[domtotal]
É preciso compreender a oração como instrumento de reconhecimento de quem Ele é.
Qual
é o espaço reservado à oração no coração do homem contemporâneo? Mais
ainda, será que esse homem, caracterizado pelos mais diversos adjetivos –
superficial, plural, descompromissado, fluido, vazio, etc. – e inserido
em um mundo do barulho e da velocidade, é capaz de orar com
autenticidade? Perguntas como essas são pontos particularmente
importantes de reflexão em tempos como os que os cristãos católicos
vivem exatamente agora.
Durante a Quaresma, a oração ocupa um lugar de ainda mais destaque nos apelos da Igreja, somada ao jejum e à caridade, em prol de uma boa preparação para a Páscoa. Mas de que forma rezar? Por que rezar? Rezar ainda é importante hoje?
“Não é tanto para que os católicos aumentem a quantidade, mas intensifiquem a qualidade da oração. Dirigir-se a Deus pode entrar em um processo de cobrança, de fazer Deus nosso devedor, enfim, alguém que tem obrigações para conosco. Daí a importância de reavivar o nosso diálogo com o Criador”, explicita o doutor em Teologia Pastoral, cônego Sérgio Conrado.
Já o doutor em Teologia da Missão, Degislando Nóbrega de Lima, indica que “o critério fundamental da oração cristã é a oração de Jesus. É um voltar-se para e um reconhecimento de Deus como fundamento e centro da existência a partir do qual nos reconhecemos como irmãos e irmãs, encontramos a alegria da partilha e do perdão. A oração cristã não pode ser uma mera projeção de si mesmo”.
Se Deus está no centro, orar não pode ter a mera satisfação dos quereres pessoais como fim último. O ponto de partida e de chegada é Deus.
No entanto, é a partir da vida concreta com as outras pessoas que se pode fazer uma espécie de radiografia para constatar até que ponto o diálogo com o Senhor é genuíno. É por isso que oração, testemunho e missão estão sempre interligados. A verdadeira oração não pode terminar em si mesma, mas deve ajudar cada um a cumprir melhor a missão de cada um, testemunhando o encontro que se tem cotidianamente com Deus. Onde não há espaço para testemunho e missão é impossível nascer a oração, pois ela é contrária ao egoísmo e à busca simplesmente da satisfação pessoal.
“Precisamos compreender a oração como o mais belo dos instrumentos que Deus nos presenteou para que reconheçamos tanto quem somos quanto quem Ele é. Porém, o cristão pós-moderno, tomado de uma inconsequente arrogância, se autoafirmou como sujeito de si mesmo e senhor de sua própria vida”, diagnostica o doutor em Ciências da Religião, Luiz Alexandre Solano Rossi.
Nessa perspectiva, vale questionar qual é a compreensão que os defensores das expressões acima têm acerca da oração. Muitas pessoas acreditam, devido a experiência negativas, que rezar pode ser um instrumento de alienação ou afastamento dos outros. Dessa forma, com a desculpa de “buscar somente a Deus”, aí sim acabam se isolando e deixam de se preocupar com os demais.
"Não é possível querer apenas Deus e rejeitar o povo e a Igreja de Deus. Quanto mais próximos de Deus, mais próximos uns dos outros e da vida da Igreja. Mais oração não significa mais individualismo, mas sim mais vida comunitária", afirma o professor Luiz Rossi.
No processo de reavivar o diálogo com Deus, surgem inúmeras barreiras. Uma das principais é exatamente o desejo pessoal de fugir de compromissos para viver em uma zona de conforto individual e sem práticas comunitárias. Dessa forma, a oração corre o risco de se esvaziar e se transformar em uma espécie de diálogo mascarado, em que o homem finge falar e escutar a Deus.
"A Palavra de Deus, a liturgia da Igreja, as virtudes da fé, da esperança e da caridade são fontes da oração", aponta o Catecismo da Igreja Católica (CIC, n. 2662). Embora Jesus chame a cada um individualmente para ser seu discípulo, todo o cristão faz parte do Corpo de Cristo, que é a Igreja, e tudo o que faz é potencializado e encontra seu verdadeiro sentido na vida comunitária.
Durante a Quaresma, a oração ocupa um lugar de ainda mais destaque nos apelos da Igreja, somada ao jejum e à caridade, em prol de uma boa preparação para a Páscoa. Mas de que forma rezar? Por que rezar? Rezar ainda é importante hoje?
“Não é tanto para que os católicos aumentem a quantidade, mas intensifiquem a qualidade da oração. Dirigir-se a Deus pode entrar em um processo de cobrança, de fazer Deus nosso devedor, enfim, alguém que tem obrigações para conosco. Daí a importância de reavivar o nosso diálogo com o Criador”, explicita o doutor em Teologia Pastoral, cônego Sérgio Conrado.
Já o doutor em Teologia da Missão, Degislando Nóbrega de Lima, indica que “o critério fundamental da oração cristã é a oração de Jesus. É um voltar-se para e um reconhecimento de Deus como fundamento e centro da existência a partir do qual nos reconhecemos como irmãos e irmãs, encontramos a alegria da partilha e do perdão. A oração cristã não pode ser uma mera projeção de si mesmo”.
Se Deus está no centro, orar não pode ter a mera satisfação dos quereres pessoais como fim último. O ponto de partida e de chegada é Deus.
No entanto, é a partir da vida concreta com as outras pessoas que se pode fazer uma espécie de radiografia para constatar até que ponto o diálogo com o Senhor é genuíno. É por isso que oração, testemunho e missão estão sempre interligados. A verdadeira oração não pode terminar em si mesma, mas deve ajudar cada um a cumprir melhor a missão de cada um, testemunhando o encontro que se tem cotidianamente com Deus. Onde não há espaço para testemunho e missão é impossível nascer a oração, pois ela é contrária ao egoísmo e à busca simplesmente da satisfação pessoal.
“Precisamos compreender a oração como o mais belo dos instrumentos que Deus nos presenteou para que reconheçamos tanto quem somos quanto quem Ele é. Porém, o cristão pós-moderno, tomado de uma inconsequente arrogância, se autoafirmou como sujeito de si mesmo e senhor de sua própria vida”, diagnostica o doutor em Ciências da Religião, Luiz Alexandre Solano Rossi.
Nessa perspectiva, vale questionar qual é a compreensão que os defensores das expressões acima têm acerca da oração. Muitas pessoas acreditam, devido a experiência negativas, que rezar pode ser um instrumento de alienação ou afastamento dos outros. Dessa forma, com a desculpa de “buscar somente a Deus”, aí sim acabam se isolando e deixam de se preocupar com os demais.
"Não é possível querer apenas Deus e rejeitar o povo e a Igreja de Deus. Quanto mais próximos de Deus, mais próximos uns dos outros e da vida da Igreja. Mais oração não significa mais individualismo, mas sim mais vida comunitária", afirma o professor Luiz Rossi.
No processo de reavivar o diálogo com Deus, surgem inúmeras barreiras. Uma das principais é exatamente o desejo pessoal de fugir de compromissos para viver em uma zona de conforto individual e sem práticas comunitárias. Dessa forma, a oração corre o risco de se esvaziar e se transformar em uma espécie de diálogo mascarado, em que o homem finge falar e escutar a Deus.
"A Palavra de Deus, a liturgia da Igreja, as virtudes da fé, da esperança e da caridade são fontes da oração", aponta o Catecismo da Igreja Católica (CIC, n. 2662). Embora Jesus chame a cada um individualmente para ser seu discípulo, todo o cristão faz parte do Corpo de Cristo, que é a Igreja, e tudo o que faz é potencializado e encontra seu verdadeiro sentido na vida comunitária.
A12, 11-03-2014.
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