Não apenas com palavras podemos nos comunicar com os nossos semelhantes, mas também por gestos e outros meios.
Um movimento vertical da cabeça pode indicar assentimento, enquanto o movimento horizontal significa negativa.
Os exemplos são tantos que seria supérfluo deter-se neles. A linguagem dos gestos é tão extensa que, utilizando-a, dois mudos podem conversar entre si com toda comodidade.
Os exemplos são tantos que seria supérfluo deter-se neles. A linguagem dos gestos é tão extensa que, utilizando-a, dois mudos podem conversar entre si com toda comodidade.
Na célebre peça teatral Cyrano de Bergerac, seu autor,
Edmond Rostand, imagina Cyrano sendo repreendido por um amigo por ter
lançado fora um saco cheio de moedas. Este lhe diz: Que tolice!
Ao que Cirano responde: Mas que gesto!
Se até os hereges podem falar por gestos, conforme artigo publicado
nesta revista por Arnaldo Xavier da Silveira, em dezembro/1967,
intitulado “Atos, gestos, atitudes e omissões podem caracterizar o herege”, quanto mais os santos.
Santa Terezinha, por exemplo, “oferecia a Deus todos os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, pela salvação das almas”.
Se por essa forma podemos nos manifestar, pergunta-se: Deus também
pode comunicar-se com os homens por gestos? O que seriam esses gestos
divinos?
A resposta não pode deixar de ser positiva. A abertura do Mar
Vermelho, para que através dele se salvassem os judeus perseguidos pelos
egípcios, é um exemplo frisante. Nosso Senhor chicoteando os vendilhões
do Templo, é outro exemplo.
Vamos dar um passo a mais. Hoje em dia, Deus ainda fala através de gestos? Essa pergunta me foi sugerida por um amigo.
Para um espírito timorato, a questão pode incomodar, mas é difícil, e
pode chegar a ser temerário, negar a Deus essa possibilidade.
Talvez até uma atitude de indiferença ante os gestos de Deus possa caracterizar uma falta que faça Nossa Senhora chorar.
O terreno pode parecer escorregadio e afirmações peremptórias nem
sempre encontram eco na realidade. Mas isso não significa que seja
vedado levantar hipóteses a respeito. Essa possibilidade de arriscar
interpretações possíveis, desde que razoáveis, é uma das faculdades mais
preciosas que Deus nos deu. A própria ciência progride através de
hipóteses, a serem depois confirmadas ou infirmadas.
Feitas tais ressalvas, alguns fatos poderiam, talvez, incluir-se na categoria de gestos de Deus. Exemplifiquemos.
1 – Na noite da renúncia de Bento XVI, um raio atingiu a Basílica de São Pedro.
2 – No início de 2014, um temporal de violência inusitada se abateu
sobre o Santuário de Fátima, Portugal, danificando todo o seu perímetro.
Nesses dias se comemoravam 75 anos da grande aurora boreal de 25 de
janeiro de 1938, considerada como a realização do aviso de Nossa Senhora
de catástrofes que viriam.
3 – Na antevéspera da canonização de João XXIII e João Paulo II, em
24 de maio, uma pesada cruz caiu em Bréscia (Itália) sobre um grupo de
jovens, matando um deles e ferindo outro. A cruz havia sido erigida em
comemoração da visita de João Paulo II à cidade em 1998. O rapaz morto
morava na Rua João XXIII e alguns lembraram que Bréscia é a província
natal de Paulo VI.
4 – Em 2013, com menos de um mês de intervalo, duas enormes
calamidades atingiram as Filipinas. No dia 16 de outubro, um terremoto
de magnitude 7.2 produziu grande destruição, inclusive de igrejas. Em 8
de novembro, o tufão Haiyan causou por volta de 2.500 mortes. Nas duas
imensas tragédias registrou-se o mesmo fenômeno: imagens de Nossa
Senhora e do Sagrado Coração de Jesus ficaram admiravelmente incólumes
em meio aos escombros.
O leitor arrisca uma interpretação para esses fatos? Se quiser, pode escrever-nos.
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