O Patriarcado de Moscou, que lidera a Igreja cismática russa, atacou duramente a Igreja greco-católica (“uniatas”) da Ucrânia.
O ponto de partida da ira é político: pelo fato de os católicos terem
participado do movimento anticomunista que depôs o presidente Viktor
Yanukovich, marionete da “nova URSS” de Putin.
Segundo o metropolita Hilarion, responsável pelas relações públicas
do Patriarcado de Moscou, o arcebispo-mor de Kiev (líder da Igreja
greco-católica), D. Sviatoslav Shevchuk, e seu predecessor, o Cardeal
Lubomir Husar, “assumiram uma posição muito clara desde o início do
conflito civil, que depois se transformou num conflito armado com
derramamento de sangue”, noticiou a agência “AsiaNews”.
O líder cismático não hesitou em imiscuir-se numa questão interna da
Ucrânia e atacou os “uniatas” por apoiarem a integração europeia e,
segundo ele, “até pediram aos países ocidentais uma intervenção mais
ativa no caso da Ucrânia”.
A seguir, o representante cismático russo descarregou sua cólera contra a Igreja greco-católica.
Ele a acusou de representar um grande obstáculo nas relações ecumênicas entre o Patriarcado de Moscou e a Santa Sé.
De fato, a acusação é verdadeira na perspectiva de um falso ecumenismo.
O cisma russo quer a apostasia dos “uniatas” e sua anexação ao Patriarcado de Moscou.
Mas como os católicos não aceitam esta imposição, eles são objeto de
invectivas injustas e constantes, que já causaram inúmeros martírios em
décadas não tão remotas.
“Os ortodoxos – continuou o arrogante representante cismático – sempre viram de modo extremamente negativo os uniatas, como um projeto especial da Igreja Católica, porque na realidade se vestem como ortodoxos, observam ritos ortodoxos, mas são católicos”.
De fato, a verdade é o oposto: as vestimentas eclesiásticas e os
ritos litúrgicos cismáticos têm sua origem na Igreja Católica, sendo
usados abusivamente pelos cismáticos “ortodoxos”.
Hilarion disse ter exigido do Vaticano “explicações” sobre as
atividades dos “uniatas”, mas a única resposta que teria recebido foi de
que “nós não os controlamos”.
O arcebispo-mor católico “uniata”, D. Shevchuk, esteve
recentemente com o Papa Francisco, a quem denunciou entre outras coisas o
desaparecimento de pessoas na Ucrânia, “raptadas e torturadas” pelas forças especiais do governo Yanukovych. Não foi dada a conhecer a reação do Sumo Pontífice.
O Ministério da Cultura ucraniano repeliu as acusações do Patriarcado
de Moscou de “intolerância religiosa” e de supostas ameaças de confisco
de paróquias ligadas ao dito patriarcado.
As acusações davam a Vladimir Putin mais pretextos para praticar novas provocações militares contra a Ucrânia.
O governo de Kiev também repeliu a invenção do Patriarcado de Moscou
de que o país esteja em guerra civil, argumento que cairia como luva na
mão para justificar mais atropelos da “nova URSS” de Putin.
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