A história da Salvação passou por
diversas fases, culminando com a vinda de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e
verdadeiro homem. Desde o início, Deus teve que usar de uma pedagogia
toda especial para retirar o homem da idolatria, seja de falsos deuses,
seja de forças e princípios cósmicos. O candomblé e as religiões pagãs,
todavia, permanecem nessa atitude de idolatria.
No candomblé, o
deus maior não pode ser cultuado, mas tão-somente os orixás, as
divindades menores que regem a vida de cada homem de acordo com a
personalidade de cada um. Da mesma forma que nas antigas religiões
greco-romanas, existe no candomblé um "deus", uma força cósmica para
cada característica humana. E, igualmente, o "Deus" criador de todas as
coisas não pode ser adorado, visto não ser possível manter nenhum tipo
de relacionamento com o homem, dada a Sua perfeição e imutabilidade.
Não
há como negar que existe uma certa lógica nesse pensamento pagão, pois,
de fato, Deus Criador está muito além do homem, mera criatura. Ele
"habita em luz inacessível" (ITm 6,16), porém, o Catecismo vai mais além
e diz que "Deus, infinitamente Perfeito e Bem-aventurado em si mesmo,
em um desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo
participar de sua vida bem-aventurada." Para tanto, na plenitude dos
tempos enviou Seu Filho (Gl 4,4), "como Redentor e Salvador (...). Nele e
por Ele, chama os homens a se tornarem, no Espírito Santo, seus filhos
adotivos" e, deste modo, torna-os seus herdeiros e participantes de sua
vida. (CIC 01)
É esta ação e desejo de Deus - de fazer os homens
participarem de sua vida bem-aventurada - que diferencia o cristianismo
de todas as outras ditas religiões. Por causa dele, Deus Criador, o
Imutável, o Perfeito, o Sumo Bem desceu dos céus e veio habitar entre os
homens: Jesus é o próprio Deus que se fez homem.
Deste modo,
cultuar criaturas em vez de o Deus verdadeiro é grave infração. Deus
transcende a criação, está presente nela e a sustenta. É o que ensina o
Catecismo:
"Deus é infinitamente maior que todas as suas obras: "Sua majestade é mais alta do que os céus, é incalculável a sua grandeza. Mas, por ser o Criador soberano e livre, causa primeira de tudo o que existe, Ele está presente no mais íntimo de suas criaturas: "Nele vivemos, nos movemos e existimos. Segundo as palavras de Santo Agostinho, ele é ‘superior summo meo et interior intimo meo’ - maior do que o que há em mim e mais íntimo do que o que há de mais íntimo em mim." (CIC 300)
Por
isso, Deus não cabe na mente do homem, não é seu funcionário, nem lhe
faz todas as vontades. O deus que se submete ao intelecto humano deixa
de ser onipotente, imutável e torna-se apenas um ídolo. E a idolatria
(politeísmo) é uma afronta ao primeiro mandamento da lei divina. O
Catecismo ensina que:
"O primeiro mandamento condena o politeísmo. Exige que o homem não acredite em outros deuses afora Deus, que não venere outras divindades afora a única. A escritura lembra constantemente esta rejeição de ídolos, ouro e prata, obras das mãos dos homens, os quais têm boca e não falam, olhos e não veem. Esses ídolos vãos tornam as pessoas vãs: ‘Como eles serão os que o fabricaram e quem quer que ponha neles a sua fé." Deus, pelo contrário, é o "Deus Vivo" que faz viver e intervém na história" (CIC 2112)
Se, portanto, "o desejo de Deus
está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e
para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o
homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de
procurar" (CIC 27), não se pode ignorar a incompletude do candomblé e
das religiões pagãs como um todo. Insistir em suas práticas é colocar a
própria felicidade - e salvação eterna - nas mãos de algo incapaz de
propiciar aquilo que se busca e que só o Deus Perfeito e Criador do céu,
da terra, das coisas visíveis e invisíveis pode proporcionar.
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