
Que mágoa não sentirias, se recebesses injúria grave de uma
pessoa a quem tivesses feito bem? É esta a mágoa que causaste a teu Deus, que
quis morrer para te salvar.
Com razão o Senhor convida o céu e a terra, para de alguma
sorte compartilharem com ele a dor que lhe causa a ingratidão dos pecadores:
Ouvi, céus, e tu, ó terra, escuta: Criei uns filhos e engrandeci-os; porém,
eles me desprezaram. - Ipsi autem spreverunt me (Is 1,2)
Numa palavra, os pecadores, com o pecado, afligem o coração
de Deus: Deus não está sujeito à dor, mas, se a pudesse sofrer, um só pecado
mortal bastaria para O fazer morrer de tristeza, porque Lhe causaria uma
tristeza infinita. Assim, o pecado, no dizer de São Bernardo, por sua natureza
é o destruidor de Deus:
Quando o homem comete um pecado mortal, dá, por assim dizer,
veneno a Deus, faz o que está em si, para tirar-lhe a vida. Segundo a expressão
de São Paulo, renova de certo modo a crucifixão e as ignomínias de Jesus e
calca-O aos pés, pois que despreza tudo o que Jesus Cristo fez e sofreu para
tirar o pecado do mundo:
Eis porque a vida do Redentor foi tão amargurada e penosa:
tinha sempre diante dos olhos os nossos pecados.
(Santo Afonso Maria de
Ligório. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo Primeiro: Desde o
primeiro Domingo do Advento até Semana Santa inclusive. Friburgo: Herder &
Cia, 1921, p. 264-266.)
Fonte: Blog Escrito dos
santos / aascj.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário