08 Set. 14
Roma, (ACI/EWTN Noticias).-
O
Pe. Antonio Spadaro, diretor da revista Civiltá Cattolica, rechaçou que
o enfrentamento contra o Estado Islâmico (ISIS) no Iraque e Síria seja
uma “guerra religiosa”, tal como assinalou o vaticanista Sandro Magister
em seu blog “Settimo Cielo” no dia 4 de setembro aludindo ao último
editorial da revista católica italiana.
O artigo do Magister se intitula “É guerra de religião. Assim o diz a
‘Civiltà Cattolica’”. Entretanto, no dia seguinte a revista rechaçou
através de sua conta do Twitter que se tratasse de uma guerra de
religião. “O analista entende mal e tomou ao reverso nossa nota. Negamos
que para nós isto seja uma guerra de religião. Sim o é na visão do
ISIS”, assinalou.
“Em nossa opinião é o contrário: Não é guerra de religião!”, rebateu a Civiltà.
Em 5 de setembro, em declarações ao grupo ACI,
o Pe. Spadaro disse: “Acredito que não preciso escrever outras
declarações. Eu já o fiz. As declarações são o próprio artigo, que diz
que o ISIS pensa que está em uma ‘guerra de religião’, mas devemos estar
alertas contra essa maneira de pensar”.
Do mesmo modo, a conta do Twitter da Civiltá Cattolica publicou um link
para um artigo do site Barbadillo.it, intitulado “A Polêmica. Guerra de
religião no Iraque? Civiltá Cattolica: ‘Não cair na tentação de
fazê-la”, indicando que a revista não assume que o conflito seja de
fundo religioso.
Barbadillo cita parte do editorial onde se afirma que “os analistas
militares dão fé que a atual solução armada não é eficaz. Limitar-se a
este meio pode permitir (ao ISIS), que siga ganhando território e
cometendo maiores atrocidades”.
“É crucial estudar e compreender por que e como é a guerra do ISIS. A
sua é uma guerra de religião e de aniquilação…Instrumentaliza o poder da
religião e não vice-versa”. Nesse sentido, acrescenta o site, o
califado islâmico é um projeto político, embora com bases teocráticas”.
Por sua parte, Sandro Magister disse ao grupo ACI que “os eufemismos não
ajudam a esclarecer as coisas. De fato, neste caso eles as afastam da
realidade. Para que uma guerra seja definida ‘religiosa´, basta que um
dos opositores a considere como tal e a combata desde esta perspectiva”.
“É o que faz a Civiltà Cattolica a propósito da guerra liderada pelo
ISIS. Justamente a revista cita, mostrando seu acordo com o editorial de
Ernesto Galli della Loggia no ‘Corriere della Sera’ que começa assim:
‘Primeira pergunta: Como se pode fazer a guerra contra um agressor que
invoca constantemente a Deus e sua afiliação religiosa sem indevidamente
dar um caráter igualmente religioso a qualquer resposta militar? Em
outras palavras, é realmente necessário, com tal de falar de uma guerra
religiosa que ambos os adversários a proclamem assim ou será que basta
que um só deles o faça? Se alguém me matar porque sou xiita, cristão,
hebreu ou um ‘infiel’ e busco me defender devolvendo o golpe, o que é
isto se não uma guerra religiosa?”, assinalou Magister.
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