Escrito por Fabio Blanco
Enviado por um amigo
Minha percepção é que os cristãos adentrarão em um período difícil de sua história. Um tempo de oposições ferrenhas se apresenta.
As sementes plantadas há mais de 100 anos começam a dar seus frutos. O projeto
de superação do cristianismo e da cultura promovida e sustentada por ele, após
décadas de paciente labor para modificar o senso comum da sociedade, vai
colhendo seus resultados, e cada vez mais abundantes.
A mudança na sociedade é sensível. Temas que sequer
eram abordados estão na pauta diária da mídia, princípios inegociáveis estão
sendo abandonados rapidamente, o que era certo, agora é duvidoso e o
respeitável está se tornando, para a mente coletiva, maléfico.
Minha percepção é que os cristãos adentrarão um
período difícil de sua história. Um tempo de oposições ferrenhas se apresenta.
Nele, os fracos sucumbirão e, se não abandonarem a fé, como forma de
acomodarem-se diante das exigências dessa nova sociedade, transformarão a
religião em mera atividade exterior, sem princípios imutáveis, nem certezas
definitivas. Mas, pelo menos aqui no Ocidente, essa oposição ainda não se dará
por meio da coação física. Quando esta ocorre, pelo menos as intenções ficam
claras e os posicionamentos também. O que já está acontecendo por aqui é, na
verdade, uma perseguição sutil, quase velada, às bases que sustentaram a fé
cristã até os dias de hoje. Para isso, há muito tempo o imaginário das pessoas
vem sendo modificado, a fim de que elas enxerguem as manifestações cristãs como
símbolo de algo prejudicial à evolução da sociedade. Dessa maneira, o cristão
que defende valores imutáveis, que não negocia seus princípios, que crê em uma
verdade absoluta e não aceita imposições que sabe imorais, está, cada vez mais,
sendo visto como um radical, uma figura retrógrada e inconveniente. A mente das
pessoas está sendo reprogramada para esquecer os ensinamentos religiosos que
fundamentaram a civilização por dois mil anos e não apenas aceitar, mas desejar
as libertinagens e dubiedades deste novo mundo que se impõe.
Para chegar a isso, foram necessárias
décadas de implantação de técnicas de manipulação coletiva, que vêm sendo
colocadas em prática por meio da mídia, das artes e dos governos. São técnicas desenvolvidas em
laboratórios, aprimoradas insistentemente, que permitem que massas de
indivíduos sejam conduzidas a fazer e pensar exatamente como os manipuladores
desejam. E apesar de boa parte das pessoas não acreditar nisso (o que faz parte
da manipulação praticada), quem estuda um pouco sobre o assunto sabe que as
técnicas estão avançadíssimas e os instrumentos disponíveis. E elas vêm sendo
aplicadas em larga escala, lançando mão dos instrumentos modernos que permitem
que uma multidão seja atingida quase ininterruptamente.
E nem mesmo os cristãos estão livres da influência
oculta desses manipuladores. Pelo contrário, inseridos que estão na sociedade,
vivendo e compartilhando seus bens, estão cotidianamente expostos às ideias e
os pensamentos que são lançados e que visam tornar o cristianismo superado.
Assim, acabam, ainda que sem perceber, absorvendo muito da visão moderna da
vida, repetindo, além do palavreado, as formas de pensar dessa sociedade
metodicamente transformada. De fato, não é difícil encontrar pessoas que, ainda
que aparentemente religiosas, defendam e até propaguem bandeiras anticristãs
como se estas fossem modelos maiores de piedade. Por sofrerem, direta ou
indiretamente, influência dessa manipulação coletiva que vem sendo aplicada há
anos, sem perceber agem e pensam, muitas vezes, contrariamente aos princípios
cristãos que sustentaram a sociedade até aqui.
Assim, se deparar com padres
comunistas, pastores gays e religiosos abortistas, por exemplo, se torna algo
cada vez mais comum. E, na maior parte, estas aberrações se apresentam como se
representassem atitudes cristianíssimas. O que é isso senão uma alteração
extrema da forma de pensar possivelmente alcançada apenas por meio de um
processo artificial?
Diante disso, aos cristãos que pretendem manter-se
fiéis aos fundamentos de sua fé não basta lutar contra toda a parafernália
ideológica existente. Pelo contrário, travar uma luta frontal contra um ataque
invisível não me parece uma estratégia inteligente. Se fizer isso, apenas
exporá suas fraquezas, que serão mais ainda exploradas até que sucumba
definitivamente. É como querer lutar com demônios. E, neste caso, as Escrituras
aconselham a resistir, até que eles desistam. Como anjos caídos, os senhores
deste mundo têm aplicado métodos sutis de transformação do imaginário coletivo.
As técnicas são tão imperceptíveis, que mesmo um conhecedor das verdades
fundamentais, quando exposto a elas, talvez não perceba que estão sendo
aplicadas. As manipulações são feitas, muitas vezes, por meios subliminares,
outras provocando dissonâncias, outras estimulando contraditoriamente e, por
vezes, até por hipnoses através de transes leves. Tudo imperceptível para o
observador não treinado.
Portanto, para quem tem a firme decisão de ser o
minimamente possível influenciado pelos manipuladores modernos, há apenas duas
atitudes complementares: a primeira é o aprofundamento no conhecimento e
compreensão da própria fé e dos princípios que a fundamentam, acompanhado de
uma intensificação das atividades espirituais próprias dela. Por incrível que
pareça, o que demonstra que o que está por aí é realmente obra demoníaca, as
técnicas de manipulação não são eficazes até o ponto de fazer a pessoa negar a
própria fé ou tirar a própria vida (o que me faz lembrar da permissão que Deus
deu ao diabo para tentar Jó, porém sem poder levá-lo à morte). A segunda
atitude é negar o máximo possível as manifestações culturais e midiáticas
oferecidas. Se não é aconselhável simplesmente fugir, desligando-se do mundo, o
cristão pode substituir o que é apresentado pelas agências de informações por
notícias e matérias colhidas por jornalistas independentes de verdade. Quanto
ao show business, o melhor é absorver alta cultura, boa música,
literatura de bom nível e livros de pensadores realmente superiores. Tudo isso
para que, de alguma maneira, pelo menos na vida daqueles que praticarem isso,
os efeitos da manipulação sejam minimizados.
Fabio Blanco é advogado e teólogo.
Fabio Blanco é advogado e teólogo.
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