24 julho 2014
O sexo tem um sentido muito profundo; é o instrumento da expressão do amor conjugal e da procriação. Toda vez que o sexo é usado antes ou fora do casamento, de qualquer forma que seja, peca-se contra a castidade.
A castidade é uma virtude moral. É também
um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual (Cf. Gl
5,22-23). O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo
àquele que foi regenerado pela água do Batismo. (Cat. §2345)
“E todo aquele que nele tem esta
esperança, se torna puro como ele é puro.” (1Jo 3,3) A castidade
significa a integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a
unidade do homem em seu ser corporal…
Para se viver uma vida casta é necessário
uma aprendizagem do domínio de si; ou o homem comanda suas paixões e
obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz.
Santo Agostinho disse que: “A dignidade
do homem exige que ele possa agir de acordo com uma opção consciente e
livre, isto é, movido e levado por convicção pessoal e não por força de
um impulso interno cego ou debaixo de mera coação externa. O homem
consegue esta dignidade quando, libertado de todo cativeiro das paixões,
caminha para o seu fim pela escolha livre do bem e procura eficazmente
os meios aptos com diligente aplicação.” (Confissões, 10,29,40).
Para se viver segundo a castidade é
preciso resistir às tentações através dos meios que a Igreja nos ensina:
fugir das tentações, obedecer os mandamentos, viver uma vida
sacramental, especialmente freqüentando sempre a Confissão e a Comunhão,
e viver uma vida de oração. Muito nos ajuda nisto a reza do santo
Rosário de Nossa Senhora e a devoção e auxílio dos santos. (cf. Cat.
§2340)
Santo Agostinho disse que: “A castidade
nos recompõe, reconduzindo-nos a esta unidade que tínhamos perdido
quando nos dispersamos na multiplicidade.” (Confissões, 10,29,40) A
virtude da castidade é comandada pela virtude cardeal da temperança, que
faz depender da razão as paixões e os apetites da sensibilidade humana.
(cf. Cat. §2341). O homem que vive entregue às paixões da carne, na
verdade vive de “cabeça para baixo”; sua escala de valores é invertida;
torna-se fraco. Não é mais um homem; mas um caricatura de homem.
Infelizmente a sociedade hoje ensina os
jovens a darem vazão e satisfação a todos os baixos instintos; essa
“educação” é uma forma de animalizar o ser humano, pois coloca os seus
instintos acima de sua razão e de sua espiritualidade.
O domínio de si mesmo é fundamental para a pessoa ser capaz
de doar-se aos outros. A castidade torna aquele que a pratica apto para
amar o próximo e ser uma testemunha do amor de Deus. Quem não luta para
ter o domínio de si mesmo é um egoísta; não é capaz de amar. Por isso, a
castidade é escola de caridade. A Igreja ensina que: “Todo batizado é
chamado à castidade. O cristão “se vestiu de Cristo” (Cf. Gl 3,27),
modelo de toda castidade. Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar
uma vida casta segundo seu específico estado de vida. No momento do
Batismo, o cristão se comprometeu a viver sua afetividade na castidade” (
Cat. §2348).
Santo Ambrósio ensinava que: “As pessoas
casadas são convidadas a viver a castidade conjugal; os outros praticam a
castidade na continência; isto significa viver a vida sexual apenas com
o seu cônjuge. Existem três formas da virtude da castidade: a primeira,
dos esposos; a segunda, da viuvez; a terceira, da virgindade. Nós não
louvamos uma delas excluindo as outras. Nisso a disciplina da Igreja é
rica (Vid. 23)”. ( Cat. §2349)
Também os noivos são chamados a viver em
castidade. A vida sexual só deve ser vivida após o casamento, pois só
então o casal se pertence mutuamente, e para sempre, com um compromisso
de vida assumido um com o outro para sempre.
“Os noivos são convidados a viver a
castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do
respeito mútuo, uma aprendizagem da fidelidade e da esperança de se
receberem ambos da parte de Deus. Reservarão para o tempo do casamento
as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão
mutuamente a crescer na castidade”. ( Cat. §2350)
Prof. Felipe Aquino – cleofas.com.br
Do livro: A Moral Católica

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