Oração Inicial
Canto: Em Nome do Pai † e do Filho e do
Espírito Santo. Amém.
Todos: Vinde, Espírito Santo, enchei os
corações dos Vossos fiéis...
Consagração ao Divino Espírito Santo
Todos: Ó Espírito Santo, Divino Espírito de
Luz e de Amor, eu Vos consagro a minha inteligência, o meu coração e a minha
vontade, todo o meu ser, no tempo e na eternidade. Que a minha inteligência
seja sempre dócil às Vossas celestes inspirações e à Doutrina da Santa Igreja
Católica, de que sois Guia infalível. Que o meu coração seja sempre inflamado
do Amor de Deus e pelo próximo. Que a minha vontade seja sempre conforme a
Vontade Divina, e que toda a minha vida seja uma imitação fiel da Vida e das Virtudes
de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, a quem, com o Pai e Convosco, sejam
dadas honra e glória para sempre. Amém.
Música: “A nós descei Divina Luz”
1º dia: O Espírito Santo no seio da Santíssima Trindade
Leitura
Bíblica: São Mateus
3,13-17
Dirigente: Deus é Um só, mas tem Três modos de ser,
de existir. Da única Essência, da única Natureza Divina, participam Três
Pessoas Divinas. Essas Pessoas são absolutamente iguais quanto à Natureza, à
Essência, quanto à Onipotência e à Santidade, mas são distintas, pois que uma
não é a outra e inclusive se manifestam conjuntamente a nós (no Batismo de
Jesus, por exemplo). “Aquele que é o Pai
não é o Filho, e Aquele que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é Aquele
que é o Pai ou o Filho” (XI Concílio de Toledo, 675, DS 530). Além disso,
podemos falar apropriadamente de diferentes Missões Divinas (processões): uma é
a Missão do Filho, e outra é a Missão do Espírito Santo ‐ ainda que, sempre quando age, Deus
age Trinitariamente. A isso chamamos de Mistério da Santíssima Trindade. E
mistério é sempre mistério; se o compreendêssemos em totalidade, não seria
mistério. Mas às vezes dá‐se‐nos a impressão de que alguns mistérios
são “mais misteriosos” que outros. Este da Santíssima Trindade, por exemplo. Realmente,
não é nada fácil, dentro da lógica humana, aceitar, sem uma certa inquietude, a
realidade de Três Pessoas num só Deus. As Três Pessoas Divinas, por si, já são
um Mistério. Das Três, porém, a mais “misteriosa” é, por assim dizer, a Pessoa
do Espírito Santo. Porque Ele não tem um rosto (como o Cristo), não tem uma
imagem (como a que fazemos do Pai), não tem um “sinônimo” a que possamos nos
agarrar. De fato, o Espírito veio até nós de modo misterioso, sutil,
“interior”. E não há nenhum mal em termos mais dificuldades em entendê‐Lo. O que não podemos permitir é que,
diante desta maior dificuldade em compreendê‐Lo, acabemos por rejeitá‐Lo a um segundo plano em nossa
espiritualidade, deixando‐O
“de lado” em nossas orações, em nossa devoção, em nosso relacionamento com a
Trindade. Só ousamos falar desse Mistério, coisa que jamais descobriríamos por
nós mesmos, porque Deus tomou a iniciativa em revelá‐lo a nós, e, pacientemente, através
dos séculos, foi gradativamente partilhando conosco a Sua própria Vida íntima e
misteriosa. E se Deus revelou-Se em Três Pessoas, é porque é da Vontade d’Ele
que nós O conheçamos e O amemos em Suas Três maneiras de Ser. Pois quanto mais
O conhecermos, mais O amaremos e compreenderemos Seu plano amoroso e Suas intenções
para nossas vidas...
Música: “Sopra, Espírito de Deus”
[depois ir para Oração Final]
2º dia: O Espírito Santo é Deus
Leitura
Bíblica: I Coríntios
2,9-12
Dirigente: Muitas pessoas concebem o Espírito
Santo como uma “Força de Deus”, ou como uma “Luz Divina”, ou, ainda, como uma
“Consolação Divina” que Deus nos concede, apenas. Embora possamos também
considerá‐Lo como
essas realidades todas, é necessário termos em conta que o Espírito Santo não é
“uma parte” ou “um aspecto” da Ação Divina. Ele é Deus! Mesmo não assumindo a
nossa natureza humana como Jesus ‐
que Se fez Carne, um de nós ‐,
o Espírito Santo é Deus mesmo. Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, Um com o
Pai e o Filho. Procede do Amor entre Eles, uma só Essência, uma só Natureza com
Eles. Como Pessoa é livre, tem inteligência e vontade. Tudo vê, tudo conhece,
está presente em tudo e em todos. Exerce hoje, em mim ‐ em cada criatura, em todos os filhos
de Deus ‐, a Missão
de Santificador, de Consolador. É o Senhor da Vida! É Aquele que, agindo em
nosso interior desde o nosso Batismo, nos leva a conhecer Jesus, a amá‐Lo, a seguir Seus Ensinamentos. Ele
nos revela Jesus ‐
Caminho, Verdade e Vida. Ele nos convence de que somos salvos pelo Sangue do
Cordeiro sem mancha, Jesus Cristo. Deus sem face. A humildade de Deus. Puro
Espírito, que escolheu nosso ser para Seu Templo, Sua Morada, habitando nosso
frágil espírito humano. No Credo Niceno-Constantinopolitano, rezamos: “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a Vida,
e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; Ele
que falou pelos Profetas”. Ao professarmos nossa Fé na Pessoa do Divino
Espírito Santo, a Igreja nos ensina: “Aquele
que o Pai enviou aos nossos corações, o Espírito do Seu Filho, é realmente
Deus. Consubstancial ao Pai e ao Filho, Ele é inseparável dos dois, tanto na
Vida íntima da Trindade como no Seu Dom de Amor pelo mundo. Mas ao adorar à
Santíssima Trindade, vivificante, consubstancial e indivisível, a Fé da Igreja
professa também a distinção das Pessoas. Quando o Pai envia Seu Verbo, envia
sempre Seu Sopro: Missão conjunta em que o Filho e o Espírito Santo são
distintos, mas inseparáveis. Sem dúvida, é Cristo que aparece, Ele, a Imagem
visível do Deus invisível; mas é o Espírito Santo que O revela” (CIC, 689‐690). E diz mais o Catecismo da Igreja
Católica (n. 253): “As Pessoas Divinas
não dividem entre Si a Única Divindade. Mas cada uma delas é Deus por inteiro”;
“O Pai é Aquilo que é o Filho, o Filho á
Aquilo que é o Pai, o Espírito Santo é Aquilo que são o Pai e o Filho, isto é,
Um só Deus quanto à Natureza” (XI Concílio de Toledo, 675, DS 530).
Música: “Move-Te em mim”
[depois ir para Oração Final]
3º Dia: O Espírito Santo é uma Pessoa
Leitura
Bíblica: Atos dos
Apóstolos 13,1-4
Dirigente: Como já vimos, Deus é sempre um
Mistério. E, das Três Pessoas, o Espírito Santo parece ser a mais misteriosa de
todas. É o “Deus sem face” (ao contrário do Filho que assumiu a nossa natureza
humana), o “Deus sem referência humana” (ao contrário da Primeira Pessoa, a
quem chamamos por um Nome que nos é bastante comum: Pai!)... Para referir‐se a Ele, as Sagradas Escrituras lançam
mão de símbolos, tais como: Água, Unção, Fogo, Nuvem, Luz, Selo, Mão, Dedo e
Pomba (CIC, 694-701). E quando questionados a respeito de quem é o Espírito
Santo, comumente também respondemos com conceitos totalmente impessoais, ou
abstratos, como: “Ele é o Amor, a Consolação, a Luz, a Força, a Esperança, o
Revelador...” Na realidade, Deus é, na Sua Natureza, AMOR (1Jo 4,16). Por
conseguinte, Dom, Vida incessantemente doada. Enquanto fonte permanente desse
Dom, Deus é Pai. Enquanto expressão e receptor desse Dom, Deus é Filho.
Enquanto Dom mesmo, Ele é o Espírito (2Cor 3,17). “Uma só Essência, uma Substância ou Natureza, mas Três Pessoas”,
nos ensina o Concílio de Latrão. E, de fato, aprendemos todos - e desde cedo ‐ que o Espírito Santo é a Terceira
Pessoa da Santíssima Trindade. Mas em que sentido? Como é que Alguém que eu não
vejo, não toco, e que “é Espírito”
(Jo 4,24), pode ser uma Pessoa?... Ainda que limitados pelo curto alcance dos
conceitos humanos, podemos ser auxiliados nessa “compreensão” quando associamos
a palavra Pessoa (persona) ao conceito de personalidade. O Espírito Santo traz
em Si todos os atributos de uma personalidade. Ele tem intenção (Rm 8,27), tem
conhecimento (1Cor 2,10‐11),
tem vontade própria (1Cor 12,11) experimenta emoções (Ef 4,30). Ele se relaciona
e age como somente uma Pessoa poderia fazê‐lo:
Ele fala (At 1,16), ora (Rm 8,26‐27),
ensina (Jo 14,26) opera milagres (At 2,4; 8,39) ordena (At 8,29; 10,19‐20; 11,12; 13,2) proíbe (At 16,6-7),
guia as pessoas (Rm 8,14) e consola a Igreja (At 9,31), entre outras tantas
ações... A consciência de que o Espírito Santo é uma Pessoa deve gerar em nós
um impacto que interpele a nossa vida: se o Espírito Santo é uma Pessoa, nós
precisamos aprender a ter com Ele um relacionamento pessoal ‐ isto é, de pessoa para Pessoa. Ele não
pode continuar sendo para nós apenas um dado teológico, doutrinário, mas... uma
Pessoa, Amiga! Uma Pessoa com quem posso partilhar minhas dificuldades, minhas
vitórias, meus fracassos, minhas alegrias... A propósito, você já entabulou uma
conversa com o Espírito Santo, hoje? Já Lhe disse, por exemplo: “Bom Dia,
Espírito Santo”? Afinal, Ele é também o nosso Advogado, o nosso Consolador e
Aquele que nos dá a Força...
Música: “Como uma corsa”
[depois ir para Oração Final]
4º Dia: O Espírito da Promessa no Antigo Testamento
Leitura
Bíblica: Ezequiel 36,24-28
Dirigente: É de maior importância para a nossa
abertura à Pessoa do Espírito Santo compreendermos adequadamente, tanto quanto nos
permite a Revelação e a nossa capacidade de interpretá‐la, o significado central daquilo que
aconteceu no histórico Evento de Pentecostes. Pentecostes não é, simplesmente,
“a vinda do Espírito Santo”, como comumente costuma‐se afirmar. O Espírito Santo, Pessoa
Divina que é, sempre esteve presente na História da Humanidade, não sendo,
pois, correto crer que Ele só tenha vindo atuar em nosso meio depois de
Pentecostes. De fato, já no segundo versículo da Bíblia, encontramos a
expressão: “O Espírito pairava sobre as
águas...” (Gn 1,2). E ela nos ensina ainda, por exemplo, que Ele desceu
sobre Enoque, Abraão, Isaque e Jacó; que o Faraó compreendera que José possuía
o Espírito de Deus; que os milagres de Moisés eram operados por Sua Virtude;
que atuou em Otoniel, Gedeão, Débora, e Sansão; que Samuel e Davi profetizavam
pelo Espírito Santo; que Azarias e Oziel O possuíam. E Isaías 63,11‐12 diz: “Onde habita Aquele que enviou no meio deles o Espírito Santo, guiando
Moisés pela destra? Desceu o Espírito do Senhor e foi o Guia do Seu Povo...”
Outras passagens da Sagrada Escritura confirmam esta presença e este operar do
Espírito Santo nos tempos descritos pelo Antigo Testamento. Do conjunto dessas
afirmações, podemos caracterizar em certo sentido o modo como o Espírito Santo
estava presente e operava na História da Salvação, antes de Pentecostes (porque,
depois, seria diferente!). Podemos dizer que: O Espírito Santo se manifestava
(ou “se apossava de”, ou “agia em”) apenas em algumas pessoas, escolhidas por
Deus com vistas a algum propósito de Sua parte (alguns reis, profetas, juízes,
ou sacerdotes); O Espírito se manifestava na vida dessas pessoas por um
determinado tempo, apenas; cessada a “missão”, a “tarefa” ou o “propósito”,
cessava a aparente manifestação; Ele ainda não “habitava” o ser humano como
hoje nos é possível; A presença do Espírito na vida de todas as pessoas era uma
presença considerada do tipo “natural”, ou imanente, a sustentar e garantir
nelas a Vida, da qual Ele é Senhor e Fonte! Não era ainda uma presença do tipo
“sobrenatural”, além da natureza humana, mas uma presença pela Graça, como nos
é possível hoje por um intermédio dos Sacramentos; Não se tinha a consciência,
a revelação, que temos hoje a respeito do Espírito Santo. Percebiam‐No mais como uma “Força Divina”, e não
como a Presença e a Ação de uma Pessoa Divina, da Trindade. Algumas promessas,
porém, da parte de Deus pela boca de Seus Profetas (e depois, pela boca do
próprio Jesus) nos davam conta de que, para os tempos messiânicos, ou seja,
depois da vinda do Filho, a presença e o operar do Espírito seriam diferentes.
Por exemplo, pela boca do Profeta Joel, Deus nos anunciava: “Depois disso acontecerá que derramarei o
Meu Espírito sobre todo o ser vivo: vossos filhos e vossas filhas profetizarão;
vossos anciãos terão sonhos, e vossos jovens terão visões. Naqueles dias,
derramarei também o Meu Espírito sobre os escravos e as escravas” (Jl
3,1-2). Veja também: Ez 36,25‐27;
Is 44,3. Pentecostes é a realização dessas promessas a respeito do Espírito. E
a nós, a quem coube viver nesses tempos em que Pentecostes já é uma realidade,
é dada a possibilidade de desfrutar os privilégios que o novo modo do Espírito
Santo estar presente e agir veio nos trazer, como veremos nos próximos
encontros...
Música: “Vem, Espírito, sozinho eu não posso
mais”
[depois ir para Oração Final]
5º dia: A Catequese de Jesus sobre o Espírito Santo
Leitura
Bíblica: São João 14,12-17
Dirigente: Jesus Cristo é o Portador definitivo
das Boas-Novas da Revelação. Anuncia‐nos
com Autoridade que Deus é Pai, que Ele e o Pai são um, e que o Espírito Santo é
o “outro Paráclito” (Jo 14,16) que
haveria de vir para dar testemunho d’Ele. Nos capítulos 14, 15 e 16 do
Evangelho de São João, especialmente, Jesus expõe aos Seus Discípulos
uma nova
e esclarecedora Catequese sobre o Espírito Santo. Refere‐se a Ele, pela
primeira vez, como a Alguém,
como a uma Pessoa. Explica‐nos
o novo modo como essa Pessoa Divina estará em nosso meio, e qual a
essência de
Sua Missão: estará conosco eternamente; e não só conosco, mas em nós (Jo
4,15‐17); ensinar‐nos‐á todas as coisas e nos recordará tudo
o que Jesus nos disse (Jo 14,26); dará testemunho, não de Si mesmo, mas
de
Jesus (Jo 15,26); e que era Verdade, convinha a nós que Ele (Jesus)
voltasse
para o Pai, porque, assim, o Espírito viria para estar conosco e nos
convenceria a respeito do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16,7-8); e
que Ele
nos conduziria à completa Verdade, pois não falaria de Si mesmo, mas
tomaria
daquilo que ouvira do próprio Cristo, e O glorificaria (Jo 16,13‐14)!
Antes de Sua Ascensão, Jesus
ainda nos fará outras Revelações a respeito da Pessoa do Espírito Santo.
Mas,
daquilo que já disse até aqui, podemos compreender com mais clareza que:
O
Espírito Santo é uma Pessoa; Misteriosa, Divina, mas uma Pessoa; É
necessária a
Sua Vinda para a continuação da Obra da Salvação iniciada por Jesus,
sobre quem
Ele testemunhará; Não estará mais apenas conosco, mas em nós; E não por
pouco
tempo, mas eternamente; Por Ele teremos acesso à Verdade sobre o Cristo,
de
quem Ele recordará eternamente as palavras e os feitos... Além dessas
novidades
apontadas por Jesus a respeito do novo modo de o Espírito Santo estar
presente
entre nós após a Sua partida, temos um outro elemento que é de fato
fundamental
para o entendimento do significado de Pentecostes. E um dos textos‐chave
para esse entendimento é o que
nos oferece o Evangelho de São João 7,37-39: “No último dia, que é o principal dia de Festa, estava Jesus de pé e
clamava: ‘Se alguém tiver sede, venha a Mim e beba. Quem crê em Mim, como diz a
Escritura: Do seu interior manarão Rios de Água Viva’ (Zc 14,8; Is 58,11).
Dizia isso, referindo‐Se
aos que cressem n’Ele, pois ainda não fora dado o Espírito, visto que Jesus
ainda não tinha sido Glorificado”.
Tenhamos em mente esse texto ao realizarmos o nosso próximo encontro.
Música: “Quero mergulhar nas profundezas”
[depois ir para Oração Final]
6º Dia: Espírito Santo, Dom de Deus
Leitura
Bíblica: Romanos 5,1-5
Dirigente: Dizia o Evangelho de São João, na
leitura que vimos em nosso encontro anterior (Jo 7,37‐39), que o Espírito ainda não tinha
sido dado porque Jesus não tinha ainda sido Glorificado. Depois da Catequese
sobre o Espírito Santo ‐
também já vista por nós (caps. 14, 15 e 16 de São João) ‐, Jesus se dirige ao Pai em oração e
pede que seja removida essa barreira: “Pai,
é chegada a hora: glorifica o Teu Filho, para que o Teu Filho possa glorificar‐Te...” (Jo 17,1). E nós sabemos em que
consiste a glorificação de Jesus, descrita nos capítulos seguintes (18 e 19):
prisão, julgamento, Paixão, Morte e Ressurreição! Após esses fatos (capítulo
20), naquele que é considerado o “Pentecostes Apostólico”, já vemos os efeitos
da glorificação de Jesus: embora as portas estivessem fechadas, Jesus aparece
no meio deles, mostra‐lhes
Suas Chagas Gloriosas, deseja‐lhes
a Paz, sopra sobre eles (retomando uma imagem do Espírito muito conhecida
deles, o Ruah) e diz: “Recebam o
Espírito Santo!” (cf. Jo 20,19‐21).
Como a dizer: “Sim, recebam‐No;
agora Ele pode ser dado (como Eu vos disse!), agora Ele é Dom para vocês...” Na
outra descrição de Pentecostes registrada por São Lucas (Atos 1 e 2), temos
outras evidências do novo modo de o Espírito Santo estar presente. Jesus, já Ressuscitado
e prestes a ascender aos Céus (Glorificado, portanto), instrui os Apóstolos a
aguardarem em Jerusalém, pois agora iria se cumprir‐se a Promessa do Pai: “Vocês vão receber o Poder do Espírito
Santo, que virá até vós” (At 1,8), dizia. Na sequência, acontece o
prometido. Os Apóstolos, com Nossa Senhora e algumas outras mulheres, estavam em
oração no Cenáculo quando um Vento impetuoso tomou conta do lugar, e umas como
que línguas de Fogo pousaram sobre eles, que logo começaram a se expressar com
manifestações carismáticas, “falando em
diferentes línguas conforme o Espírito lhes concedia que falassem” e sendo
entendidos por “pessoas de diferentes
línguas e nações” (cf. At 1,12-14; 2,1ss). Quando o povo, atônito com
aquela manifestação espiritual, pergunta a São Pedro o que fazer, ele diz: “Arrependam‐se, sejam batizados em Nome de Jesus
para o perdão de vossos pecados, e recebereis o Dom do Espírito Santo; pois a
Promessa que foi feita a respeito d’Ele é para vós, para vossos filhos e para
todos aqueles que estão distantes, e que Deus está chamando à Ele” (At 2,37‐39). Cumpriu‐se a Promessa. Com Jesus Glorificado,
o Espírito é dado para todos os que ouvem o Chamado do Senhor Nosso Deus. O Pai
e o Filho ‐ como
doadores ‐ se doam
a nós na Pessoa do Espírito Santo. Ele é uma Pessoa‐Dom, para nós de agora em diante.
Inicia‐se aí,
em Pentecostes, uma possibilidade de relacionamento com Deus, no Espírito
Santo, como nunca fora possível antes. Privilégio dos tempos messiânicos,
privilégio nosso. Agora o Espírito se doa a todos, vem para estar em nós: “Acaso não sabeis que sois Templo do
Espírito?” (1Cor 3,16; 6,19), vem para estar “eternamente conosco” (Jo 14,16), como Pessoa Divina, de modo não
apenas natural, mas, pela Graça dos Sacramentos, de um modo que supera
admiravelmente a nossa natureza humana (cf. 1Cor 2,4‐5.10‐14). E nosso Catecismo da Igreja
Católica (n. 686) nos confirma: “O
Espírito Santo está em Ação com o Pai e o Filho do inicio até a consumação do
Projeto da nossa Salvação. Mas é nos ‘últimos tempos’, inaugurados pela
Encarnação Redentora do Filho, que Ele é revelado e dado, reconhecido e
acolhido como Pessoa”. Buscar, pois, ter para com a Pessoa Divina do
Espírito Santo um relacionamento pessoal íntimo, é corresponder ao Dom (ao Presente)
que Deus faz de Si mesmo, a nós, em Pentecostes. Há como recusar isso?!
Música: “Vem, vem, vem, Espírito Santo”
[depois ir para Oração Final]
7º Dia: Sereis Batizados no Espírito Santo
Leitura
Bíblica: Atos dos
Apóstolos 1,4-9
Dirigente: Na Celebração da Vigília de
Pentecostes (29/05/2004), em Roma, o Beato João Paulo II afirmou em seu
discurso: “Desejo que a Espiritualidade
de Pentecostes se difunda na Igreja como um renovado salto de oração, de
santidade, de comunhão e de anúncio”. Ora, o elemento central de toda a
espiritualidade de Pentecostes não é um devocional, um rito litúrgico ou uma novena
de orações, simplesmente. Aquilo de mais significativo que a espiritualidade de
Pentecostes ‐
mormente em consequência da reflexão emanada do Concílio Vaticano II
(1962–1965) a respeito da Pessoa e do operar do Espírito Santo ‐ tem resgatado e oferecido à Igreja é
uma experiência: a experiência do chamado ‘batismo no Espírito Santo’: “Entre os Católicos da Renovação, a frase
‘batismo no Espírito Santo’ se refere a dois sentidos ou momentos. O primeiro é
propriamente teológico. Nesse sentido, todo membro da Igreja é batizado no
Espírito Santo pelo fato de ter recebido os Sacramentos da Iniciação Cristã. O
segundo é de ordem experiencial e se refere ao momento ou processo de
crescimento pelo qual a Presença Ativa do Espírito, recebido na Iniciação, se
torna sensível à consciência da pessoa. [...] Quando se fala, na Renovação
Católica, do batismo no Espírito Santo, geralmente se refere a essa experiência
consciente que é o sentido experiencial” (Documento de Malines, Orientações
Teológicas e Pastorais da RCC, Cardeal Suenens e outros). Para Dom Paul Josef
Cordes ‐
presidente do Pontifício Conselho Cor Unum (das Obras de Misericórdia) ‐, “o
batismo no Espírito Santo é experiência concreta da Graça de Pentecostes, na
qual a Ação do Espírito Santo torna‐Se realidade experimentada na vida do
indivíduo e da Comunidade de Fé. O ‘derramamento do Espírito Santo’ é
introdução decisiva a uma renovada percepção e a um novo entendimento da
Presença e da Ação de Deus na vida pessoal e no mundo. É, em suma, a
redescoberta experiencial, na Fé, de que Jesus é Senhor pelo Poder do Espírito
para a Glória do Pai. Enraizado na Graça Batismal, o batismo no Espírito é
essencialmente a experiência da renovada Comunhão com as Pessoas Divinas. É
abertura e manifestação da Vida Trinitária nos que foram batizados [...] Com
demasiada frequência, indivíduos batizados não tiveram um encontro genuíno com
o Senhor; muitas vezes não se verificou a primeira Evangelização, e ainda não
há adesão explícita e pessoal a Jesus Cristo” (Catechese Tradendae, 19). Segundo ainda Dom Paul
Cordes, a expressão “batismo no Espírito” pode ser usada em muitos sentidos.
Aqui, “batismo no Espírito Santo” é usada com respeito à experiência de receber
o Espírito Santo com a Vida de Graça, juntamente com a recepção dos Carismas,
como parte integrante da Iniciação Cristã, ou como reapropriação ou inspiração
mais tardia em um contexto não-sacramental do que já foi recebido na Iniciação.
Como se vê, há de se entender aqui a palavra “batismo”, no seu sentido primário,
não-sacramental, que se refere ao ato de mergulhar, imergir alguma coisa ou
alguém em uma outra realidade (no nosso caso, um “inundar‐se” no Mistério da Efusão do Espírito
dispensado pelo Pai por intermédio de Jesus, em Pentecostes, que foi
“derramado” conforme a Promessa [cf. At 2,16‐21]). Também se recorre com frequência
ao termo Efusão do Espírito ou, ainda, “derramamento do Espírito”, e mesmo “um liberar
do Espírito Santo”, querendo‐se,
sempre, referir‐se
àquela experiência que nos leva a abrirmo‐nos
mais à realidade da Trindade de Deus em nós, com uma crescente consciência a
respeito do significado dos Sacramentos da Iniciação Cristã, nos batizados
sacramentalmente. Essa especial e profunda “percepção”, definida, perceptível,
envolvente do relacionamento pessoal com Jesus Cristo, que essa experiência
proporciona, não faz parte de nenhum movimento em particular, em caráter
exclusivo, mas é Patrimônio da Igreja, que celebra os Sacramentos da Iniciação
e por quem recebemos o Espírito Santo. Antes de entender e elaborar uma Teologia
a respeito do Espírito Santo, os Apóstolos tiveram uma experiência com Ele.
Ainda que, a princípio, não entendêssemos tudo o que pode significar, os Frutos
desse chamado batismo no Espírito deveriam, por si sós, motivar‐nos a querê‐lo, a desejá‐lo, com muita sede, para a nossa Vida
de Fé. Alguns dos Frutos que se percebem na vida dos que buscam e experimentam
essa graça são: Conversão interior radical e transformação profunda da vida;
Luz poderosa para compreender melhor Mistério de Deus e Seu Plano de Salvação;
Novo compromisso pessoal com Cristo; Gosto pela oração pessoal e comunitária;
Amor ardente à Palavra de Deus na Escritura; Busca viva dos Sacramentos da
Reconciliação e da Eucaristia; Amor verdadeiro e autêntico à Igreja e às suas
instituições; Descobrimento de uma verdadeira opção preferencial pelos pobres;
Entrega generosa ao serviço dos irmãos, na Fé; Força Divina para dar testemunho
de Jesus em todas as partes.
Música: “Batiza-me, Senhor, com Teu Espírito”
[depois ir para Oração Final]
8º Dia: A Efusão do Espírito Santo
Leitura
Bíblica: Gálatas 5,16-23
Dirigente: Por Sua Páscoa, Jesus Cristo redimiu
todo o gênero humano. Por Ele, todos os homens têm acesso à Salvação. É
fundamental, porém, que todos e cada homem, já salvos, assumam explícita e
pessoalmente, essa Salvação. O Mistério da Salvação oferecido gratuitamente por
Deus precisa ser aceito livremente por cada um de nós, como opção pessoal, em
uma atitude de obediência de Fé. “Para
que se preste essa Fé, exigem‐se
gravação prévia e adjuvante de Deus e os auxílios internos do Espírito Santo,
que move o coração e converte‐o
a Deus, abre os olhos da mente e dá ‘a todos suavidade no consentir e crer na
Verdade’. A fim de tornar sempre mais profunda a compreensão da Revelação, o
mesmo Espírito Santo aperfeiçoa continuamente a Fé por meio de Seus Dons” (Constituição Dogmática Dei Verbum,
n. 5). Ou seja, não se avança na percepção progressiva do Mistério da Salvação
realizada por Jesus Cristo sem se deixar habitar em plenitude pelo Espírito
Santo, sem experimentar continuamente de Sua Efusão admiravelmente manifestada,
derramada, dada e comunicada em Pentecostes (CIC, 731), mas prometida para
estar conosco eternamente. “Tendo
entrado uma vez por todas no Santuário do Céu, Jesus Cristo intercede sem
cessar por nós como Mediador que nos garante permanentemente a Efusão do
Espírito Santo” (CIC, 667). O Espírito não cessa, pois, de levar
continuamente as pessoas à experiência do Cristo Vivo e Ressuscitado, por meio
de Sua Efusão. Crentes, descrentes, batizados só de nome, praticantes, santos e
pecadores, são visitados por essa Graça Pascal (cf. CIC, 731), e dão um salto
qualitativo na Fé, que vai de um não conhecimento, de um conhecimento
insuficiente, de um conhecimento estribado na cultura e na razão, apenas, a um
conhecimento experiencial, que aguça a Fé e sacia a sede e que envolve todo
nosso ser e proporciona a todos uma progressiva tomada de consciência a
respeito do real significado dos Sacramentos da Iniciação Cristã, do que
significa ser Cristão, ser salvo, ser Igreja... E não precisamos ficar
esperando que, aleatoriamente, uma hora aconteça conosco. Ou, se já aconteceu,
achar que foi o suficiente. Jesus nos garante permanentemente a Efusão do
Espírito Santo, como vimos. Quem tiver sede, vá a Ele e beba (Jo 7,37‐39), mais e mais. Se o nosso pecado,
se a nossa tibieza, se a nossa pequena Fé nos esmorecem, enchamo‐nos do Espírito (Ef 5,12)! Agora isso é
possível. É possível oferecermos ao Espírito mais e mais espaço em nossa vida
para que Ele a replene com Sua plenitude. Ele, que já está em nós, pode
manifestar‐Se, aqui
e agora, segundo a Sua Vontade e nossa abertura à Sua Ação... É até quando
vamos ter necessidade da Efusão do Espírito? Até atingirmos a santidade! Isso
mesmo, pois, “... se o Batismo é um
verdadeiro ingresso na Santidade de Deus mediante a inserção em Cristo e a
habitação de Seu Espírito, seria um contra‐senso contentar‐se com uma vida medíocre
pautada por uma ética minimalista e uma religiosidade superficial. Perguntar a
um Catecúmeno: ‘Queres receber o Batismo?’ significa ao mesmo tempo pedir‐lhe: ‘Queres fazer‐te santo?’” (Novo Millennio Ineunte, 31). Em
março de 2002, falando aos membros de uma delegação da “Renovação no Espírito
Santo”, na Itália, o Beato João Paulo II afirmou: “A Igreja e o mundo têm necessidade de santos, e nós somos tanto mais santos
quanto mais deixamos que o Espírito Santo nos configure com Cristo. Eis o
segredo da experiência regeneradora da ‘Efusão do Espírito’, experiência típica
que caracteriza o Caminho de crescimento proposto pelos membros dos vossos
Grupos e das vossas Comunidades” (L’Osservatore Romano, 30/03/2002). E mais
recentemente ‐ 23 de
maio de 2004 ‐, ao
convidar os Movimentos Apostólicos a participar da Vigília de Pentecostes, dava
o motivo de seu convite: “... para
invocar sobre nós e sobre toda a Igreja uma abundante Efusão dos Dons do
Espírito Santo”. Que tal manifestarmos a Deus, hoje ‐ quem sabe pela primeira vez, ou,
talvez, uma vez mais ‐
a nossa sede e a nossa vontade de receber mais e mais da Efusão do Espírito?
Associemo‐nos à
Maria, aquela que, embora já tendo experimentado a plenitude do Espírito na
Encarnação do Verbo (gratia plena), obedeceu à instrução do Filho e também
colocou‐se à
espera do cumprimento da Promessa do Dom do Espírito: “E todos ficaram CHEIOS do Espírito...” (At 2,4). Peçamos, com o
Beato João Paulo II, a intercessão dela: “Ó
Virgem Santíssima, Mãe de Cristo e da Igreja [...] Tu que estivestes no
Cenáculo com os Apóstolos em oração, à espera da Vinda do Espírito de Pentecostes,
invoca a Sua Renovada Efusão sobre todos os fiéis leigos, homens e mulheres,
para que correspondam plenamente à sua Vocação e Missão, como ramos da
‘Verdadeira Videira’, chamados a dar ‘muitos frutos’ para a Vida do mundo”
(Christifideles Laici, n. 64).
Música: “Eu navegarei”
[depois ir para Oração Final]
9º Dia: Capacitados para Servir
Leitura
Bíblica: São Marcos
16,12-18
Dirigente: Pentecostes é uma Graça constitutiva ‐ que faz parte ‐ do grande Mistério Pascal, pelo qual
o Filho, o Verbo de Deus Encarnado, obteve para nós a remissão de nossas faltas
e a garantia de participação na Vida Eterna, na Comunhão com a Trindade Santa,
Deus tem um propósito especial e muito definido ao nos dar o Seu Espírito
Santo: tornar possível a continuidade da Graça da Salvação para todas as gerações
que se sucedem à Morte e Ressurreição de Cristo. “Recebereis o Poder do Espírito Santo e então sereis Minhas testemunhas
[...] até os confins do mundo” (At 1,8), nos esclarecia Jesus. Ou, em
outras palavras: “Assim como o Pai Me enviou, assim estou enviando vocês [...]:
recebam [para isso] o Espírito Santo! E o que vocês perdoarem, estará perdoado”
(cf. Jo 20,21‐23). O
Espírito, pois, nos é dado não apenas como “penhor
da nossa Herança Eterna” (Ef 1,13‐14;
Gl 4,6‐7; Tt
3,5‐7), mas
também para que posamos testemunhar a respeito da Obra de Jesus (cf. Jo 15,26‐27). “... é Missão do Espírito Santo também o transformar discípulos em
testemunhas de Cristo” conforme nos recorda o Beato João Paulo II, em sua
Encíclica Catechese Tradendae (n. 72). O Catecismo da Igreja Católica (n. 683) nos
diz que “sem o Espírito não é possível
ver o Filho de Deus, e sem o Filho, ninguém pode aproximar‐se do Pai, pois o
conhecimento do Pai é o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus se faz pelo
Espírito Santo”. E o
Papa Paulo VI, em sua Encíclica Evangelli Nuntiandi (n. 75), nos ensina que “nunca será possível haver Evangelização
sem a Ação do Espírito Santo [...] Ele é Aquele que, hoje ainda, como nos
inícios da Igreja, age em cada um dos evangelizadores, que se deixa possuir e
conduzir por Ele, e põe na sua boca as palavras que ele sozinho não poderia
encontrar, ao mesmo tempo que predispõe a alma daqueles que escutam, a fim de a
tornar aberta e acolhedora para a Boa-Nova e para o Reino anunciado. As
técnicas da Evangelização são boas, obviamente; mas ainda as mais aperfeiçoadas
não poderiam substituir a Ação discreta do Espírito Santo. A preparação mais
apurada do evangelizador nada faz sem Ele. De igual modo, a dialética mais
convincente, sem Ele, permanece impotente em relação ao espírito dos homens. E,
ainda, os mais bem elaborados esquemas com base sociológica e psicológica, sem
Ele, em breve se demonstram desprovidos de valor”. Ou seja, é possível ter‐se uma abundância de programas, de
planejamentos, de projetos, e até de boas intenções, mas se não levarmos em
conta, de modo efetivo e experiencial (e não apenas com retórica sociológica e
teológica) a participação livre e soberana do Operar do Espírito, podemos fazer
muito barulho e colher poucos resultados em nosso trabalho de Evangelização. Quem
não leva à Missão os recursos do Poder do Espírito, dá de si mesmo; e o que nós
temos a oferecer é sempre pouco para tocar o coração dos homens, uma vez que a
Mensagem Cristã contém elementos que vão além da simples capacidade de compreensão
intelectual e racional dos seres humanos. Desde os primórdios da Evangelização,
São Paulo ressaltava: “O nosso Evangelho
vos foi pregado não somente por Palavra, mas também com Poder, com o Espírito
Santo e com plena convicção. Sabeis o que temos sido entre vós para a vossa
Salvação” (1Ts 1,5). E mais: “Também
eu, quando fui ter convosco, irmãos, não fui com o prestígio da eloquência nem
da sabedoria anunciar‐vos
o testemunho de Deus. Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão
Jesus Cristo, e Jesus Cristo Crucificado. Eu me apresentei em vosso meio num
estado de fraqueza, de desassossego e de temor. A minha palavra e a minha
pregação longe estavam da eloquência persuasiva da sabedoria; eram, antes, uma
demonstração do Espírito e do Poder Divino, para que vossa Fé não se baseasse
na sabedoria dos homens, mas no Poder de Deus” (1Cor 2,1‐5). O Concílio Vaticano II
(1962–1965), em seu Documento sobre o Apostolado dos Leigos (Decreto
Apostolican Actuositatem, n. 3), advertia: “Impõe‐se pois a todos o dever
luminoso de colaborar para que a Mensagem Divina da Salvação seja conhecida e
acolhida por todos os homens em toda a parte. Para exercerem tal Apostolado, o
Espírito Santo, que opera a Santificação do Povo de Deus por meio do Ministério
e dos Sacramentos, confere ainda Dons peculiares aos fiéis (cf. 1Cor 12,7),
‘distribuindo‐os
a todos, um por um, conforme quer’ (1Cor 12,11), de maneira que ‘cada qual,
segundo a graça que recebeu, também a ponha a serviço de outrem’ e sejam eles
próprios ‘como bons dispensadores da Graça multiforme de Deus’ (1Pd 4,10),
‘para a edificação de todo o Corpo na Caridade’ (Ef 4,16)”. A Obra da Salvação é uma Obra de
Deus. E para realizar e cooperar com a Obra de Deus, precisamos do Poder de
Deus, conforme nos foi prometido e dado (cf. At 1,8). Assim como é louvável
buscarmos o mais frequentemente possível a Comunhão com o Senhor na Eucaristia,
de igual modo é salutar pedirmos ao Senhor que nos batize, que nos sature
constantemente com Seu Espírito, capacitando‐nos adequadamente para a Missão. Abrir‐se, pois, ao Espírito Santo e aos Seus
Dons e Carismas é a forma concreta de nos deixarmos interpelar por Sua Palavra
e respondermos com Fé e generosidade ao chamado que Deus, privilegiadamente,
nos fez em Jesus Cristo, pelo Espírito! Amém!
Música: “Estou a esperar”
[depois ir para Oração Final]
Oração Final
Leitor
1: Divino Espírito
Santo, necessitamos muito de Vossa ajuda para conhecer o Caminho que devemos
seguir.
Todos: Dai‐nos, ó Pai, por Jesus, o Vosso Santo
Espírito!
Leitor
2: Temos necessidade
de Vós, para que nosso coração, inundado Vossa consolação, se abra, e que muito
além das palavras e dos conceitos, possamos perceber em nós a Vossa presença de
Pessoa Divina.
Todos: Dai‐nos, ó Pai, por Jesus, o Vosso Santo
Espírito!
Leitor
1: Cremos, ó Espírito
Santo, que viveis na Igreja e em nós, sois nosso Hóspede permanente, sempre a
modelar em nosso ser a figura e a forma de Jesus Cristo.
Todos: Dai‐nos, ó Pai, por Jesus, o Vosso Santo
Espírito!
Leitor
2: Nós nos dirigimos
também a vós, Maria, Mãe da Igreja, que viveste a plenitude inebriante do
Espírito Santo, experimentaste a Sua Força em vosso ser e O vistes operando em
Vosso Filho Jesus: intercedei por nós, para que nossa mente e o nosso coração
se abram à Ação Divina.
Todos: Dai‐nos, ó Pai, por Jesus, o Vosso Santo
Espírito!
Leitor
1: Fazei com que tudo
o que pensamos, fazemos ou ouvimos, todos os nossos gestos e todas as nossas
palavras sejam tão somente abertura e disponibilidade a este único Espírito
Santo que forma a Igreja no mundo.
Todos: Dai‐nos, ó Pai, por Jesus, o Vosso Santo
Espírito!
Leitor
2: Edifica o Corpo de
Cristo na história; promove o testemunho da Fé; consola e conforta; plenifica de
confiança e de paz o nosso coração, mesmo em meio às dificuldades e
tribulações.
Todos: Dai‐nos, ó Pai, por Jesus, o Vosso Santo
Espírito!
Todos: Nós O pedimos, Pai, juntamente com a
intercessão de Maria e de todos os Santos, e em Nome do Vosso Filho Jesus
Cristo, Nosso Senhor. Amém.
Bênção Final
‐
Pai Nosso...
‐
Ave Maria...
‐
Glória...
Todos: Assim como nos reunimos em Vosso
Nome, ó Divino Espírito Santo, concedei‐nos,
por Vosso Amor, a graça de permanecermos sempre unidos na justiça evangélica e
na solidariedade fraterna. Que nunca nos esqueçamos e nos afastemos de Vós, e
alcancemos juntos a verdadeira e eterna felicidade. E que esteja sobre nós,
sobre nossos amigos e familiares, sobre nossos intercessores e colaboradores,
bem como sobre todos aqueles com quem ainda não vivenciamos a plena comunhão e
caridade, a Bênção do Deus Único e Todo-Poderoso, que é Pai, Filho e Espírito
Santo. Amém!

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Só será aceito comentário que esteja de acordo com o artigo publicado.