Comentário do Pe. Antonio Rivero, L.C. sobre a liturgia dominical.
São Paulo,
(Zenit.org)
Por
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Ciclo A
Textos: Ex 34, 4.6.8-9; 2 Co 13, 11-13; Jo 3, 16-18
Ideia principal: O mistério da Trindade vem para
desafiar todas as religiões e filosofias humanas. Enquanto que essas
religiões, sobretudo as mais depuradas, como o hinduísmo e as crenças
orientais, concebem a Deus como um tudo impessoal, triscando às vezes no
panteísmo, o Cristianismo nos apresenta Deus pessoal, capaz de conhecer
e amar as suas criaturas. Nenhuma religião chegou a conceber que a
divindade amasse realmente os homens.
Resumo da mensagem: Hoje a Igreja celebra o mistério
mais elevado da doutrina revelada, o seu mistério central. O enunciado
do mistério é muito simples, como aprendemos no Catecismo: A Santíssima
Trindade é o mesmo Deus Pai, Filho e Espírito Santo; três Pessoas
distintas e um só Deus verdadeiro. Mistério insondável que nos leva a
três atitudes: adorar, agradecer e amar. Somente compreenderemos isso no
céu.
Pontos da idéia principal:
Em primeiro lugar nos perguntamos se este
mistério, que só entenderemos no céu, servirá para nós aqui e agora.
Poderíamos responder: realmente o mistério da Santíssima Trindade não
serve para nada, porque Deus não serve ninguém e nada. Deus está para
ser servido por nós e não para que nós nos sirvamos Dele. Temos que nos
cuidar do critério utilitarista tão próprio da nossa época, que julga
tudo de acordo com a utilidade e o capricho do homem. Existem bens que
são desejáveis e amados por si mesmos, sem necessidade de estar
procurando utilidade à nossa medida. Os antigos chamavam esses bens de
“honestos” porque eram desejados por si mesmos, sem buscar a utilidade
ou o deleite, que os converteria em meios. Adoro-te, Deus Trindade!
Em segundo lugar, realmente deveríamos
agradecer a Deus porque ao ser um mistério inacessível à nossa mente,
fez-nos o grande favor de nos humilhar, de abaixar a nossa inteligência e
a nossa cabeça, e colocar-nos no nosso verdadeiro lugar e de joelhos.
Deus não é um objeto do qual possamos dispor ao nosso arbítrio, Ele é o
nosso Senhor e Criador, a quem temos que adorar e diante de quem temos
que dobrar os nossos joelhos. Contra a soberba do homem moderno, que
acha que conhece e domina todas as coisas, inclusive as mais sagradas
como a alma e a vida humana, levanta-se o mistério insondável da Una e
Indivisível Trindade que a Igreja proclama hoje, como faz dois mil anos.
Reconheço-te, Deus Trindade!
Finalmente, a revelação deste mistério é
mais uma demonstração do amor infinito de Deus para com os homens. Ele
não se satisfaz só com nos amar, porém se deleita no nosso amor por Ele,
e como ninguém pode amar o que não conhece, para excitar mais o nosso
amor por Ele quis nos mostrar os segredos da sua vida íntima. Porque a
final de contas é isso o que Deus nos revela neste mistério, nada mais e
nada menos que a sua intimidade. Dessa maneira, sabemos que Deus não é
um solitário fechado na sua grandeza inalcançável, mas que Nele existe
um dinamismo vital de conhecimento e de amor. Deus Pai, desde toda a
eternidade, gera ao se conhecer uma Pessoa, a sua Imagem plena, o Filho
de Deus. E o amor entre a primeira e segunda Pessoa, entre o Pai e o
Filho, é tão profundo, por ser divino, que dele brota uma terceira
Pessoa, o Espírito Santo. Amo-te, Deus Trindade!
Para refletir: pense nesta frase de são Paulo: “nem o olho viu, nem o ouvido ouviu, nem entrou no pensamento humano, o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Co 2, 9).
Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:
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