A
busca da santificação é uma caminhada no Espírito Santo, pois Ele é o
nosso Santificador. O Papa Paulo VI disse certa vez que a principal
oração, a que deve ser feita “em primeiro lugar”, é a de pedir a Deus
que nos envie o seu Santo Espírito. Jesus proibiu aos Apóstolos saírem
pelo mundo a pregar o Evangelho antes de receberem o Espírito Santo:
“Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai,
entretanto, permanecei na cidade [Jerusalém] até que sejais revestidos
da força do alto” (Lc 24,29).
Deus anseia dar a cada um de nós o Seu Espírito, “sem medidas” (Jo 3,34), como disse João Batista.
“Se vós que sois maus sabeis dar coisas
boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai celeste dará o Espírito
Santo aos que lhe pedirem” (Lc 11,13).
Por isso é preciso pedir a Deus Pai, por Jesus, pela intercessão poderosa de Maria, que nos mande o Espírito Santo.
É pela “força do alto” que somos libertos das garras do pecado e rumamos para a santidade. São Paulo ensinou isso aos romanos:
“Se viverdes segundo a carne morrereis;
mas se pelo Espírito, mortificardes as obras da carne, vivereis, pois
todos os que são movidos pelo Espírito de Deus, estes são filhos de
Deus” (Rom 8,13).
É importante notar essa palavra “se pelo
Espírito”, quer dizer, só pelo Espírito é possível mortificar (fazer
morrer) as obras da carne, o pecado. Pela própria natureza não somos
capazes. Ficamos muitas vezes escravos de “um certo pecado” por muito
tempo, porque lutamos sozinhos contra ele, sem a força do Espírito de
Deus.
O mesmo São Paulo lembra aos Gálatas:
“Andai segundo o Espírito e não satisfareis aos apetites da carne”. (Gal 5,17).
Ao vivermos “no Espírito”, Ele mata em
nós os desejos que não são de Deus, e nos liberta do aguilhão do pecado.
O Apóstolo ensina que as obras da carne: “adultério, impureza,
desonestidade, idolatria, magia, inimizades, contendas, ciúmes, iras,
rixas, discórdias, partidos, invejas, embriaguez, orgias, e outras
coisas”(Gal 5,20-21), só podem ser vencidas se nos deixarmos conduzir
pelo Espírito, o qual produzirá, então, em nós os seus frutos:
“caridade, alegria, paz, bondade, paciência, benignidade, fidelidade,
mansidão, temperança” (Gal 5,22).
É o Espírito Santo que dá vida a todas as coisas na Igreja; Ele é a sua alma.
Certa vez o Patriarca de Constantinopla, Atenágoras I, falecido em 1972 disse essas palavras:
“Sem o Espírito Santo:
Deus fica distante da gente;
Cristo, perdido na História;
O Evangelho é letra morta;
A Igreja, apenas agremiação religiosa;
A autoridade, poder que se evita;
A pregação, propaganda da Igreja;
A oração, tarefa a cumprir;
A liturgia, ritual do passado; e
A moral, repressão.
Com o Espírito Santo:
Deus entra na vida do mundo, onde inicia o seu Reino;
Cristo, o Filho de Deus, se faz um de nós;
O Evangelho é o novo estilo de vida;
A Igreja, gente unida como as três Pessoas da Santíssima Trindade;
A autoridade, apoio e serviço;
A pregação, anúncio da novidade do Reino;
A oração, experiência de contato com Deus;
A liturgia, memorial que antecipa o futuro; e
A moral, ação que liberta.”
Prof. Felipe Aquino
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