domingo, 13 de julho de 2014

Itália: bispo suspende procissões após homenagem a mafioso

De acordo com a matéria: Em 'afronta' ao papa, procissão desvia rota para homenagear mafioso, bispo suspende procissões após homenagem a mafioso. 


Imagem de Nossa Senhora tinha sido inclinada em gesto de reverência ao passar por casa de chefe da máfia.


Roma, (Zenit.org)
Por Redacao

O bispo de Oppido-Palmi, dom Francesco Milito, suspendeu nesta quinta-feira todas as procissões da sua diocese por tempo indeterminado. A decisão foi informada pelo vigário da diocese, pe. Giuseppe Acquaro.
A medida foi tomada porque no último dia 2 de julho, no povoado de Oppido Mamertina, sul da Itália, uma procissão foi desviada do seu percurso para passar pela casa de um chefe mafioso. Ali, os carregadores do andor com a imagem da Virgem Maria fizeram uma reverência ao “capo”.
O chefe da organização criminosa local, chamada N'drangheta, é Peppe Mazzagatti, de 82 anos. Ele foi condenado à prisão perpétua por diversos crimes, entre os quais homicídio, e cumpre a pena em casa devido à idade e às condições de saúde.
Em carta dirigida aos fiéis da diocese, com o título “Um ato de amor pela nossa Igreja entre passado e futuro”, dom Milito explica que, após alguns dias de reflexão, tomou a decisão de “suspender a partir de hoje todas as procissões programadas para os próximos meses até que, como fruto de uma consciência eclesial madura e sólida, sejam tomadas medidas fortes e definitivas”.
Trata-se, acrescentou o bispo, de um “gesto de cautela convicto e preciso, um convite à reflexão e ao silêncio, do qual, neste momento, temos necessidade. Ninguém está autorizado a nutrir desconfiança ou a julgar quem contribui com dedicação e retidão com as procissões”. No lugar destas, o bispo propõe que a comunidade se reúna em oração.
O presidente regional do episcopado italiano, Salvatore Lunari, lamentou o episódio da procissão desviada e o fato de que “os padres participantes não tenham tido a coragem não só de ir embora, mas de impedir essa procissão. Eles tinham que ter feito isso. Teríamos dado um exemplo e precisamos de exemplos desse tipo”.
A região italiana de Reggio Calabria abriu uma investigação sobre o fato. Já foram identificados os 25 carregadores do andor com a imagem e vários deles estão sendo interrogados, bem como os organizadores do evento.

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