Em particular, são
três os tesouros para os quais Jesus nos alerta mais de uma vez. «O primeiro é
o ouro, o dinheiro, as riquezas», explicou o bispo de Roma. E de facto, não nos
sentimos seguros com este tesouro
«porque pode ser roubado. Os
investimentos não são seguros: a Bolsa pode ter uma queda e perde-se tudo!». E «gostaria de saber: um euro a mais
faz-nos ou não felizes?». Portanto, prosseguiu o Pontífice, «as riquezas são um tesouro perigoso».
Certamente, podem servir «para fazer muitas coisas boas», por exemplo, «manter
a família». Mas, advertiu, «se as acumulamos como um tesouro, elas roubam-nos a
alma».
O segundo tesouro
sobre o qual o Senhor fala «é a vaidade», isto é, procurar «ter prestígio, ser
visto». Jesus condena sempre esta
atitude. «Pensemos no que diz aos
doutores da lei quando jejuam, oferecem esmolas ou rezam para serem vistos». De
resto, «a vaidade não serve, acaba. A beleza acaba». E citou uma expressão de são Bernardo,
segundo o qual, «a beleza acaba como refeição dos vermes».
O orgulho, o poder,
«é o terceiro tesouro» que Jesus indica como inútil e perigoso. Realidade
evidenciada na primeira leitura da liturgia tirada do segundo livro dos Reis (11, 1-4.9-18.20),
no qual se lê a história da «cruel rainha Atália: o seu grande poder durou sete
anos, depois foi assassinada». O poder acaba; «quantos grandes, orgulhosos,
homens e mulheres de poder, acabaram no anonimato, na miséria ou na prisão...».
Eis então a essência
do ensinamento de Jesus: «Não acumuleis! Dinheiro, vaidade, orgulho, poder! Estes tesouros não servem!». Antes,
são outros os tesouros que se devem
acumular, afirmou o Pontífice. Com efeito, diz Jesus na mesma página
evangélica: «Onde estiver o tesouro, lá estará o teu coração». É ter um coração
livre. Se, ao contrário, o teu tesouro estiver nas riquezas, na vaidade, no
poder, no orgulho, o teu coração estará
acorrentado neles, o teu coração será escravo das riquezas, da vaidade e
do orgulho».
O bispo de Roma
frisou ainda que «um coração livre é um coração
luminoso, que ilumina os outros, que mostra o caminho que leva a Deus».
O Santo Padre
concluiu exortando a pedir ao
Senhor que «nos conceda esta prudência espiritual para
entender bem onde está o meu coração, em qual tesouro o meu coração se
afeiçoou». E que «nos dê também a força para o ”soltar”, se estiver
acorrentado, para que se torne livre, luminoso e nos dê a bonita felicidade dos
filhos de Deus, a liberdade verdadeira».
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