O Jornal Brasileiro de Psiquiatria (vol.58
nº1, RJ, 2009) publicou há alguns anos um documentado trabalho que
continua candente: trata-se da relação entre preferência musical e
suicídio.
Os autores – Carlos Eduardo Pimentel; Valdiney V. Gouveia; Neliane
Lima de Santana; Wises Albertina Chaves; Carolina Andrade Rodrigues, da
Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB) – apelaram a estudos feitos sobretudo em países de língua
inglesa, não existindo trabalhos sobre o assunto em língua portuguesa.
Porém, músicas e letras modernas, especialmente dos principais
estilos relacionados ao suicídio, circulam largamente no Brasil:
especificamente o rock, o heavy metal, a country music, e também o
blues.
O trabalho verificou empiricamente que:
1. a preferência musical se relaciona com risco de suicídio;
2. a preferência musical age como um indício para o risco de suicídio.
Os autores também verificaram que as moças fãs de heavy metal apresentaram maior risco de suicídio do que os rapazes.
A preferência musical não é um indicador superficial. Ela serve como um fator de identificação entre os jovens.
E também influencia seu comportamento social e/ou antissocial, seu
modo de vestir, de se comunicar, seus gostos comuns (por exemplo, por
filmes de terror ou esportes radicais, como o skate), além de tatuagens e
modificações corporais como o body piercing.
Os pesquisadores apontam outros estudos demonstrando as relações
entre adolescentes que têm tatuagens com baixa autoestima, delinquência,
abuso de drogas, comportamento sexual de risco, participação em rituais
satânicos e suicídio.
Outro estudo constatou que 21% dos jovens que cometeram suicídio tinham tatuagem.

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