive para mim.
Ele escreveu ‘Francisco’. Eu não tinha feito a relação que este nome
veio por causa da sugestão que eu lhe havia dado em seu ouvido. Foi ele
que o disse aos jornalistas. Então eu de fato, para mim, tranquilamente,
digo que minha boca falou, mas quem falou mesmo foi o Espírito”.
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