24 Jul. 14
Roma, (ACI/EWTN Noticias).-
O
Papa Francisco recebeu hoje na Casa Santa Marta a jovem cristã Meriam
Ibrahim, recentemente absolvida da pena de morte no Sudão, após ter sido
acusada de blasfêmia contra o Islã e ter dado à luz o seu bebê na
prisão acorrentada pelas pernas.
Meriam de 27 anos, tinha sido condenada à morte detrás ser acusada de
ter renunciado ao Islã por três pessoas que fraudulentamente asseguraram
ser seus irmãos e sua mãe. As autoridades islâmicas a condenaram ainda a
100 chicotadas pelo delito de adultério, pois seu matrimônio com o
Daniel Wani, cidadão do Sudão do sul e que também possui nacionalidade
norte-americana, não era reconhecido como tal sob a lei muçulmana.
Meriam passou vários meses na prisão e teve que dar a luz à sua segunda
filha, Maia, em um centro médico dentro da penitenciária, e durante o
parto foi mantida acorrentada pelas pernas.
O Santo Padre recebeu Meriam, que chegou junto a seu marido Daniel e a
seus filhos Martin, de 1 ano e meio, e Maia, ao redor da 13:00h (hora de
Roma), expressando sua proximidade, atenção e oração, especialmente
para com os cristãos de todo o mundo que são perseguidos por causa de
sua fé, indicou o Diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sede, Pe.
Federico Lombardi.
A Rádio Vaticano informou que Francisco agradeceu a Meriam e sua família
pelo valente testemunho de perseverança na fé que mostraram.
Meriam foi advertida por um clérigo muçulmano que poderia perder a vida se continuasse professando a fé cristã, mas a jovem não se deixou persuadir: “Sou cristã e seguirei sendo”, afirmou.
Por sua parte, Meriam agradeceu ao Papa pelo grande apoio e o ânimo
recebido, tanto por sua oração como a dos numerosos crentes e pessoas de
boa vontade.
Depois de uma longa batalha judicial que incluiu uma campanha
internacional –que recolheu mais de 304.000 assinaturas-, a mulher foi
libertada no dia 23 de junho. Entretanto, no dia seguinte foi detida no
aeroporto quando tentava sair do país com sua família com destino aos
Estados Unidos. Desta vez as autoridades sudanesas a acusavam de
falsificar os documentos com os quais viajaria.
Devido à nacionalidade americana do marido, o departamento de estado dos
Estados Unidos interveio no caso. Logo depois de ser liberada sob
fiança, Meriam se refugiou com sua família na embaixada dos Estados
Unidos no Sudão.
Posteriormente, instalada em uma casa onde estava segura, a mulher
contou à rede CNN o drama que viveu ao dar a luz a sua filha no cárcere.
“Só conseguia pensar nos meus filhos e em como ia ser o parto. O que
mais me assustava era a ideia de dar à luz na prisão”. “Eu dei à luz
acorrentada pelas pernas”, disse Meriam em sua entrevista.
Seu marido é cidadão do Sudão do Sul, país de maioria cristã que se
separou do Sudão –de maioria muçulmana-, logo depois de uma longa guerra
civil. “A embaixada do Sudão do Sul assumiu a responsabilidade e
entregou-me os documentos. É meu direito usá-los e ter um passaporte do
Sudão do Sul porque meu marido é um cidadão desse país. Ele tem um
passaporte americano e um de Sudão do Sul”, relatou Meriam à CNN.
A princípios de julho, o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi
mencionou o caso do Ibrahim em seu discurso ao inaugurar a presidência
semestral da União Européia. "Se não haver uma reação européia não
podemos nos sentir dignos de nos chamar 'Europa'", expressou.

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