Padre J.Hoornaert
Livro 1928
Forçosa
é a guerra à tirania das nossas paixões, em nossa peregrinação pela
terra. É lei tanto de ordem e de subordinação laboriosa, como também de
harmonia e de unidade, de liberdade e de paz.
As aparências austeras de obrigação ocultam, porém, sua encantadora e
sublime beleza à uma mocidade que, loucamente pródiga de si, sacrifica
ao prazer sua integridade moral, e que hesita arruinar em outros o que
ela não soube respeitar em si mesma.
Uma depravação mais consciente e mais requintada na malícia, acrescenta
a calúnia à tentação: a lei da castidade é impossível. É, se quiserem, o
patrimônio de seres fracos.
- Fraco o homem que nutre ambições celestiais; forte o incapaz de uma coragem que o levanta acima do sensualismo animal?
- Fraco o que disputa às inteligências puras o prêmio da nobreza; forte, o que se avilta?
-
Fraco o magnanismo que por amor de Deus e dos seus semelhantes se
esquece de si; forte, o egoísta que só se preocupa de vis prazeres?
- Fraco o cavaleiro do direito; forte, o escravo de desejos desordenados?
- Fraco aqueles cujas energias vitais enriquecerão a sociedade dos homens; forte, o esgotado, o gasto pelo vício?
- Fraco, o homem, que sabe guardar os seus sagrados juramentos; forte, o cínico ou hipócrita que viola seus compromissos?
- Fraco o vitorioso; forte, o vencido? E, contudo, por toda a parte, encontra aplausos a absurda calúnia. Os
preconceitos do mundo a embalam; médicos, em nome de uma suposta ciência
corroboram-na com seus maus conselhos; uma vasta e poderosa imprensa a
difunde e patrocina; e um código de uma certa moral, em voga, formula
para o homem, para a mulher, para o celibatário, para o esposo, para o
nacional e para o estrangeiro, regras que são outros tantos desafios à
honestidade. Diante dessa insolência, a virtude, tímida e retraída, resigna-se por vezes a envergonhar-se e até mesmo a capitular!
E como o homem é curável, e como um triunfo pode vingar cabalmente uma derrota, é necessário reanimar a coragem dos abatidos e hesitantes e incitar à desforra, os irresolutos e humilhados.
Convém-lhe para o presente, e convém-lhe para o futuro. Assegura-lhe uma prosperidade superior à abundância material.
É mister, pois despertar a estima pela pureza. É necessário excitar e estimular o brio em quem a possui.
Convêm igualmente, já que a conservamos em fragilíssimo vaso, ensinar a arte de a defender e de preservá-la de choques fatais.E como o homem é curável, e como um triunfo pode vingar cabalmente uma derrota, é necessário reanimar a coragem dos abatidos e hesitantes e incitar à desforra, os irresolutos e humilhados.
A Castidade é um heroísmo.
O benefício que se realiza pela conservação da pureza, entre os jovens, é de ordem eminentemente social. Tanto e mais que a saúde física importa à sociedade a saúde moral dos seus membros.Convém-lhe para o presente, e convém-lhe para o futuro. Assegura-lhe uma prosperidade superior à abundância material.
Há ainda mais.
Quando o Cristianismo penetrou na Cidade Eterna - Roma, outrora tão corrompida, a austeridade da cruz, a severidade dos princípios religiosos, a grandeza moral dos fiéis convertiam à fé as multidões. Do mesmo modo, para os nossos contemporâneos, que vivem afastados da Igreja pelo nascimento ou pela educação, mas cujas nobres aspirações se afastam com desgosto de um neopaganismo cupido e luxurioso não será certamente menos salutar o admirar este espetáculo reconfortante de uma juventude trazendo na fronte o candor de uma pureza triunfante, e, no coração, a chama de um amor pronto a qualquer sacrifício.
A pureza, como a virtude, não tem de feminino senão o nome!
"Um
jovem de ilustre linhagem veio, após longas viagens, ter a Roma. Tendo
ouvido um sermão do Pe. Zucchi, resolveu apresentar-se ao missionário e
lhe expôs o triste estado de sua alma. Contraíra hábitos os mais
viciosos e declarou-lhe que, não obstante a vontade de mudar de vida,
não tinha coragem e força suficientes para quebrar com seus hábitos.
Será isto obra da graça, tornou-lhe o Padre: vinde ter comigo sempre que
recairdes nessas culpas, por mais vergonhosas que sejam, receber-vos-ei
com muito prazer.
... Um dia, porém, que o infeliz acusava as mesmas culpas falou-lhe o Padre assim: Meu filho, para a salvação de vossa alma, quero dar-vos a Santíssima Virgem por Soberana e Mãe. Se aceitardes e vos mostrardes Seu servidor e Seu filho, tenho confiança que Ela vos dará os auxílios necessários para vos libertardes do demônio.
Como penhor de que aceitais, eis o que só vos peço: de manhã ao levantar, rezai uma Ave-Maria em louvor de Sua virgindade sem manchas, e direis em seguida: Ó minha Soberana Senhora, ó minha Mãe, ofereço-me todo a Vós e para provar-Vos a minha dedicação, consagro-Vos hoje meus ouvidos, minha boca, meu coração e todo o meu ser. E como sou Vosso, ó minha boa Mãe, guardai-me, defendei-me como coisa Vossa.
... Um dia, porém, que o infeliz acusava as mesmas culpas falou-lhe o Padre assim: Meu filho, para a salvação de vossa alma, quero dar-vos a Santíssima Virgem por Soberana e Mãe. Se aceitardes e vos mostrardes Seu servidor e Seu filho, tenho confiança que Ela vos dará os auxílios necessários para vos libertardes do demônio.
Como penhor de que aceitais, eis o que só vos peço: de manhã ao levantar, rezai uma Ave-Maria em louvor de Sua virgindade sem manchas, e direis em seguida: Ó minha Soberana Senhora, ó minha Mãe, ofereço-me todo a Vós e para provar-Vos a minha dedicação, consagro-Vos hoje meus ouvidos, minha boca, meu coração e todo o meu ser. E como sou Vosso, ó minha boa Mãe, guardai-me, defendei-me como coisa Vossa.
Repetires
a mesma oração a noite, e beijareis três vezes o chão. E se, durante o
dia ou à noite, o demônio vos tentar, dizei logo: Ó minha Soberana
Senhora, ó minha Mãe, lembrai-vos que sou Vosso, guardai-me, defendei-me
como coisa e propriedade Vossa.
O
jovem encantado por encontrar à seus males um remédio assim tão fácil,
prometeu tudo ao Padre, e, na mesma noite, dava começo à sua promessa.
Alguns dias depois a sua família deixava Roma: ele teve de acompanhá-la.
Antes, porém, de partir, veio receber a bênção do missionário e
renovar-lhe a promessa.
Quatro
anos depois, voltava a Roma: foi então procurar o Pe. Zucchi e se
confessou com ele. Parecia-me, disse o padre, narrando o fato, ouvir a
confissão de um santo. Admirado por tão maravilhosa mudança,
perguntei-lhe como se havia operado tal prodígio! - Meu pai, disse-me,
devo a minha conversão a pequena oração que me ensinastes. Rezei-a todos
os dias, de manhã e a noite, e quando a tentação me assaltava, recorria
a proteção de Maria, como me aconselhastes e, graças a tão boa Mãe, não
recaí mais."
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