sexta-feira, 21 de março de 2014

Reconstruindo o diálogo com os homossexuais


É preciso mudar o olhar sobre os homossexuais, por meio de uma melhor compreensão da realidade.

 

Por Claude Besson 
Depois das ruidosas manifestações do ano passado e das últimas semanas, muitas pessoas homossexuais e suas famílias pensam, talvez, que não há muito a esperar por parte de uma certa faixa da Igreja Católica. Com efeito, pode-se acreditar que nada mudou, ou que até mesmo o modo de considerar as pessoas homossexuais deu passos para trás.

Há desânimo, o que é absolutamente legítimo e compreensível. No último encontro da nossa associação Réflexion et partage (Reflexão e partilha), uma mãe de família nos confidenciava: "Eu me acordo à noite e me pergunto por que tanto desprezo pelas pessoas homossexuais".
Apesar de tudo isso, não posso deixar de pensar naqueles que desejam continuar vivendo a sua fé na Igreja, mas que não encontram o lugar da palavra para eles, que estão isolados, que são desconhecidos, às vezes culpabilizados, que não vivem nas grandes cidades e que se escondem. Pessoalmente, não posso me desinteressar por ele, e é principalmente por essas pessoas que eu quero continuar agindo e acreditando que situações possíveis podem nascer.
Vai ser preciso tempo, diálogo, encontro, reflexão, implementação de iniciativas que poderão, pouco a pouco, mudar o olhar de certos católicos sobre a vivência das pessoas homossexuais através de uma melhor compreensão da realidade. Alguns poderão se surpreender, não faltam documentos, livros, artigos sobre esse tema. Mas, como eu pude constatar dando palestras em algumas dioceses francesas, tal ignorância traz medo. E o medo gera a exclusão, o desprezo, a confusão, os conflitos às vezes, os guetos e, no fim, o desejo de se livrar do outro. O medo é um mau conselheiro.

Ao invés, diversas dioceses organizam iniciativas para acolher melhor as pessoas homossexuais e as suas famílias. Por exemplo, na diocese de Grenoble, constituiu-se um "grupo da palavra" entre pessoas homossexuais, pais e responsáveis eclesiais. Em uma dezena de dioceses, ao menos, foram constituídas equipes, cujos primeiros encontros foram ricos em intercâmbios, partilha e diálogo.

Alguns elaboraram novas propostas, como o Chemin d´Emmaüs (uma iniciativa da diocese de Nanterre), um dia de peregrinação aberto a todos e particularmente às pessoas direta ou indiretamente envolvidas na homossexualidade. Tendo participado dele, posso assegurar que isso derrubou muitos preconceitos contra a homossexualidade. Também fui testemunha de um "grupo da palavra" constituído recentemente em uma paróquia da diocese de Lyon por iniciativa dos pais.

Também foi apreciável a organização de seis seminários no Collège des Bernardins, em Paris, sobre "Fé cristã e homossexualidade" com representantes de associações (David et Jonathan, Devenir Un an Christ, Communion Béthanie, Réflexion et Partage). O último seminário, sobre o tema "Fazer casal", permitiu apresentar as experiências de casais homossexuais e heterossexuais na escuta, no diálogo, na construção do viver-juntos e da fraternidade que trarão os seus frutos.

Eu acredito na possibilidade de avançar a pequenos passos, no trabalho de porosidade, como o fato de se inserir em uma equipe de animação pastoral, em uma equipe de partilha bíblica, em uma reflexão sobre o casal etc. Isso não é possível em toda a parte, certamente, mas eu conheço muitas pessoas homossexuais que, inserindo-se nas comunidades cristãs, fizeram avançar o modo de pensar de muitos católicos sobre a homossexualidade. Como um casal de homens com mais de dez anos de vida em comum que busca se inserir em uma reflexão paroquial para os casais (heterossexuais, é claro) que tem dez anos de vida em comum. Essas experiências de porosidade parecem particularmente frutíferas.

Poder-se-ia acrescentar a todas essas experiências in loco os recentes documentos do Conselho Família e Sociedade da Conferência Episcopal Francesa, que permitem entrever aberturas: "Não é pelo fato de que a Igreja concede um estatuto especial para a relação amorosa entre um homem e uma mulher que ela não concede valor a outras relações amorosas... Podemos estimar o desejo de um compromisso com a fidelidade de um afeto, de um apego sincero, da preocupação pelo outro e de uma solidariedade que vai além da redução da relação homossexual a um simples compromisso erótico". Em outro documento do mesmo conselho, lê-se: "Toda pessoa tem direito a uma acolhida amorosa, assim como ela é, sem ter que esconder um aspecto ou outro da sua personalidade".

O verdadeiro diálogo, no sentido de deixar se atravessar pela palavra do outro (dia = atravessar; logos = palavra) é uma riqueza que é preciso começar e continuar sempre que possível. Penso que muitos cristãos e responsáveis eclesiais são pessoas de boa vontade e buscam refletir e compreender melhor.

"Para restaurar a comunhão, já se poderia começar com encontros entre pessoas homossexuais e simpatizantes da ´manif pour tous´", declarava recentemente Dom Descubes, arcebispo de Rouen (no La Croix do dia 3 de fevereiro). As pessoas homossexuais nas associações cristãs estão disponíveis e desejam esses encontros...

"Uma árvore que cai faz mais barulho do que uma floresta que cresce", diz o ditado. Não podemos prever o porvir, mas cabe a nós fazê-lo "advir", lá onde estamos, cada uma e cada um de nós.
 
La Croix, 08-03-2014.
=============================
jbpsverdade: Entendamos o seguinte: O ato do homossexualismo é uma porta para o inferno, entenda... para a condenação eterna... "Nela não entrará nada de profano nem ninguém que pratique abominações e mentiras, mas unicamente aqueles cujos nomes estão inscritos no livro da vida do Cordeiro". (Ap 21, 27), "Nela" entenda a Nova Jerusalém, a Cidade Eterna. A prática do homossexualismo para Deus é abominável... Não te deitarás com um homem, como se fosse mulher: isso é uma abominação. Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometerão uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa. (Lv 18, 22. 20, 13), e isto serve também para a mulher.
Veja... Também foi apreciável a organização de seis seminários no Collège des Bernardins, em Paris, sobre "Fé cristã e homossexualidade" com representantes de associações (David et Jonathan, Devenir Un an Christ, Communion Béthanie, Réflexion et Partage). O último seminário, sobre o tema "Fazer casal", permitiu apresentar as experiências de casais homossexuais e heterossexuais na escuta, no diálogo, na construção do viver-juntos e da fraternidade que trarão os seus frutos. Que frutos pode trazer um "casal" homossexual, se o fruto de um casal (homem e mulher), são os filhos?
Não, de maneira nenhuma a Igreja de Cristo será a favor do homossexualismo, a não ser que se faça a favor para destrui-lo. No mesmo livro do apocalipse está escrito o seguinte: Não haverá aí nada de execrável, mas nela estará o trono de Deus e do Cordeiro. Seus servos lhe prestarão um culto. O injusto faça ainda injustiças, o impuro pratique impurezas. Mas o justo faça a justiça e o santo santifique-se ainda mais. (Ap 21, 3. 11)

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...