19 Apr 2014
Comentário de Julio Severo: Hoje,
18 de abril de 2014, dia que tradicionalmente a Cristandade relembra
como data da crucificação de Jesus Cristo, o Supremo Tribunal do Alabama
deu uma decisão pró-vida muito importante que, se for sustentada em
oração, tem o potencial de derrubar a lei nacional de aborto nos EUA.
Supremo Tribunal do Alabama |
Para ajudar o leitor brasileiro a entender, o Alabama é um dos 50 estados americanos. Cada estado americano tem sua própria suprema corte. Acima dessas está o Supremo Tribunal dos EUA, que é a corte federal mais importante. Por isso, a vitoriosa decisão pró-vida de hoje não é o fim, mas um importante passo até o Supremo Tribunal.
O
aborto foi legalizado nos EUA em 1973, sendo permissível desde o
momento da concepção até o dia do parto. É uma barbaridade legal
intolerável que foi legalizada quando os EUA ainda eram a maior nação
protestante do mundo. Não me pergunte como uma selvageria dessas é
aceita no país mais evangélico do mundo.
O
importante é que um corajoso grupo de juízes evangélicos no Alabama
está determinado a trabalhar para reverter esse quadro cruel e lúgubre
nos EUA.
Por
favor, adotemos esses juízes, Tom Parker e Roy Moore, como nossos alvos
de oração, pois Deus os está usando como Davis contra Golias.
Eu
e minha esposa já adotamos há anos, e Deus responde orações. Eis agora o
artigo, fresquinho, da entidade legal Conselho da Liberdade:
Montgomery,
Alabama, EUA — Hoje, numa decisão de 8 a 1 de autoria do Juiz Tom
Parker, o Supremo Tribunal do Alabama sustentou que a palavra “criança”
no estatuto de riscos químicos do Alabama se aplica às crianças nascidas
e em gestação na decisão Ex parte Sarah Janie Hicks. Essa decisão segue uma decisão semelhante dada no ano passado pelo Supremo Tribunal do Alabama na decisão Ankrom v. State,
onde o tribunal mais elevado do Alabama também deu decisão de que a
palavra “criança” inclui o “bebê em gestação.” Nesse caso, o depoimento amicus curiae
argumentou que a proteção do bebê em gestação está em sintonia com as
proteções concedidas às crianças nascidas em várias áreas da lei
americana.
“Numa
era em que alguns juízes americanos não sabem a diferença entre a
Declaração de Independência e a Constituição, ou nem mesmo se importam,
finalmente o Supremo Tribunal do Alabama faz uma avanço com um raio de
luz,” disse Mat Staver, fundador e presidente do Conselho da Liberdade.
“Os julgamentos do Juiz Roy Moore, presidente do Supremo Tribunal, e do
Juiz Tom Parker são muito equilibrados, baseados na história e lei
natural, e demolem completamente as falácias das decisões pró-aborto do
Supremo Tribunal dos EUA. Um dia que não demorará muito os julgamentos
pró-aborto do Supremo Tribunal dos Estados Unidos acabarão caindo como
uma castelo de cartas. Então olharemos para o passado, para a história,
como hoje olhamos para a Alemanha nazista e ficaremos pensando por que a
geração americana de hoje estava tão cega para o valor humano dos bebês
em gestação,” disse Staver.
Aborto legal nos EUA |
A decisão Ex parte Sarah Janie Hicks
envolvia a condenação, seguindo um reconhecimento de culpa, por risco
químico de uma criança. Hicks ingeria cocaína enquanto estava grávida de
“J.D.,” o que resultou em J.D. testando positivo para cocaína na época
de seu nascimento. Hicks argumentou que a palavra “criança” no estatuto
de risco químico não se aplicava a um bebê em gestação. O tribunal de
primeira instância havia rejeitado o argumento apresentado por Hicks.
Apoiando-se na decisão do Supremo Tribunal do Alabama em Ankrom. v. State, o Tribunal de Apelação Criminal concordou com o tribunal de primeira instância.
O
Supremo Tribunal do Alabama deu a decisão de que “o sentido claro da
palavra ‘criança,’ como essa palavra é usada no estatuto de risco
químico, inclui um bebê em gestação.” Além disso, o julgamento do
tribunal declara que “o Estado tem um interesse legítimo em proteger a
vida das crianças desde as fases iniciais de seu desenvolvimento e assim
tem agido decretando o estatuto de risco químico.”
Os
julgamentos concomitantes do Juiz Roy Moore e do Juiz Tom Parker têm
importância especial porque revelam as falhas das decisões pró-aborto do
Supremo Tribunal dos EUA, começando no caso da decisão Roe. v. Wade de 1973. Trechos de seus julgamentos concomitantes são apresentados abaixo:
Julgamento concomitante do Juiz Roy Moore:
“Denominada
no Código dos Estados Unidos como uma das ‘Leis Orgânicas dos Estados
Unidos da América,’ a Declaração de Independência reconhece como ‘evidente’
a verdade de que todos os seres humanos são dotados com dignidade
inerente e direito à vida como resultado direto de terem sido criados
por Deus.”
“Deus,
não governos ou o Legislativo, dá as pessoas esses inerentes direitos
naturais… O governo, aliás, não tem nenhuma autoridade para reduzir ou
destruir direitos naturais que Deus diretamente concede à humanidade e
na verdade não tem nenhuma autoridade para contestar o que Deus declara
certo ou errado.”
“Como presente de Deus, esse direito à vida não está sujeito de ser violado pela escolha unilateral de outros.”
“Todas
as leis, quer sejam locais ou internacionais, fluem da fonte divina: é a
lei de Deus. A lei da natureza e o Deus da natureza colocam obrigações
em todas as nações, estados e todas as autoridades governamentais —
desde a Inglaterra até a Alemanha e o Alabama — independente das leis
positivas e ordens ao contrário.”
“Os
estados têm um dever claro de proteger a vida humana dos bebês em
gestação sob a Cláusula de Igual Proteção da Emenda Quatorze.”
“A
indisposição discriminatória de qualquer estado de fornecer proteção
legal igualmente para pessoas nascidas e em gestação sob, por exemplo,
seus estatutos que proíbem o homicídio, a agressão ou risco químico
viola, pois, a Cláusula de Igual Proteção da Constituição dos Estados
Unidos.”
“Pelo
fato de que uma vida humana dotada com todos os genes vem à existência
no momento da concepção, a verdade evidente de que todos os homens são
criados iguais e são dotados por seu Criador com certos direitos
inalienáveis abrange o momento da concepção. O reconhecimento legal dos
bebês em gestação como membros da família humana deriva no final das
contas das leis da natureza e do Deus da natureza, o qual criou a vida
humana conforme a Sua imagem e a protegeu com o mandamento: ‘Não
matarás.’”
Julgamento concomitante do Juiz Tom Parker:
“Em contraste com o raciocínio da decisão Roe e Casey,
a dependência do Alabama em princípios objetivos tem levado este
tribunal a reconhecer sistematicamente o direito inalienável à vida que
todo ser humano inerentemente possui e tem levado a dissipar qualquer
sombra de dúvida lançada pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos com
relação à violação da lei da não-contradição.”
“A
liberdade continuará a encontrar refúgio na jurisprudência pró-aborto
até que os tribunais recusem violar a lei da não-contradição e, como o
Alabama, reconheçam o direito inalienável dos bebês em gestação à vida
em todos os momentos e em todos os aspectos.”
“Não existe base válida para o padrão da viabilidade.”
“Desde
as fases iniciais do desenvolvimento da criança, a existência de um
bebê em gestação é separada da de sua mãe. Por isso, o Alabama tem um
interesse não só em promover uma sociedade e cultura sustentável que
valoriza a vida, mas também em garantir as bênçãos da liberdade
protegendo o direitos inerente à vida na própria vida nova.”
“O
bebê em gestação não pode logicamente ser um ser humano separado e
distinto para os propósitos de um procedimento de aborto, mas não outro.
Proteger o direito do bebê em gestação à vida em todas as fases de
desenvolvimento eliminaria o raciocínio contraditório das decisões
pró-aborto do Supremo Tribunal e dissiparia toda sombra de dúvida que
obscurece o direito à vida dos bebês em gestação.”
“Por
que a proteção legal de um indivíduo em qualquer ponto especifico no
tempo deveria depender de sua relação subjetiva ao assassino? Tal
proteção irracional é ilógica. O reconhecimento do direito à vida de uma
criança desde as fases iniciais de seu desenvolvimento dissiparia toda
sombra de dúvida dessa área da jurisprudência e evitaria proteção
desigual das duas crianças.”
“Pelo
fato de que os bebês em gestação têm um direito inalienável à vida
desde suas fases iniciais de desenvolvimento, eles têm direito não só a
uma vida livre dos efeitos danosos de químicas em todas as fases de
desenvolvimento, mas também à própria vida em todas as fases de
desenvolvimento. Tratar um bebê em gestação como uma pessoa separada e
distinta em apenas aspectos selecionados agride a lógica e nosso senso
mais profundo de moralidade.”
“Os
tribunais não têm o luxo de se esconder atrás de alegações sem
fundamento. O Supremo Tribunal dos Estados Unidos vem tentando fazer
isso determinando, na área de aborto, que o limite da proteção de cada
estado para os bebês em gestação é a viabilidade. É de fato consolador
dar ao realista testemunho de que aquele que vive por alegações sem
fundamento morre por alegações sem fundamento. Mas temos de chorar pela
Constituição dos EUA. Para dissipar toda sombra de dúvida que obscurece a
jurisprudência de aborto dos EUA, os tribunais precisam ter a coragem
de permitir que a lei da não-contradição desmantele o raciocínio sem
fundamento das decisões Roe, Casey e Stenberge
reconheça o direito inalienável da criança à vida em todas as fases de
desenvolvimento. Até então, estamos tristes não apenas pela
Constituição, mas também pelos milhões de crianças que não têm recebido
igual valor, amor e proteção desde [que os EUA legalizaram o aborto em
1973 na decisão federal] Roe.”
Na
página 69 de seu julgamento, o Juiz Parker cita trecho de um artigo da
Revista da Faculdade de Direito da Universidade Liberty escrito por um
jovem formado na Faculdade de Direito da Universidade Liberty, Dr.
Martin Wishnatsky. O artigo é “The Supreme Court’s Use of the Term
“Potential Life”: Verbal Engineering and the Abortion Holocaust” (O Uso
que o Supremo Tribunal Faz do Termo “Vida Potencial”: Engenharia Verbal e
o Holocausto do Aborto), 6 Liberty U.L. Rev. 327, 342-43 (2012). O Dr.
Wishnatsky foi advogado estagiário no Conselho da Liberdade durante a
faculdade de direito.
Liberty Counsel é
uma organização internacional sem fins lucrativos de processos
judiciais, educação e políticas públicas dedicada a avançar a liberdade
religiosa, a santidade da vida e da família desde 1989, fornecendo
assistência e representação gratuita nesses e outros assuntos.
Traduzido por Julio Severo do artigo do Conselho da Liberdade: Alabama Supreme Court Opinion Rules that “Child” Includes “Unborn Child”
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