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Ser frágil é um dos maiores privilégios da pessoa humana. Ser frágil é poder crescer sempre.
Podemos mostrar a alegria de ter fé. |
Por Padre Luiz Carlos de Oliveira, CSsR
Vivemos num tempo muito bonito que se enriquece e se desenvolve dando sempre maior valor ao ser humano. Quando colocamos o convite à perfeição do ser humano, na perspectiva espiritual, não temos tanto espaço. Aqui entra a palavra moral que quase sempre é colocada como estraga prazeres.
Vivemos num tempo muito bonito que se enriquece e se desenvolve dando sempre maior valor ao ser humano. Quando colocamos o convite à perfeição do ser humano, na perspectiva espiritual, não temos tanto espaço. Aqui entra a palavra moral que quase sempre é colocada como estraga prazeres.
Quando se fala de normas é comum se apelar para liberdade das pessoas
como se a moral fosse repressão. É repressora quando a entendemos mal. A
palavra moral, que está ligada a costumes, refere-se ao prático da
vida. A boa compreensão permite perceber que ela estimula nossa
liberdade e nos livra de sermos sujeitos a outros patrões.
Moisés recebeu a lei dos 10 mandamentos que concentram em poucas
palavras o relacionamento com Deus fundado no amor e no acolhimento de
sua santidade e no relacionamento com o próximo. Com relação ao próximo
ela estimula e protege a vida, a família, o amor, os bens, a dignidade
da pessoa e a própria consciência. É uma síntese perfeita de tudo que
precisamos para bem viver.
São setas indicativas para o bom caminho. O que oprime as pessoas é o
moralismo que, em muitos casos é doentio e até falso. No sermão da
montanha Jesus não elimina os mandamentos, mas os leva ao coração do
amor. Nas oito bem-aventuranças temos a nova lei.
Mais que um dever elas são expressão do ensinamento: “Sede perfeitos
como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Dizendo que temos o
direito de ser bons. A moral é a prática da lei do amor que nos leva a
caminhar para a perfeição, isto é, a capacidade de crescer. Ela é
estimuladora do desenvolvimento integral e livre do ser humano.
Entre a fragilidade e a perfeição
Ser frágil é um dos maiores privilégios da pessoa humana. Todos os
animais já nascem como que completos. Em pouco tempo estão em total
atividade. Mas não vai além disso. Ser frágil é poder crescer sempre.
Fragilidade nos mostra o sentido da procura do aperfeiçoamento do ser.
É perfeito porque é frágil, incompleto, carente. Sempre pode ser
mais, receber mais e crescer mais. Mesmo na espiritualidade, no
crescimento em Deus, mais frágil se torna, uma vez que tem em si a
grande batalha para superar as dificuldades e carências. Os seguimentos
da vida e da sociedade são falhos, por perfeitos que sejam.
Digo, por exemplo, da vida de Igreja, de família, vida religiosa que
deixam muito a desejar. Justamente por isso são ótimos, sempre podem ser
melhores. Estamos em batalha contra os defeitos, batalha para sair de
si e viver com os outros.
Quanto maiores e mais santos formos, menores nos descobrimos e menos
santos nos achamos. Ser perfeito como o Pai, significa crescer sempre. A
moral ajuda a descobrir os caminhos novos para aprofundar o ser humano
em sua totalidade humana e espiritual.
Misericórdia como mestra
O frágil ser humano não está sob 100% impossível de ser atingido justamente porque é crescimento.
A mestra da vida é a misericórdia. Não se trata de ceder ao mal e à
falta de compromisso. Lembramos as palavras de Jesus que ensinam a
sentir o que o outro sente, colocar-se no lugar dele e compreendê-lo. É a
atitude de Deus que se fez homem para que o homem sentisse que o
compreende porque se fez também um de nós.
Jesus se compadecia do sofrimento e Se reconhecia como remédio para
os males. Não só é preciso ter misericórdia dos outros, como ter
misericórdia de si mesmo, saber-se fraco e dar-se uma nova chance,
aceitar com humor as próprias fragilidades. Acolhemos a fé com alegria. A
moral é viver esta fé no concreto da vida. Podemos mostrar a alegria de
ter fé.
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