“Jesus nos pede para manter o coração livre de dinheiro,
vaidade e poder”. Foi o que disse o Papa Francisco na missa celebrada na manhã
desta sexta-feira 20, na capela de sua residência, na Casa Santa Marta. O
Pontífice ressaltou que as verdadeiras riquezas são aquelas que tornam
“luminoso” o nosso coração, como a adoração a Deus e o amor ao próximo. E
alertou para os tesouros mundanos que pesam e acorrentam nossos corações.
“Não acumulem para vocês tesouros da terra”, advertiu
Francisco, inspirando-se no conselho de Jesus de que fala o Evangelho do dia.
“Este é um conselho prudente, porque os tesouros da terra não são seguros. Em
que tesouros Jesus pensava? Perguntou o Papa, respondendo ele mesmo: em três”.
“O primeiro tesouro: o ouro, o dinheiro, as riquezas...
Jesus os define ‘perigosos’. “A riqueza serve para muita coisa, para manter a
família... mas se você acumula tudo, como um tesouro, vão lhe roubar a alma!
Jesus, no Evangelho, fala deste tema, do risco de depositar esperanças na
riqueza”.
O outro tesouro – prosseguiu – é a vaidade, ter prestígio,
se exibir. E Jesus – advertiu Francisco, sempre condenou isso! “Lembrem-se dos
doutores da lei, quando jejuavam, davam esmola e rezavam só para se mostrar”.
“A vaidade não serve, porque acaba”.
Enfim, o terceiro tesouro – evidenciou – é o orgulho. O Papa
se referiu à Primeira Leitura, quando se narra da queda da cruel Rainha Atália.
“Seu grande poder durou sete anos e depois foi assassinada. O poder termina!”.
E alertou novamente: “Quantos homens e mulheres grandes e orgulhosos terminaram
no anonimato, na miséria ou na prisão?”.
Estes três tesouros – frisou – não servem. Ao invés deles, o
Senhor nos pede que acumulemos “tesouros no céu”.
“Aqui está a mensagem de Jesus: ‘Mas, se o seu tesouro está
nas riquezas, na vaidade, no poder, no orgulho, o seu coração vai estar
acorrentado ali! Seu coração será escravo da riqueza, da vaidade, do orgulho’.
E o que Jesus quer é que nós tenhamos um coração livre! Esta é a mensagem de
hoje. ‘Mas, por favor, tenham um coração livre!', nos diz Jesus. Fala-nos da liberdade
do coração. E para se ter um coração livre só com os tesouros do céu: o amor, a
paciência, o serviço aos outros, a adoração a Deus. Estas são as verdadeiras
riquezas que não são roubadas. As outras riquezas pesam o coração. Pesam o
coração: acorrentam-no, não lhe dão a liberdade!”
Um “coração escravo” acrescentou o Papa, “não é um coração
luminoso: será tenebroso”. E se nós acumulamos tesouros da terra, “acumulamos
trevas, que não servem!”. Estes tesouros, advertiu Francisco, “não nos dão
alegria, mas acima de tudo não nos dão liberdade”. Em vez disso, “um coração
livre é um coração luminoso, que ilumina os outros, que mostra o caminho que
conduz a Deus”:
“Um coração luminoso, que não está acorrentado, um coração
que vai para frente e que também envelhece bem como o bom vinho: quando o bom
vinho envelhece é um bom vinho envelhecido. Em vez disso, o coração que não é
luminoso é como o vinho que não é bom: o tempo passa e se estraga ainda mais,
torna-se vinagre. Que o Senhor nos dê essa prudência espiritual, para entender
bem onde está o meu coração, a que tesouro está ligado o meu coração. E também
nos dê a força para desacorrentá-lo, se for acorrentado, para que se torne
livre, para que se torne mais luminoso e nos dê esta bela felicidade de filhos de
Deus: a verdadeira liberdade”. (CM-SP)
Fonte: Rádio Vaticano
pt.radiovaticana.va/news/2014/06/20/dinheiro,_vaidade_e_poder_acorrentam_nossos_cora%C3%A7%C3%B5es,_adverte/bra-808203
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