“Falta de tempo é a desculpa da falta de método” (Heus)
O melhor presente é o tempo Presente; então, é preciso aproveitá-lo
bem. Mas há uma ciência em aproveitar o tempo. Não se trata de correr ao
fazer as coisas, mas de não desperdiçá-lo com coisas sem sentido.
Para viver bem é preciso saber usar bem o tempo; é nele que
construímos a nossa vida. Cada momento de nossa existência tem
consequências nesta vida e na eternidade. Por isso, não podemos ficar
“matando o tempo”; pois seria o mesmo que estar matando a nossa sua vida
aos poucos. Na verdade, o tempo presente é a única dádiva que nos
pertence; o passado já se foi, e o futuro a Deus pertence.
Viva intensamente o presente. Tenha sempre
em mente o seguinte: a pessoa mais importante é essa que está agora na
sua frente; o trabalho mais importante é este que você está fazendo
agora; o dia mais importante da vida é este que você está vivendo hoje; o
tempo mais importante é o agora. Alguns me perguntam como consigo fazer
tantas coisas; a resposta é simples: não perder tempo e há tempo para
tudo que é importante ser feito. É claro que precisamos priorizar as
atividades.
Viver é como escrever um livro cujas páginas são os nossos atos, palavras, intenções e pensamentos.
As coisas pequenas, mas vividas com amor, assumem um valor elevado,
enquanto muitos momentos aparentemente brilhantes são comparáveis a
bolhas de sabão! Abrace com toda força as oportunidades que você tiver
para crescer nos estudos e numa profissão. As chances que a vida nos dá
não são muitas; e se você não aproveitá-las bem, pode chorar mais tarde.
Nunca fique sem fazer nada; ainda que você esteja desempregado ou de
férias; pois sabemos que “mente vazia e desocupada é oficina do diabo”.
Descansar não quer dizer ficar sem fazer nada; é mudar de atividade.
Mesmo no campo ou na praia de férias você pode fazer algo que o descansa
e que é útil.
Se fizermos as contas, veremos que todas as manhãs são creditados
para cada um de nós 86.400 segundos; e todas as noites o saldo é
debitado como perda e não é permitido acumulá-lo [saldo] para o dia
seguinte. Todas as manhãs a sua conta é reiniciada, e todas as noites as
sobras do dia anterior se evaporam.
Não há volta. Você precisa aplicar, vivendo o presente, o seu
depósito diário. Invista, então, no que for melhor, em bens definitivos e
não fugazes. Faça o melhor cada dia.
Para você perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que
repetiu de ano. Para perceber o valor de um mês, pergunte para uma mãe
que teve o seu bebê prematuramente. Para você perceber o valor de uma
semana, pergunte a um editor de jornal semanal. Para perceber o valor de
uma hora, pergunte aos namorados que estão esperando para se encontrar.
Para
você perceber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o
ônibus. Para perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que
conseguiu evitar um acidente. Para você perceber o valor de um milésimo
de segundo, pergunte a alguém que conquistou a medalha de ouro em uma
Olimpíada.
Lembre-se: o tempo não espera por ninguém. O dia de ontem é história.
O de amanhã é um mistério. O de hoje é uma dádiva. Por isso é chamado
“presente”! Não deixe que o tempo escorra por entre os dedos abertos de
suas mãos vazias; segure-o de qualquer maneira para que ele vire
eternidade.
Por que esperar amanhã para viver? O presente está cheio do passado e
repleto do futuro. O bom aproveitamento do dia de hoje é a melhor
preparação para o dia de amanhã. O tempo é sagrado, porque o evento da
salvação se inseriu no tempo histórico. Mas é preciso ter uma noção
correta do uso do tempo. Alguns pensam que “tempo é dinheiro”, e não
conseguem parar. Não é assim.
Emmir Nogueira, tem uma bela reflexão baseada em Jacques Phillippe,
autor de “Liberdade Interior”, (Ed. Shalom, 2004), que ensina-nos que
há dois tempos: um exterior, contato pelo relógio, e outro interior,
contado pelo amor. Transcrevo aqui uma reflexão desse livro:
“O tempo exterior é o tempo do fazer, do trabalhar, estudar,
produzir, produzir, produzir. É o tempo das horas marcadas, das agendas
lotadas, dos compromissos importantes e inadiáveis. É o tempo que
estressa, que envelhece, que desgasta, que irrita. Tempo que me fecha em
mim mesmo, que me leva a pensar mais em mim do que nos outros, tempo de
receber, de acumular. Tempo de usura.”
“O tempo interior é o tempo de ser, do trabalhar com gratuidade, do
estudar com extasiamento, do produzir para o bem de todos, ainda que me
“prejudique”. É o tempo que esquece o relógio diante da necessidade do
outro. Tempo das agendas que sempre cabem mais uma horinha, tempo dos
importantes e inadiáveis compromissos com a vontade de Deus.”
“Tempo interior é o tempo que pacifica ao ser doado, tempo que
rejuvenesce porque tudo espera, tempo que refaz porque tudo crê, tempo
paciente que tudo suporta. É tempo que me abre para o outro e para as
boas surpresas de Deus, tempo de dar, tempo de partilhar. Tempo de
gratuidade. É aquele tempo que se chama “paciência histórica”. Tempo que
sabe que Deus tem o comando de tudo. Tempo que não se apressa em julgar
e que se recusa a imprimir sentenças.”
“Tempo interior, é tempo de quem ora. É tempo de amor registrado
pelos relógios da eternidade, sem ponteiros, sem dígitos. Tempo que
sempre sobra. É o tempo em que Deus vive. Tempo que se partilha com Ele,
carregado dos seus segredos de amor. Tempo que “guarda tudo em seu
coração”, que se submete inteiramente à vontade de Deus. Tempo sempre
sim. Tempo-sim a Deus e ao irmão. O tempo da eternidade vivido no tempo
que se chama hoje.”
Usamos tanto a palavra URGENTE, que ela perdeu a sua força. O que é
urgente, de fato? As nossas correrias? Não. Urgente é saber perguntar:
qual o sentido de tudo o que estou fazendo? O mais urgente é saber
agradecer a Deus o nascer do Sol que se repete a cada dia; urgente é o
relacionamento com os filhos, o abraço na esposa, saber gastar o tempo
com os outros… não se esquecer de viver a vida.
As pessoas não se tornam grandes por fazerem grandes coisas. Fazem
grandes coisas por serem grandes. Para ser grande é preciso,
pacientemente, construir-se a cada dia.
Prof. Felipe Aquino
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