Por José Benedito Schumann Cunha - Bacharel em Teologia e graduado em Filosofia
Queridos irmãos e irmãs, estamos celebrando o 22º Domingo do Tempo Comum
e a liturgia nos convida a seguirmos Jesus na dimensão da “locura da
Cruz Dele”. Ao olharmos a historia da salvação da humanidade,
constatamos que todos os seguidores da Palavra de Deus e de Jesus,
tiveram que dar razão a sua fé em Deus, passando por dificuldades,
sofrimentos e martírios. Não há religião verdadeira se não houver a cruz
da vida que liberta e nos salva das situações que escravizam o nosso
viver no mundo. Hoje se celebra o dia do catequista e que a missão de
cada um deles como porta voz de Deus no mundo seja encorajada na cruz de
Cristo, sinal de vida e libertação para todos.
Hoje deparamos com dois exemplos na bíblia o de Jeremias e o Pedro, que
diante de obstáculos quase recusaram a cruz do serviço da missão deles,
mas quando se fortaleceram na fé em Deus tornaram-se fiéis ao chamado
da missão de Deus que eles tinham que fazer. Eles passaram por muitas
provações e as venceram, e isso nos ajuda a tomarmos consciência que não
haverá religião da facilidade para nós.
No livro do Profeta Jeremias, temos a beleza da vocação de Jeremias que
foi chamado para ser porta voz de Deus aos que não o conhecem para que
convertam para o bem. Ele reconhece que foi seduzido por Deus e se pôs a
disposição de sua vida a serviço de Deus para que o mundo se
modificasse se edificasse e ainda destruir tudo aquilo que não está nos
planos de Deus. Ele sentiu em sua vida de missão sofrimento, solidão e a
perseguição. Teve momento que queria largar tudo e ficar no comodismo
que não faz nada para ajudar, mas ele não desistiu e nos deu um
testemunho dizendo: "Senti dentro de mim um fogo ardente a me
penetrar!..."
Hoje somos chamados a ser profeta da verdade, da ética, da justiça, da
inclusão, da denuncia do que é errado e ainda construir uma civilização
do bem onde a sinceridade e a fidelidade a Deus sejam a marca principal a
ser irradiada a todos que nos cercam. Nós também passamos por momentos
de dificuldades, de perseguições, de incompreensões e de injustiça por
causa da missão de evangelizadores no mundo hostil a palavra de Deus e
da vida plena para todos. É nesta hora que encontramos ânimos em Deus
que tudo fez e faz para a nossa verdadeira libertação. A palavra de Deus
é fiel e a Igreja é a segurança e sinal da salvação trazida por Cristo,
pois ela é a guardiã da fé que é transmitida pelo magistério e pelos
missionários de Cristo no mundo. (cf. Jr 20,7-9)
Na carta de Paulo há exortação a todos para que cada um de nós
colocarmos a nossa vida a serviço de Deus, que é levar as pessoas à
justiça, à fraternidade, à inclusão de todos, à partilha, à
solidariedade e à paz, para que o mundo seja mais humano e cristão. A
verdadeira religião se traduz nesses parâmetros e eles agradam a Deus.
Não há religião do intimismo e individualismo, mas uma Igreja do pão
partilhado e da Palavra que edifica a todos. Não há privilegiado na
Igreja, mas todos são chamados a ser irmãos e irmãs de todos. (cf. Rm
12,1-2)
No Evangelho de Mateus, vemos que Jesus anuncia aos seus discípulos da
sua paixão e da cruz que Ele experimentará. É uma realidade de difícil
de entender naquele e para esse tempo, onde todos querem uma Igreja
light sem sacrifício e serviço aos outros, principalmente os mais pobres
e necessitados desse mundo. Como Pedro muitos também rejeitam esta
realidade que Jesus não deixa de dizer, mas Jesus repreende Pedro e
também a cada um de nós. Quem interessa uma religião descompromissada no
seguimento de Jesus é Satanás como próprio Jesus disse: "Afasta-se de
mim, Satanás... não pensas as coisas de Deus...” E acrescenta: "Se
alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua CRUZ e me siga".
Portanto, não há caminho da salvação sem a cruz, pois ela nos santifica e
nos edifica para o bem. (cf. Mt 16,21-27)
Que esta liturgia nos ajude a entender a missão de cada vocacionado e
todos são chamados a anunciar Jesus que é caminho, verdade e vida, pois
sem Jesus não há bons seguidores e nem santos. A Igreja, que tem a
cabeça em Cristo se torna completa com seus membros que são e que se
santificam no seguimento Dele no mundo. Tudo por Jesus nada sem Maria!
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