ihu - “Fará bem para nós todos: bispos, sacerdotes, pessoas
consagradas, seminaristas, perguntarmo-nos, neste lugar: quem sou eu
diante do meu Senhor que sofre?”. Perguntou o Papa Francisco (foto), durante o encontro na Igreja do Getsêmani, com os sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas. Ao final da visita ao Grande Rabinato de Jerusalém, o Papa Francisco
visitou um grupo de crianças cristãs doentes de câncer. As crianças,
que recebem as atenções de uma associação local, desejavam se encontrar
com o Papa, segundo apontou o porta-voz vaticano, padre Federico Lombardi. Em seguida, dirigiu-se à Igreja do Getsêmani, para o encontro com os sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas.
Fonte: http://goo.gl/XYi1ft |
A reportagem é de Domenico Agasso Jr., publicada por Vatican Insider, 26-05-2014. A tradução é do Cepat.
“Quando chegou a hora assinalada por Deus para salvar a humanidade da escravidão do pecado, Jesus se retirou, aqui, no Getsêmani, aos pés do Monte das Oliveiras”, disse. “Estamos neste lugar santo, santificado pela oração de Jesus, por sua angústia, por seu suor de sangue; santificado, especialmente, pelo seu “sim” à vontade de amor do Pai. Sentimos quase medo de nos aproximar dos sentimentos que Jesus experimentou naquela hora. Entramos nas pontas dos pés naquele espaço interior, onde o drama do mundo foi decidido”.
“Naquele momento - prosseguiu -, Jesus sentiu a
necessidade de rezar e de ter ao seu lado seus discípulos, seus amigos
que o haviam seguido e que haviam compartilhado mais de perto a sua
missão. Entretanto, aqui, no Getsêmani, o seguimento se torna difícil e incerto. Sente-se a dúvida, o cansaço e o terror. No frenético desenvolvimento da paixão de Jesus, os discípulos assumirão diversas atitudes em relação ao seu Mestre: de aproximação, de distanciamento, de incerteza”.
Por isso, apontou, “fará bem para nós todos: bispos, sacerdotes,
pessoas consagradas, seminaristas, perguntarmo-nos, neste lugar: quem
sou eu diante do meu Senhor que sofre?”. Em seguida, o Papa Bergoglio se perguntou: “Sou daqueles que, convidados por Jesus
para velar com ele, dormem e, ao invés de rezar, procuram fugir,
fechando os olhos à realidade? Identifico-me com aqueles que fugiram por
medo, abandonando ao Mestre na hora mais trágica de
sua vida terrena? Descubro em mim a simulação, a falsidade daquele que o
vendeu por trinta moedas, que, tendo sido chamado amigo, traiu Jesus?”. E acrescentou: “Identifico-me com os que foram fracos e o negaram, como Pedro? Pouco antes, havia prometido a Jesus
que o seguiria até a morte. Depois, acurralado e cercado pelo pânico,
jura que não o conhece. Pareço-me com aqueles que já estavam organizando
sua vida sem Ele, como os dois discípulos de Emaús, néscios e lentos de
coração para acreditar nas palavras dos profetas?”.
Ou, ao contrário, “encontro-me entre aqueles que foram fiéis até o fim, como a Virgem Maria e o apóstolo João? Quando sobre o Gólgota
tudo se faz escuridão e toda esperança parece se apagar, só o amor é
mais forte do que a morte. O amor da Mãe e do discípulo amado os leva a
permanecer aos pés da cruz, para compartilhar até o final a dor de Jesus”.
“Identifico-me com aqueles que imitaram a seu Mestre e Senhor até o martírio - prosseguiu Francisco
-, dando testemunho de até que ponto Ele era tudo para eles, a força
incomparável de sua missão e o horizonte último de sua vida?”.
Em seguida, o Papa observou e enfatizou: “A amizade de Jesus
conosco, sua fidelidade e sua misericórdia são o dom inestimável que
nos anima a continuar com confiança no seguimento, apesar de nossas
quedas, nossos erros e nossas traições. Porém, esta bondade do Senhor
não nos exime da vigilância frente ao tentador, ao pecado, ao mal e à
traição que também podem atravessar a vida sacerdotal e religiosa. Todos
nós estamos expostos ao pecado, ao mal e também à traição”.
E assim, assinalou: “lembramos a desproporção entre a grandeza do chamado de Jesus e nossa pequenez, entre a sublimidade da missão e nossa fragilidade humana. Porém, o Senhor,
em sua grande bondade e em sua infinita misericórdia, toma-nos sempre
pela mão, para que não pereçamos no mar da aflição. Ele está sempre ao
nosso lado, não nos deixa nunca sozinhos”.
Por isso, Francisco exortou: “não nos deixemos
vencer pelo medo e a desesperança, mas, sim, com entusiasmo e confiança,
sigamos em nosso caminho e em nossa missão”.
E “vocês, queridos irmãos e irmãs, são chamados a seguir o Senhor com alegria nesta Terra abençoada”, concluiu. “É um dom e uma responsabilidade. Sua presença, aqui, é muito importante. Toda a Igreja agradece e apoia-lhes com a oração. Imitemos à Virgem Maria e São João, e permaneçamos ao lado das muitas cruzes nas que Jesus ainda está crucificado”.
Também recordou todos os sofrimentos dos cristãos de Jerusalém, a quem exortou a “ser testemunhas corajosas da paixão de Cristo, mas também de sua ressurreição, com alegria e esperança”.
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