IHU - No jornal La Repubblica deste domingo é publicado, com grande vidência, o relato, assinado por Eugenio Scalfari, de uma sua nova conversa com o Santo Padre Francisco nova conversa com o Santo Padre Francisco.
A conversa é cordial e muito interessante, e toca principalmente os
temas da chaga dos abusos sexuais de menores e da atitude da Igreja para
com a máfia.
A reportagem é do sítio da Rádio Vaticano, 13-07-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
No entanto, como já ocorrido anteriormente em uma circunstância análoga, é preciso salientar que o que Scalfari
atribui ao papa, referindo "entre aspas" as suas palavras, é fruto da
sua memória de jornalista especialista, mas não de uma transcrição
precisa de uma gravação e muito menos de revisão por parte do
interessado, a quem as afirmações são atribuídas.
Portanto, não se pode e não se deve falar de modo algum de uma
entrevista no sentido habitual do termo, como se se relatasse uma série
de perguntas e de respostas que refletem com fidelidade e certeza o
pensamento preciso do interlocutor.
Se, portanto, pode-se considerar que, no conjunto, o artigo reporte o sentido e o espírito da conversa entre o Santo Padre e Scalfari, é preciso reiterar com força o que já havia sido dito por ocasião de uma "entrevista" anterior, que apareceu na La Repubblica, isto é, que as expressões individuais referidas, na formulação relatada, não podem ser atribuídas com segurança ao papa.
Por exemplo e em particular, isso vale para duas afirmações que
chamaram muita atenção e que, ao contrário, não são atribuíveis ao papa.
Isto é, que entre os pedófilos há "cardeais" e que o papa afirmou com
segurança, a respeito do celibato, que "vou encontrar as soluções".
No artigo publicado no La Repubblica, essas duas
afirmações são claramente atribuídas ao papa, mas – curiosamente – as
aspas são abertas no início, mas depois não são fechadas. Simplesmente
faltam as aspas de fechamento... Esquecimento ou reconhecimento
explícito de que se está fazendo uma manipulação para leitores ingênuos?
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