Imagem referencial. Foto: Domínio Público |
24 Jul. 14
ROMA, (ACI/EWTN Noticias).-
O
Arcebispo Caldeu de Mosul (Iraque), Dom Amel Nona Shamos, alertou que
os cristãos e outras minorias do país estão sendo vítimas de uma
“limpeza religiosa” por parte dos extremistas muçulmanos do Estado
Islâmico, que na semana passada obrigaram os fiéis a abandonarem Mosul
se não se convertessem ao Islã e pagassem um imposto.
Em declarações difundidas nesta quarta-feira pela Rádio Vaticano, o
Prelado disse que o país e, sobretudo as minorias necessitam de uma
ajuda real. “Escutamos tantas declarações, tantos chamados, mas nosso
povo tem necessidade de segurança porque os cristãos de todo o Iraque
têm muito medo”, expressou.
O Arcebispo, cuja sede episcopal foi incendiada na semana passada pelos
jihadistas, assinalou que o que sofrem os cristãos de Mosul é “um crime
contra a humanidade”. “Pedimos também três coisas muito importantes: a
proteção para nós e para todas as outras minorias, o apoio às famílias
que fugiram da cidade de Mosul e encontrar casas e escolas para essas
famílias que deixaram tudo”.
Por isso, pediu à comunidade internacional “encontrar uma saída e,
sobretudo, para a cidade de Mosul, onde há um patrimônio de Igrejas e
manuscritos muito importantes para nossa história, patrimônio de toda a
humanidade”.
Dom Shamos Nona disse que houve solidariedade de parte de grupos
muçulmanos, como em Bagdá, onde umas cem pessoas “demonstraram sua
solidariedade para todos os cristãos. Houve também gestos na cidade de
Mosul: alguns muçulmanos acompanharam os cristãos para fora da cidade
com seus automóveis. Sim, há gestos de solidariedade, mas não são tantos
assim”.
Assim, ante a pergunta da jornalista Gabriella Ceraso de se o que está
acontecendo é uma “limpeza religiosa”, o Prelado respondeu: “Sim, é
verdade. É um termo feio, mas real, é o que está acontecendo. É
exatamente isso”.
O Arcebispo Caldeu de Mosul disse que as palavras do Papa Francisco “nos
dão uma grande força. Esperemos que também todos os outros cristãos
mostrem solidariedade com ações concretas. Há também outras Igrejas que
começaram a demonstrar solidariedade mas queremos mais: que todos os
cristãos em todo mundo mostrem esta solidariedade, sem ter medo de falar
desta tragédia”.
Dom Shamos Nona disse que nestes momentos há nos fiéis tanto temor como
coragem. “Desde 2003 até hoje, existe esta situação terrível de
perseguição. Por isso há tanto medo como coragem. Não devemos negar que
muitíssimas famílias cristãs e sacerdotes trabalharam de forma muito
corajosa ao receber as famílias e ajuda-las a ver o futuro de uma forma
melhor”, assinalou.

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