IHU - A Igreja católica irlandesa disse que a congregação de irmãs que dirigia o antigo orfanato em que foi encontrada uma vala comum com quase 800 crianças deve cooperar com qualquer investigação.
Fonte: http://bit.ly/1j4jeM1 |
A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 05-06-2014. A tradução é de André Langer.
A Irlanda está estudando investigar o que o Governo
chamou de descoberta “profundamente perturbadora” de um cemitério em um
antigo orfanato dirigido pelas irmãs do Bom Secours onde quase 800 crianças morreram entre 1925 e 1961.
O arcebispo de Tuam disse que embora não tivesse
envolvimento com a direção do orfanato, sua diocese está horrorizada e
penalizada em saber o número de crianças enterradas no orfanato.
“Só posso começar a imaginar o enorme sofrimento emocional que as
mães sofreram ao deixar seus bebês para adoção ou serem testemunhas da
sua morte. A dor que passaram está acima da nossa compreensão”, disse o
arcebispo Michael Neary em um comunicado.
“Independentemente do tempo passado, este é um assunto de grande
preocupação pública e em relação ao qual não se pode ficar indiferente”,
disse.
As irmãs do Bom Secours não estavam disponíveis para fazer comentários.
A uma vez poderosa Igreja da Irlanda viu-se sacudida
por uma série de escândalos envolvendo abusos e abandonos de crianças.
Os registros públicos mostram que 796 crianças morreram no “orfanato
para mães e filhos” no condado de Galway antes do seu fechamento, segundo uma historiadora local.
A pesquisadora Catherine Corless disse que os corpos foram enterrados em um tanque de águas residuais no terreno e que os mortos tinham até três meses de idade.
A Igreja católica dirigia muitos serviços sociais na Irlanda no
século XX, entre eles orfanatos deste tipo, onde dezenas de milhares de
mulheres solteiras grávidas, entre elas algumas violadas, eram enviadas
para dar à luz.
As mães e seus filhos eram vistos como uma mancha na imagem da Irlanda,
considerada uma devota nação católica. Também eram um problema para
alguns pais, particularmente para figuras poderosas como sacerdotes e
homens casados.
Os orfanatos eram dirigidos por irmãs, mas recebiam financiamento
público e atuavam como agências de adoção supervisionadas pelo Estado.
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